ETF que mira empresas com CEOs de “bom caráter” chama atenção por deixar Tesla de Musk e Meta de Zuckerberg fora da carteira

As cinco companhias com maior participação na carteira do fundo são Apple, Microsoft, Amazon, Berkshire Hathaway e UnitedHealth Group

Equipe InfoMoney

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Um ETF (fundo de índice) que seleciona as ações da carteira com base no caráter dos CEOs e dos altos executivos das empresas estreou na última quinta-feira (24) no mercado americano.

Desenvolvido pela gestora ROC Investments, baseada na Califórnia, o Return On Character ETF – negociado sob o código ROCI –  se arvora ser o primeiro do mundo composto por empresas selecionadas exclusivamente com base no comportamento de seus líderes. A tese defendida pela gestora é de que o mercado consistentemente precifica mal o valor do “caráter excepcional” no longo prazo exatamente por não medi-lo.

Por isso, a ROC afirma ter construído uma estratégia para investir com base no caráter de liderança corporativa. “A estratégia central será identificar e comprar empresas norte-americanas com comportamento de gestão que exemplifique o mais alto nível de caráter”, informa em um comunicado.

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Os quatro pilares do modelo criado pela gestora são integridade, responsabilidade, perdão e compaixão – os mesmos princípios, segundo a ROC Investments, “que pais procuram incutir em seus filhos e, no entanto, muitas vezes estão em falta no mundo financeiro”.

Segundo a empresa, a carteira do ETF será formada sempre por 75 a 150 ações com os mais altos “escores de caráter”, reavaliados anualmente. O peso de cada papel será revisado a cada trimestre.

As cinco empresas com maior participação na carteira do ETF são a Apple (6,60%), liderada por Tim Cook; Microsoft (6,26%), que tem Satya Nadella como CEO; Amazon (4,53%), onde Andy Jassy substituiu Jeff Bezos na presidência em 2021; Berkshire Hathaway (2,81%), de Warren Buffett; e UnitedHealth Group (2,81%), liderada por Andrew Witty. A carteira completa pode ser conferida aqui.

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Como várias empresas de tecnologia estão presentes na carteira do ETF, a falta de companhias com líderes bastante conhecidos – como a Meta (antigo Facebook) de Mark Zuckerberg e a Tesla de Elon Musk – chamou atenção do mercado.

Ambos os executivos têm seus nomes envolvidos em casos ruidosos, como denúncias relacionadas à privacidade e saúde mental dos usuários do Facebook, no caso da Meta, e problemas com reguladores de mercado por divulgação de informações não públicas da empresa por meio de redes sociais, no caso de Musk com a Tesla.

À agência Bloomberg, Dan Cooper, fundador da ROC Investments, afirmou que o que determina as ações incluídas no fundo é a pesquisa feita pela empresa, e não a popularidade ou o valor de mercado. De acordo com a reportagem, a gestora utiliza ferramentas proprietárias para fazer uma avaliação comportamental, uma avaliação de “controvérsia” e uma pontuação de caráter a partir da linguagem pública dos CEOs de cerca de 1.000 das maiores empresas americanas. Cooper não comentou por que Meta e Tesla ficaram fora do ETF.

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Nos primeiros dias de negociação, o ROC ETF subiu, seguindo o movimento do mercado americano em geral. O avanço era de 1,98% até a tarde desta terça-feira (29).

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