Fiagros fecham mais um mês de captação positiva em meio a crise no segmento

O patrimônio líquido dos fundos atingiu R$ 34,7 bilhões em fevereiro, um aumento de 262,8% em relação ao mesmo mês de 2023

Lucas Gabriel Marins

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Apesar das dificuldades observadas no agronegócio brasileiro nos últimos meses, os fundos de investimento que investem nas cadeias produtivas agroindustriais (Fiagros) terminaram fevereiro no campo positivo, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).

A captação líquida (diferença entre aportes e resgates) atingiu R$ 52,8 milhões no mês passado, melhor do que o volume registrado em fevereiro de 2023, quando os produtos perderam R$ 1,3 milhão. Em relação a janeiro deste ano, a captação foi 45,3% inferior, mas no acumulado de 2024 o total está positivo em R$ 149,4 milhões, ante resgates líquidos de R$ 11,4 milhões no mesmo período de 2023.

“O desempenho dos Fiagros no início de 2024 é um indicativo positivo para um produto que tem ganhado cada vez mais espaço na carteira dos investidores e que contribui para o financiamento do agronegócio”, disse Sergio Cutolo, vice-presidente da Anbima.

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Os Fiagros-FIDC, que alocam em direitos creditórios, alcançaram a maior captação do mês, no valor de R$ 71 milhões, seguidos dos Fiagros-FIP, que investem em participações de sociedades, com R$ 135 mil. Já os Fiagros FII, focados em ativos imobiliários, tiveram resgates de R$ 18,3 milhões no período.

Em relação às emissões, as ofertas públicas de Fiagros levantaram R$ 91,4 milhões em fevereiro, as de Fiagros-FIIs alcançaram R$ 70 milhões e as de Fiagros-FIDCs arrecadaram um volume de R$ 21,4 milhões. Não houve emissões de Fiagros-FIP no mês passado. O patrimônio líquido dos fundos atingiu R$ 34,7 bilhões em fevereiro, um aumento de 262,8% em relação ao mesmo mês de 2023.

Crise?

Nos últimos meses, o agronegócio brasileiro presenciou quebras de safra, recuo nos preços de algumas commodities e recuperações judiciais de empresas, com efeitos nos Fiagros e em outros ativos que alocam no setor, como os Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs).

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As recentes dificuldades, no entanto, não representam uma crise sistêmica, disse recentemente Julia Bretz, responsável pelas estratégias de agro na gestora de investimentos JGP, para o Liga de FIIs, do InfoMoney.

“As recuperações judiciais no segmento acontecem, mas não existe um sinal vermelho para parar de investir no agronegócio”, falou. “Assim como o setor imobiliário, o agro é um segmento cíclico, há momentos de alta e de baixa”, completou.

Lucas Gabriel Marins

Jornalista colaborador do InfoMoney