FII RBVA11 lucra com distrato da Caixa e reduz exposição bancária; veja o impacto

Com devolução de imóveis e caixa reforçado, fundo avança em estratégia de pulverização do portfólio

Vinicius Alves

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O fundo imobiliário RBVA11 (Rio Bravo Renda Varejo) anunciou um distrato parcial do Compromisso de Compra e Venda (CCV) firmado com a Caixa Econômica Federal em 2012, referente a três agências bancárias em São Paulo.

O banco não concluiu as regularizações documentais previstas no contrato dentro do prazo estipulado, acionando a cláusula que determinava a devolução dos imóveis ao fundo com correção monetária integral.

Pelos termos do distrato, o RBVA11 receberá R$ 31,7 milhões, valor que representa o preço pago pelos ativos em 2012 corrigido pelo IGP-M — avanço de mais de 133% no período.

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O impacto financeiro inclui um lucro de R$ 17,67 milhões, equivalente a R$ 0,113 por cota, além de uma TIR (Taxa Interna de Retorno) de 16,9% ao ano ao longo de 13 anos, performance equivalente a IPCA + 10,6% a.a. ou CDI + 7,7% a.a.

A Caixa já repassou R$ 19 milhões ao fundo, com os R$ 12,7 milhões restantes previstos para janeiro de 2026.

As três agências devolvidas são:

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Impactos no RBVA11: lucro, guidance e diversificação

O ganho de capital apurado — R$ 0,113 por cota — entra na fatia de resultados extraordinários projetados para o 2º semestre de 2025, dentro do guidance de R$ 0,09 por cota/mês.

Além do ganho extraordinário, o reforço de caixa contribui para a gestão de liquidez do fundo, que também recebeu R$ 14 milhões adicionais provenientes de outras alienações de imóveis.

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A operação ainda ajuda a reduzir a concentração no setor financeiro: com o distrato, a exposição do portfólio a esse segmento cai para menos de 24% do total investido.

“Queremos um portfólio pulverizado em bons imóveis, inquilinos e contratos, com setores que se complementam e garantem resiliência em diferentes ciclos de mercado. Quando olhamos para REITs nos Estados Unidos, é comum ver setores ou inquilinos representando 3% a 5% da carteira. É uma referência que miramos, adaptada à realidade brasileira”, diz Alexandre Rodrigues, sócio e gestor de FIIs da Rio Bravo Investimentos.

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