Fundos imobiliários acompanham tensão do mercado e fecham em queda de 0,40%

O fundo Riza Akin ([ativo=RZAK11]) liderou a lista das maiores altas do dia, com elevação de 2,21%

Wellington Carvalho

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O IFIX – índice que reúne os fundos imobiliários mais negociados na Bolsa – fechou a sessão desta segunda-feira (7) em queda de 0,40%, aos 2.730 pontos. O fundo Riza Akin (RZAK11) liderou a lista das maiores altas do dia, com elevação de 2,21%. Confira os demais destaques do dia ao longo do Central de FIIs.

Um dos fundos mais recomendados pelos analistas, o TRX Real Estate (TRXF11) já não descarta que o cenário de juros elevados no País dure mais tempo do que o esperado. Em relatório gerencial, gestores da carteira manifestaram preocupação com a inflação no País, mas reforçaram confiança no investimento em FIIs mesmo em períodos de maior volatilidade.

Nesta segunda-feira (7), o mercado financeiro elevou pela oitava semana seguida a projeção para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no final de 2022, para 5,65%, acima do teto da meta do governo federal, de 5%.

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A perspectiva está alinhada com a projeção traçada pelo TRX Real Estate diante dos recentes indicadores da economia nacional e, principalmente, dos reflexos da guerra na Ucrânia, como a pressão inflacionária externa que pode afetar internamente os preços.

“Ainda é cedo para estimarmos a magnitude dos impactos causados pela guerra na Ucrânia, mas parece que estamos entrando novamente em uma situação em que é provável que a Selic continue sua trajetória de alta por mais tempo do que o esperado”, aponta o relatório gerencial do TRX Real Estate.

Atualmente em 10,75% ao ano, a taxa básica de juros da economia nacional, a Selic, é o principal instrumento do Banco Central para conter a inflação. A previsão do mercado para o indicador no fim de 2022 se manteve em 12,25% ao ano, mas cresceu a estimativa para 2023, de 8,00% para 8,50%, e de 2024, de 7,25% para 7,38%, diante do temor de uma inflação mais persistente.

Mesmo em um cenário volátil, os investidores podem encontrar nos fundos imobiliários boas oportunidades para construir renda passiva no longo prazo, aponta o relatório do TRX Real Estate.

“Nesse cenário, os fundos imobiliários, como todo investimento em imóveis, são uma forma natural de proteção contra a inflação ao longo do tempo já que suas receitas são indexadas por índices de preços”, lembra o documento.

Maiores altas desta segunda-feira (07):

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Ticker Nome Setor Variação (%)
RZAK11 Riza Akin Títulos e Val. Mob. 2,21
BTLG11 BTG Pactual Logistica Logística 1,54
KNHY11 Kinea High Yield Títulos e Val. Mob. 0,98
MCCI11 Mauá Capital Títulos e Val. Mob. 0,95
BTAL11 BTG Pactual Agro Outros 0,81

Maiores baixas desta segunda-feira (7):

Ticker Nome Setor Variação (%)
HGRE11 CSHG Real Estate Lajes Corporativas -3,66
BLMG11 Bluemacaw Logística Logística -2,21
BCFF11 BTG Pactual Fundo de Fundos Títulos e Val. Mob. -1,77
XPCM11 XP Corporate Macaé Lajes Corporativas -1,67
FIIB11 Industrial do Brasil Híbrido -1,48

Fonte: B3

Alianza Urban (AFOF11) planeja investimento de R$ 80 milhões em imóvel em Mauá (SP)

O fundo Alianza Urban Hub Renda assinou, na última sexta-feira (4), compromisso para compra de um empreendimento na cidade de Mauá, no Estado de São Paulo.

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De acordo com comunicado ao mercado, o fundo sinaliza investir R$ 80 milhões no imóvel de aproximadamente 30 mil metros quadrados de área construída.

Segundo o documento, a conclusão do negócio está condicionada à superação de condições previstas em acordos de compra e venda de imóveis.

O Alianza Urban Hub Renda investe predominantemente em cotas de outros FIIs, que respondem atualmente por quase 90% do portfólio do fundo.

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Giro imobiliário: projeção para a inflação de 2022 volta a subir e alta da Selic pode inibir estratégia da Log com os FIIs

Relatório Focus: projeção para a inflação de 2022 sobe pela oitava semana seguida

A mediana das estimativas para o IPCA, o índice de inflação oficial do Brasil, avançou pela oitava semana consecutiva no Relatório Focus, para 5,65%, e está cada vez mais distante do teto da meta definida pelo governo para 2022 (5,0%).

A pesquisa, coletada semanalmente pelo Banco Central com mais de 100 instituições financeiras, também aponta um aumento na expectativa para o PIB (Produto Interno Bruto) deste ano, de 0,30% para 0,42% em uma semana.

A revisão ocorre após a divulgação do PIB de 2021, que veio acima das expectativas e “melhorou” o crescimento da economia brasileira em 2022 devido ao “carrego estatístico” do resultado.

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Para a Selic (taxa básica de juros da economia), a previsão para o fim de 2022 se manteve em 12,25% ao ano, mas cresceu a estimativa para 2023, de 8,00% para 8,50%, e de 2024, de 7,25% para 7,38%, diante do temor de uma inflação mais persistente.

Momento ruim para fundos imobiliários, com alta da Selic, pode afetar “reciclagem” de ativos da Log?

O boom do e-commerce, efeito da pandemia de Covid-19, trouxe uma oportunidade e tanto para as empresas que fazem parte do ecossistema do setor de logística. A Log Commercial Properties (LOGG3), por exemplo, manteve contrato com gigantes do varejo para aluguel de seus galpões logísticos classe A, com taxa de inadimplência baixíssima.

A “melhor carteira logística do país”, como define a própria companhia, rendeu à Log um lucro líquido de R$ 383 milhões ao final do último trimestre de 2021, fechando o ano com um faturamento 170% maior do que o registrado em 2020.

O aumento da Selic para dois dígitos não azeda os planos de crescimento da Log, mas pode dificultar um pouco a estratégia de reciclagem de ativos da empresa (quando ela se desfaz de unidades antigas para construir novas).

Isso porque os fundos imobiliários são compradores potenciais desses ativos e os FIIs naturalmente perdem atratividade em um momento de alta dos juros. Mesmo assim, a empresa diz que está em negociação com alguns fundos e que a alta da Selic não deve atrapalhar seus planos. “Mesmo nesse cenário instável, ainda temos números que indicam um crescimento bastante robusto, e pelo qual estamos bastante otimistas”, disse Sergio Fischer, CEO da Log, em live do InfoMoney.

Wellington Carvalho

Repórter de fundos imobiliários do InfoMoney. Acompanha as principais informações que influenciam no desempenho dos FIIs e do índice Ifix.