Distribuição global de dividendos cai 11,4% no 3º trimestre, mas pior ficou para trás, diz Janus Henderson

De acordo com a gestora britânica, uma alta nos pagamentos não deve acontecer antes do segundo trimestre de 2021

Mariana Zonta d'Ávila

(Frederica Aban/Getty Images)

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SÃO PAULO – O fechamento das grandes economias mundiais para conter as contaminações pelo coronavírus prejudicou a geração de lucro corporativo, levando muitas empresas a cortarem – ou suspenderem – o pagamento de proventos em meio à crise.

De acordo com o estudo “Global Dividend Index”, que mapeia as tendências de dividendos no mundo, feito pela gestora de recursos Janus Henderson, os pagamentos de proventos recuaram 11,4% no terceiro trimestre na comparação com igual período de 2019, para US$ 329,8 bilhões – o menor patamar desde 2016.

Ainda assim, o desempenho foi melhor que o apresentado entre os meses de abril e junho deste ano, quando houve queda anual de 22%.

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Os prognósticos para 2021 são mais otimistas, mas não há espaço para exageros nas projeções.

Na avaliação da gestora britânica, que detém cerca de US$ 360 bilhões sob gestão, os maiores cortes de proventos ficaram para trás, mas uma alta nos pagamentos não deve acontecer antes do fim de março do próximo ano.

“A grande dúvida recai sobre as regulamentações no Reino Unido, na Europa e na Austrália com relação aos pagamentos bancários. E, é claro, muito depende da pandemia e da severidade e da duração dos novos lockdowns”, escreve a asset, em relatório.

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A gestora destaca que os dividendos estão sendo impactados de forma diferente ao redor do mundo, com mercados da Europa, do Reino Unido e da Austrália mais prejudicados, ao passo que os de emergentes e da América do Norte se provaram mais resilientes, em parte por conta de os dividendos nos EUA terem sido protegidos por uma redução nas recompras de ações.

No grupo de emergentes, a Janus chama atenção para a grande variedade de países com diferentes exposições setoriais, modelos econômicos e experiências distintas com a pandemia.

“Poderemos ver um efeito tardio sobre os pagamentos de dividendos nos próximos meses, mas, no geral, o terceiro trimestre foi relativamente resiliente [para a região]”, diz a gestora.

O destaque positivo da região ficou com a China, que registrou aumento de 3,3% nos dividendos do segundo para o terceiro trimestre, para US$ 30 bilhões, acima do restante do mundo e levemente abaixo do registrado no mesmo período de 2019.

Com relação ao Brasil, a gestora britânica destaca que os cortes nos proventos das companhias foram ofuscados pela retomada no pagamento de dividendos da Vale no fim de setembro, no valor de R$ 12,4 bilhões.

De acordo com a Janus, no cenário mais otimista, os dividendos globais podem cair para US$ 224 bilhões. Já no pior cenário, a expectativa é de queda para US$ 1,16 trilhão.

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