FII TORD11 cai quase 7% após cancelar dividendos de março; Ifix também fecha no vermelho

E mais: 13 fundos distribuem dividendos; FIIs recebem parcela em aberto do CRI Circuito de Compras; receita do BBFI11B pode cair até 55%

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O FII Tordesilhas EI (TORD11) fechou a sessão desta quarta-feira (8) com forte queda de 6,93%, a maior entre os principais fundos imobiliários negociados na B3.

Em comunicado ao mercado, a carteira informou que não distribuirá dividendos em março – um dos principais objetivos do investidor de fundos imobiliários.

“[Informamos] aos cotistas e ao mercado em geral que, apesar do resultado caixa positivo apurado, não haverá distribuição de rendimentos (dividendos) referente ao [resultado do] mês de fevereiro de 2023”, confirma o documento.

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Em agosto de 2022, o TORD11 já havia cancelado a distribuição de dividendos do período. Na virada do ano, o fundo distribuiu R$ 0,04 por cota, metade do repasse anterior.

Nas duas oportunidades, o fundo alegou preocupação com o aumento da inadimplência e cancelamento de negócios. A redução do volume de dividendos repassados aos cotistas seria uma forma de preservar caixa, de acordo relatórios gerenciais da carteira.

Atualmente, 42% do portfólio do Tordesilhas EI está concentrado em equities – participação do fundo no desenvolvimento de empreendimentos imobiliários para a futura venda de unidades ou cotas. O cenário macroeconômico, porém, tem prejudicado os projetos, como sinalizou a gestão no final de janeiro.

“Em relação aos equities, as elevadas taxas de juros e de inflação, junto ao aumento da concorrência devido a novos lançamentos, impactaram a quantidade de distratos durante os últimos meses do ano”, explica a equipe de gestão em relatório divulgado no mês passado. “Alguns empreendimentos estão em processo de reestruturação do cronograma de obras, de forma que seja possível equacionar a disponibilidade de caixa junto a possíveis melhorias de projeto”, complementa o texto.

Ifix hoje

Na sessão desta quarta-feira (8), o Ifix – índice dos fundos imobiliários mais negociados na Bolsa – fechou com queda de 0,38%, aos 2.798 pontos. Confira os demais destaques do dia.

Maiores altas desta quarta-feira (8):

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Ticker Nome Setor Variação (%)
HOFC11 Hedge Office Income Lajes Corporativas 2,38
SARE11 Santander Renda Híbrido 1,93
RZTR11 Riza Terrax Híbrido 1,33
AIEC11 Autonomy Edifícios Lajes Corporativas 1,22
MORE11 More Real Estate FoF 1,14

Maiores baixas desta quarta-feira (8):

Ticker Nome Setor Variação (%)
TORD11 Tordesilhas EI Desenvolvimento -6,93
VSLH11 Versalhes Recebíveis Imobiliários Títulos e Val. Mob. -4,5
MFII11 Mérito Desenvolvimento Desenvolvimento -3,42
HCTR11 Hectare Títulos e Val. Mob. -3,2
RBRF11 RBR Alpha Títulos e Val. Mob. -2,43

Fonte: B3

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FIIs recebem parcela em aberto do CRI Circuito de Compras; receita do BBFI11B pode cair até 55%

Confira as últimas informações divulgadas por fundos imobiliários em fatos relevantes:

FIIs recebem parcela em aberto do CRI Circuito de Compras

Os FIIs Hectare CE (HCTR11), Versalhes RI (VSLH11) e Devant (DEVA11) receberam nesta terça-feira (7) a parcela do CRI (certificado de recebíveis imobiliários) Circuito de Compras, que havia vencido no dia 22 de fevereiro e até então não havia sido quitada.

De acordo com fato relevante divulgado nesta quarta-feira (8), o pagamento foi realizado e incluiu o acréscimo de multas previstas na operação em caso de atraso.

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Diante da pendência, as cotas dos fundos enfrentaram forte queda nos últimos dias, chegando em alguns casos a quase 10% no acumulado da semana.

De acordo com o último relatório gerencial, o CRI Circuito de Compras representa atualmente 7,32% do patrimônio líquido do HCTR11. A participação do título no portfólio do DEVA11 e do VSLH11 é de 4,88% e 3,57%, respectivamente.

Em nota, a gestão do Devant informou que o evento “não provocou qualquer impacto negativo nos rendimentos distribuídos pela carteira”. A gestora diz ainda que, no próximo relatório gerencial do fundo, que será divulgado nos próximos dias, dará mais detalhes sobre a saúde financeira da operação.

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Receita do BBFI11B pode cair até 55% com saída de inquilino

O Banco do Brasil (BBAS3) manifestou a intenção de desocupar o Centro Administrativo, imóvel de propriedade do FII BB Progressivo (BBFI11B), no Rio de Janeiro (SP).

Se mantida a decisão, o fundo calcula uma redução de até 55% da receita mensal da carteira – se comparada com o resultado de fevereiro.

O contrato de locação venceu em 2020, mas o locatário permanece no imóvel por conta de uma ação renovatória em trâmite na 27ª Vara Civil da Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro.

No processo, o Banco do Brasil reivindicava a renovação de apenas dois dos nove blocos alugados até então no imóvel – condição que o fundo recusava. Em decisão inicial, porém, a Justiça atendeu ao pedido do inquilino e reduziu o valor do aluguel – proporcionalmente ao espaço ocupado.

Com a possível desocupação do imóvel, o BBFI11B promete todos os esforços para receber os valores que não foram pagos pelo inquilino no âmbito da ação renovatória.

Com patrimônio líquido de R$ 366 milhões, o fundo tem hoje 8.495 cotistas. Além do imóvel no Rio de Janeiro, o BB Progressivo conta com mais o SEDE I, em Brasília. No final de janeiro, a taxa de vacância do portfólio estava em 39,11%.

Dividendos hoje

Confira os FIIs que distribuem dividendos nesta quarta-feira (8):

Ticker Rendimento Retorno mensal
CACR11  R$     1,42 1,34%
AIEC11  R$     0,75 1,20%
VSHO11  R$     0,65 1,02%
VTLT11  R$     0,88 1,00%
QAGR11  R$     0,42 0,98%
PATL11  R$     0,60 0,96%
RBLG11  R$     0,88 0,94%
GGRC11  R$     0,95 0,90%
NVHO11  R$     0,08 0,77%
FVPQ11  R$     0,62 0,63%
PATC11  R$     0,22 0,33%
RBVO11  R$     0,02 0,21%
BPLC11  R$   14,42

Fonte: StatusInvest

Giro Imobiliário: ETF WISE11 tenta replicar padrões de fundo imobiliário; Americanas eleva proposta a credores com aporte de R$ 10 bi, mas não chega a acordo

ETF que pagará dividendos, WISE11 tenta replicar padrões de fundo imobiliário para atrair investidor de FII

O primeiro ETF (fundo de índice) que paga dividendos a solicitar registro na B3 pretende conquistar os investidores que gostam de fundos imobiliários.

Anunciado na última semana, o Wise S&P Global REIT Fundo de Índice deverá ser negociado sob o código WISE11. É o primeiro do gênero registrado desde que a B3 abriu a possibilidade de listar ETFs que realizam pagamentos periódicos de rendimentos.

O ETF em questão vai replicar o índice S&P Global REIT, com uma cesta composta por cerca de 400 REITs (Real Estate Investment Trust, equivalentes aos fundos imobiliários americanos) de 26 países e oito segmentos imobiliários diferentes. Os detalhes foram antecipados ao InfoMoney.

O WISE11 terá como política distribuir no mínimo 95% do seu lucro em dividendos, imitando as regras aplicadas aos fundos imobiliários. Mas ao contrário dos FIIs, que normalmente distribuem rendimentos todo mês, o ETF fará os depósitos a cada três meses, no 10º dia útil após o encerramento do trimestre (em abril, julho, outubro e janeiro).

Embora os REITs da carteira paguem dividendos em várias moedas, a operação de câmbio vai ser fechada pela própria gestora e os proventos, depositados já em reais. Acompanhando as regras atuais da Receita Federal, será descontada na fonte uma alíquota de Imposto de Renda de 15% sobre os dividendos.

Americanas (AMER3) eleva proposta a credores com aporte de R$ 10 bi, mas não chega a acordo

A Americanas (AMER3) apresentou uma nova proposta a credores financeiros, agora com um aporte maior em dinheiro por seus acionistas de referência, da ordem de R$ 10 bilhões, mas não houve acordo até o momento, informou a varejista nesta terça-feira (7)

Em meados de fevereiro, a Americanas propôs uma injeção de capital em dinheiro de R$ 7 bilhões com suporte dos acionistas Jorge Paulo Lemann, Carlos Sicupira e Marcel Telles. A oferta, na ocasião, também foi rejeitada.

A Americanas disse nesta terça-feira que foram realizadas novas reuniões com credores financeiros nos últimos dois dias.

Ambos os valores propostos pela empresa incluem financiamento de R$ 2 bilhões já aportado.

Além do aumento de capital, a proposta de fevereiro ainda incluía a conversão de dívidas financeiras de cerca de R$ 18 bilhões, parte em capital e parte em dívida subordinada, e, adicionalmente, uma recompra de dívida de R$ 12 bilhões.

Wellington Carvalho

Repórter de fundos imobiliários do InfoMoney. Acompanha as principais informações que influenciam no desempenho dos FIIs e do índice Ifix.