Dólar a R$ 2,40? Veja as ações que mais se beneficiam da alta

Fibria (FIBR3), Suzano (SUZB5) e Vale (VALE3 e VALE5) são as principais apostas do analistas com o dólar em alta expressiva perante o real

Arthur Ordones

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SÃO PAULO – O dólar encerrou no maior patamar em mais de quatro anos perante o real na última sexta-feira (16). Mesmo com o Banco Central negociando US$ 1,076 bilhão em contratos de swap cambial, que equivalem à venda de dólares no mercado futuro, a moeda terminou a semana passada a R$ 2,396. No ano, a moeda já apresenta uma alta de 16,99%, sendo que somente no mês de agosto a valorização é de quase 5% e, em 12 meses, de 18,66%.

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O mercado de câmbio anda turbulento desde o primeiro semestre, devido à perspectiva de que o Federal reserve (Fed), Banco Central norte-americano, reduza os estímulos monetários do país, com o fim do QE3 (quantitative easing), que é um programa que visa aumentar a quantidade de dinheiro em circulação na economia, além das perspectivas de aumento de juros nos EUA, visto que o país está conseguindo manter um ritmo de crescimento, afastando sinais da crise econômica iniciada há cinco anos.

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Apesar de algumas empresas, que compram em dólar e vendem em real, serem muito prejudicadas, companhias que estão na situação contrária estão sendo beneficiadas, acumulando altas expressivas no ano. De acordo com Leandro Martins, analista da Walpires Corretora, o setor que mais está sendo beneficiado pela alta expressiva do dólar perante o real é o de Papel e Celulose.

A Fibria (FIBR3) subiu 8,17% na sexta-feira, mesmo dia em que o dólar subiu 2,46%, a R$ 2,3960, maior valor perante o real desde 3 de março de 2009, quando a moeda tinha sido vendida a R$ 2,441. No mês, a alta da companhia é de 7,20%, até a última sexta-feira (16), e no acumulado de 2013 de 20,65%. “A Fibria tem fundamentos e é muito objetiva. Quando tem a alta do dólar, os investidores costumam correr para esses papeis, pois além do impacto positivo na bolsa, eles têm o impacto positivo no preço das ações, nos fundamentos e resultados. O setor tem uma correlação bem forte com o movimento do câmbio”, afirmou.

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A Suzano (SUZB5), do mesmo setor, está com uma alta de 12,34% no mês, até a última sexta-feira (16), e valorização de 26,96% no acumulado de 2013.

De olho também em empresas exportadoras de coomodities
O analista da Amaril Franklin, Eduardo Machado, explicou que empresas exportadoras de commodities também tendem a se beneficiar desta situação, porque essa variação cambial faz com que o preço do setor seja mais atrativo no mercado externo. “Só não é mais atrativo porque a desvalorização cambial não é só no Brasil, mas sim nos principais mercados, então, com os outros se beneficiando também, isso fica menos expressivo por aqui”, afirmou.

Para ele, a Vale (VALE3 e VALE5) é o destaque nesse setor, uma vez que vem sendo beneficiada e já apresenta uma alta de 18,57% em seus papeis ordinários e de 14,99% em seus ativos preferenciais classe A, somente no mês de agosto. No entanto, apesar dos números bons no oitavo mês do ano, a companhia ainda apresenta uma queda acumulada em 2013, de 10,68% e 18,57%, respectivamente, devido à situação da China no primeiro semestre, principal importadora da companhia.

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O analista lembrou que essa alta expressiva no segundo mês do segundo semestre não se deve somente à alta do dólar, mas sim também à melhora nos indicadores da economia chinesa e à recuperação marginal dos preços dos minérios.

Apostas devem valer, no mínimo, até o final do ano
As apostas em companhias que se beneficiam da alta do dólar devem valer, no mínimo, até o final do ano, visto que analistas do mercado preveem que esta valorização continue, devido à situação dos EUA, podendo alcançar até R$ 2,70. Essa aposta, a mais alta entre os analistas consultados pela reportagem do jornal Folha de S.Paulo, é do professor da FIA, Ricardo Rocha.