El Salvador sai do vermelho após disparada do Bitcoin, afirma presidente

Criptomoeda superou US$ 42 mil nesta segunda, preço que não era visto desde abril de 2022

Lucas Gabriel Marins

(Ulises Rodriguez/Getty Images)

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Os investimentos de El Salvador em Bitcoin (BTC) tornaram-se lucrativos após a recente alta da criptomoeda, afirmou o presidente do país, Nayib Bukele, no X (antigo Twitter).

“Com o preço atual de mercado do Bitcoin, se vendêssemos o nosso Bitcoin, não só recuperaríamos 100% do nosso investimento, mas também obteríamos um lucro” de 2,84%, escreveu nesta segunda-feira (4).

O BTC ultrapassou os US$ 42 mil hoje pela primeira vez desde abril de 2022, puxado por expectativas com a redução das taxas de juros nos EUA e o avanço dos ETFs (fundos de índice) à vista da criptomoeda do país, estendendo sua recuperação neste ano para mais de 150%.

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El Salvador comprou cerca de 2.500 unidades da moeda digital entre 2021 e 2022, a um preço médio de US$ 40.479, segundo a plataforma “Nayib Bukele Portfolio Tracker”, que rastreia a quantidade de BTC do governo salvadorenho.

Esse valor médio, no entanto, é controverso. Pelos cálculos do portal especializado em criptoativos CoinDesk, por exemplo, o país gastou cerca de US$ 44.300 em média pelos ativos. Portanto, apesar da alta, a nação ainda estaria no prejuízo.

Bukele, que deixou o cargo de presidente na semana passada para se concentrar na campanha presidencial, falou que apesar do lucro, a pequena nação da América Central não pretende vender o BTC. As eleições ocorrem em fevereiro de 2024.

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“É claro que não temos intenção de vender; esse nunca foi nosso objetivo. Temos plena consciência de que o preço continuará a flutuar no futuro, o que não afeta a nossa estratégia de longo prazo”.

Além de adquirir BTC, El Salvador também foi o primeiro país do mundo a adotar a criptomoeda como moeda legal em 2021. A medida, aplaudida por players do setor, não agradou à população nem aos órgãos internacionais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI).

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No entanto, apesar das críticas, o país se saiu relativamente bem e entregou os títulos mais rentáveis entre emergentes neste ano, com retornos de 70%. O bom desempenho chamou atenção de pesos-pesados como JPMorgan, Eaton Vance e PGIM Fixed Income, que recomendaram ou compraram a dívida da nação.

Bukele lidera as pesquisas para presidente. Uma de suas principais bandeiras é a redução do crime no país, algo conquistado após a prisão de dezenas de milhares de supostos membros de gangues. Se vencer, ele será empossado para um segundo mandato de cinco anos em junho.

(Com informações da Bloomberg)