Em dia de Copom, Tesouro Direto é suspenso quatro vezes e taxas de títulos públicos disparam

Em dia de forte volatilidade e Copom, títulos prefixados ofereciam taxas de cerca de 9% ao ano

Mariana Zonta d'Ávila Beatriz Cutait

SÃO PAULO – Em dia de decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), que irá decidir o rumo da taxa básica de juros no país, e em um ambiente de forte aversão a risco, por conta de novas informações sobre o coronavírus, o Tesouro Direto teve quatro paralisações e encerrou o dia suspenso, com forte alta nas taxas.

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Antes da interrupção, o Tesouro IPCA+2026 oferecia um prêmio anual de 4,16, ante 3,40% a.a. na tarde de terça-feira (17). O investidor podia adquirir o título integralmente por R$ 2.551,28 ou aplicar uma quantia mínima de R$ 51,02 (recebendo uma rentabilidade proporcional à aplicação).

Os papéis com vencimentos em 2035 e 2045, por sua vez, pagavam uma taxa de 4,58% ao ano, ante 4,01% a.a. anteriormente.

Na categoria prefixada, o título com prazo em 2026 pagava 8,32% ao ano, ante 7,08% a.a. ontem. Já o retorno do Tesouro Prefixado 2023 avançava de 5,37% para 7,02% ao ano.

Confira os preços e as taxas dos títulos públicos ofertados nesta quarta-feira (18):

Fonte: Tesouro Direto

Expectativa para o Copom

Um levantamento feito pela XP com 30 gestores de fundos macro nesta terça-feira (17) mostra que as expectativas e as projeções para os principais indicadores econômicos mudaram bastante, em meio a um contexto de maior risco para a economia local e também para a mundial.

Todos os gestores esperam o corte do juro básico nesta reunião do Copom, com uma magnitude entre 0,25 a 1,00 ponto percentual – a maior aposta recai sobre uma diminuição de meio ponto. A expectativa mediana para a taxa Selic ao fim de 2020 passou da estabilidade, em 4,25%, em fevereiro, para uma redução de 1 ponto, para 3,25% ao ano. Há gestor que projeta os juros básicos em 2% em dezembro.

Da mesma forma, a economia brasileira deve sentir o baque da desaceleração (ou até recessão) global. A projeção mediana para o crescimento do PIB brasileiro em 2020 caiu de 2,40% para 0,80%, com a expectativa mais pessimista apontando para uma contração de 1% no ano.

A previsão para a inflação também foi ajustada, de 3,50% para 2,80%, em 2020, assim como a mediana das expectativas do gestores para a taxa de câmbio subiu de R$ 4,18 para R$ 4,80, com valores máximos projetados chegando a R$ 5,25.

Por fim, em termos de alocação, a volatilidade extremamente elevada nos mercados levou a um movimento generalizado de redução de posições de risco nos fundos. “O que vinha sendo uma posição consensual entre os gestores, a compra de Bolsa brasileira, hoje está presente em menor escala e a posição mais comum é dada pela aposta a favor da queda dos juros no Brasil”, destaca a XP.

Participaram do levantamento Ace Capital, ARX, AZ Quest, Bahia Asset, Blue Line, Canvas, Claritas, Gap Asset, Garde, Ibiúna, JGP, Kairós, Kinea, Legacy, Macro Capital, Mauá Capital, MZK, Novus, Occam, Opportunity, Pacífico, Paineiras, Perservera, Porto Seguro, SulAmérica, Truxt, Vinci Partners, Vinland, Vintage e XP Asset.

Noticiário

No Brasil, o número de casos da Covid-19 atingiu 291, segundo o Ministério da Saúde, mas secretarias estaduais falam em 349. Até o momento, duas mortes foram confirmadas.

Em meio à pandemia, o presidente Jair Bolsonaro enviou um pedido ao Congresso para declarar estado de calamidade pública no país. O pedido deverá ser aprovado hoje e permitirá que o governo federal exceda o limite de gastos fixado na Lei de Responsabilidade Fiscal até o fim do ano.

De olho no impacto recessivo da Covid-19, diversos bancos e casas de análise voltaram a cortar suas projeções para a economia brasileira. O Santander revisou de 2% para 1% sua expectativa para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2020, enquanto o Credit Suisse foi mais radical e reduziu de 1,4% para 0% sua previsão. Já o UBS diminuiu sua projeção para a expansão do PIB de 1,3% para 0,5%.

Hoje, o Ibovespa voltou a acionar o mecanismo de circuit breaker, após cair mais de 10%, e fechou com queda de 10,4%, aos 66.894 pontos – voltando a níveis de 2017. Já o dólar comercial atingiu novas máximas, com alta de 3,9%, a R$ 5,197.

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