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ETF, bond brasileiro, título público gringo: onde aplica quem tem conta internacional

Pesquisa com base de clientes da XP indica que menos de 50 ativos concentram mais de 50% do volume alocado por meio das contas internacionais

Mariana Segala

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A proliferação de contas internacionais tem feito o investimento no exterior deixar de ser um tabu para os brasileiros – e passar a figurar como uma chance real de diversificação da carteira. Mas no que exatamente quem tem dinheiro lá fora está apostando agora?

Alguns ativos têm se revelado preferências claras para esses investidores. Uma pesquisa realizada pela XP com sua base de clientes que possuem conta global – que somam 250 mil atualmente – indica que 63% investem em equity – ou seja, em ações e outros ativos listados em bolsa. E do volume de recursos alocado nesse grupo, mais da metade está investida em ETFs, os famosos fundos de índices listados no mercado.

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Há também espaço para a renda fixa global: 39% das contas internacionais da XP têm dinheiro alocado em bonds, títulos de renda fixa emitidos por empresas no exterior, semelhantes às debêntures. Fora isso, 15% dos investidores apostam também nos títulos públicos americanos, as chamadas treasuries.

Um detalhe é menos óbvio na carteira de renda fixa dos brasileiros que investem lá fora: 74% dos recursos alocados em bonds estão em títulos emitidos no exterior por empresas… brasileiras.

Na visão de Diego Correia, head da XP International, a preferência por manter o investimento em papéis de empresas locais – em outras palavras, de alocar em “mais do mesmo” – reflete o chamado home bias, viés natural de optar pelo que já é conhecido e próximo, no lugar de diversificar com bonds de empresas estrangeiras.

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Diego Correia, head da plataforma de investimentos internacionais da XP

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“É um exercício educacional que precisa continuar. Não que esteja certo ou errado investir em bonds de empresas brasileiras, mas podemos mostrar que há outras oportunidades de diversificação”, diz Correia.

Até porque “diversificar” é apontado como o principal motivo dentre os clientes da casa para investir diretamente no exterior por meio de uma conta internacional. Assim como “falta de conhecimento” é a razão mais apontada pelos que ainda não começaram a trilhar esse caminho, seguida por “falta de recursos” e “tempo”.

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<50 ativos = >50% do volume

Dentre os investimentos em treasuries, predominam os papéis de prazos mais logos, com vencimento a partir de quatro anos – que somam 33% dos recursos alocados nessa classe.

De modo geral, as carteiras são relativamente concentradas em uma gama limitada de papéis. Aproximadamente metade dos recursos dos clientes da conta internacional da XP estão investidores em um grupo de menos de 50 ativos diferentes.

Entre eles estão os ETFs de ações e de renda fixa; os ETFs de Bitcoin, que chegaram às bolsas americanas apenas no começo de 2024; as chamadas Magnificent Seven, sete empresas do setor de tecnologia com grande destaque no mercado americano (Alphabet, Amazon, Apple, Meta, Microsoft, Nvidia e Tesla); e empresas do setor financeiro.

Mariana Segala

Diretora de Redação do InfoMoney