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Mesmo diante de juros elevados no Brasil, incertezas globais e, mais recentemente, da guerra tarifária iniciada pelos Estados Unidos, alguns fundos imobiliários (FIIs) conseguiram entregar proventos generosos aos cotistas.
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Relatório da Grana Capital revela que os FIIs distribuíram até 46,18% em dividendos nos 12 meses encerrados no fim do primeiro trimestre deste ano. O levantamento analisou 211 fundos disponíveis no mercado – incluindo tanto os que compõem o Ifix quanto os que estão fora do indicador.
Apenas em 2025, o Ifix acumula alta de 7,50%, recuperando parte das perdas registradas no fim de 2024 e início deste ano, em meio à deterioração das expectativas de inflação e ao aumento das preocupações com as taxas de juros.
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Os FIIs que mais pagaram dividendos
O destaque do período foi o Brio Real Estate III (BRIP11), da Brio Investimentos, com um dividend yield (DY) de 46,18%. No total, cada cota distribuiu R$ 374,07 em proventos. Apesar disso, o fundo registrou uma queda de 17,93% , o que impactou o retorno total dos investidores.
O BRIP11, criado em outubro de 2020, é um fundo com prazo determinado e está em fase de desinvestimento (momento em que devolve o capital via rendimentos e amortizações), com liquidação prevista para outubro de 2026. O Brio Real Estate II (BRIM11) – fundo da mesma casa que aparece em segundo lugar na lista, com DY de 36,86% – também está em processo de desinvestimento, com encerramento previsto para 23 de julho deste ano.
Cezar Antonio Gonçalves Filho, especialista em fundos de investimentos imobiliários na WIT Invest, disse que a alocação em FIIs em processo de desinvestimento deve ser analisada caso a caso. Isso porque quando o fundo desinveste, ele devolve esse capital para o cotista em forma de amortização, que não é isenta de imposto de renda.
“É sempre bom pesar ali, na hora de fazer o investimento, a questão da tributação e a questão do custo de oportunidade. No mercado descontado, como temos hoje, muitas vezes, se o cliente não fizer a conta correta, ele pode deixar passar boas oportunidades e comprar um fundo só porque ele vai fazer o desinvestimento, que no final das contas já subiu”, falou.
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O Polo Recebíveis Imobiliários (PLRI11), administrado pela Oliveira Trust, ficou em terceiro lugar na lista, com um dividend yield de 35,99% e pagamentos que somaram R$ 5,76 por cota. Outro nome entre os dez maiores pagadores de dividendos é o Hectare CE (HCTR11), da gestora Hectare Capital. Com um DY de 21,31%, o fundo distribuiu R$ 4,39 por cota e representa 0,34% do peso do Ifix.
Veja lista dos 10 FIIs que mais pagaram dividendos
Ticker | Dividendos por cota de FII (em R$) | DY 12 meses |
---|---|---|
BRIP11 | 374,07 | 46,18% |
BRIM11 | 230,76 | 36,86% |
PLRI11 | 5,76 | 35,99% |
RBLG11 | 11,6 | 23,67% |
BNFS11 | 16,5 | 23,37% |
MAXR11 | 14,49 | 21,96% |
HCTR11 | 4,39 | 21,31%* |
URPR11 | 12,21 | 19,95%* |
DEVA11 | 5,76 | 19,20%* |
LIFE11 | 1,72 | 19,08%* |
*Participação no Ifix
O que esperar do mercado de FIIs até o final de 2025?
Gonçalves Filho, da WIT Invest, disse que o mercado de fundos imobiliários tende a andar lateralmente em 2025 por causa dos juros elevados e das expectativas com a eleição do próximo ano. “Eventualmente, alguma surpresa positiva ali no campo fiscal pode fazer com que destrave o valor, mas a expectativa é que esse valor venha a se destravar e as cotas andem de fato a partir de 2026”.
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Em relação à distribuição de dividendos, falou, há muitos fundos descontados no mercado e, na média, é possível montar carteiras que pagam 1% de dividendo líquido ao mês. “Esses descontos vêm diminuindo, o mercado já reagiu um pouco em relação ao final do ano passado, mas eles ainda existem e é muito possível observar ali no mercado secundário boas oportunidades”.
Os fundos imobiliários do tipo FoF – os chamados fundos de fundos -, por exemplo, operam com até 20% de desconto. Bruno Nardo, sócio e gestor multiestratégia da RBR Asset, disse no último programa Liga dos FIIs, do InfoMoney, que esse tipo de veículo “é uma oportunidade para quem pensa no longo prazo e quer uma gestão ativa que vá otimizando a carteira ao longo do tempo.”
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