Em meio a incertezas, investidores veem recessão e reduzem alocação em Bolsa em mercados emergentes

Levantamento do BofA mostra que gestores têm reduzido fatia alocada em risco e dado preferência a ativos mais defensivos

Mariana Zonta d'Ávila

Ações em queda (Crédito: Shutterstock)

SÃO PAULO – Em um ambiente de maior aversão a risco nos mercados, a posição “overweight” (acima da média do mercado, equivalente à compra) de investidores globais em ações de países emergentes registrou em março sua maior queda mensal desde julho de 2018, para 17%. É o que mostra a pesquisa “Global Fund Manager”, elaborada pelo Bank of America com gestores de recursos, feita entre os dias 6 e 12 deste mês.

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Isso porque, na tentativa de entender o tamanho dos impactos do coronavírus sobre a economia, investidores têm optado por reduzir a fatia alocada em risco, dando preferência a ativos mais líquidos e a papéis mais defensivos, como bonds (títulos de dívida) e nomes dos setores de utilities (serviços públicos) e saúde.

Mas não é só nos mercados emergentes que os investidores têm preferido reduzir a alocação em Bolsa. De acordo com o BofA, o colapso no apetite ao risco levou à maior queda mensal na alocação de ações globais já registrada (com uma série iniciada em 2001).

Além disso, 35% dos entrevistados estão com posição “underweight” (abaixo da média do mercado, equivalente à venda) em ações globais, a pior alocação em seis meses.

Diante de um cenário ainda incerto, 33% dos participantes afirmaram não estar aumentando o risco da carteira. O resultado contrasta com o de janeiro deste ano, quando a pesquisa registrou o maior apetite a risco dos gestores desde março de 2018.

Segundo o BofA, com o aumento das expectativas de uma recessão no horizonte, 49% dos entrevistados esperam uma deterioração do crescimento da economia global nos próximos 12 meses – a maior queda mensal na expectativa na história do levantamento.

Entre os principais riscos no horizonte, o coronavírus aparece em primeiro lugar, com 58% dos votos. Na sequência, aparece a impotência das políticas monetárias, seguida pelo resultado das eleições presidenciais nos Estados Unidos e o surgimento de uma bolha no mercado de bonds.

Divulgada mensalmente, a pesquisa do BofA consultou na edição de março 207 gestores com US$ 571 bilhões em recursos sob gestão.

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