Ceticismo de investidores com relação a desempenho de ações brasileiras em 2020 aumenta, mostra BofA

Segundo pesquisa do BofA, 43% dos participantes acreditam que as ações brasileiras terão boa performance nos próximos seis meses

Mariana Zonta d'Ávila

(CarlaNichiata/Getty Images)

SÃO PAULO – Com estimativas cada vez menores para o desempenho da economia brasileira em 2020 e com a forte volatilidade dos ativos de renda variável em meio ao coronavírus, investidores estão com expectativas mais contidas para o comportamento das ações brasileiras neste ano. É o que mostra a pesquisa “Latam Fund Manager”, elaborada pelo Bank of America com gestores de recursos e feita entre os dias 3 e 9 deste mês.

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De acordo com o levantamento, apenas 43% dos participantes acreditam que as ações brasileiras terão uma boa performance nos próximos seis meses. Em março, o percentual era de 56%, enquanto, em janeiro, mais de 80% dos entrevistados estavam otimistas com a Bolsa.

Após queda da ordem de 30% do Ibovespa no último mês, metade dos entrevistados vê o principal benchmark da Bolsa brasileira negociando entre 80 mil e 95 mil pontos em dezembro. A pontuação, que no mês anterior só era estimada por 7% dos entrevistados, implicaria valorização de até 17,3% em relação ao patamar atual.

Além disso, diferentemente de março, nenhum gestor vê o Ibovespa negociando acima dos 110 mil pontos.

Sob o impacto da Covid-19, a atividade brasileira deve ter contração de 3% a 4% em 2020, segundo 50% dos entrevistados da pesquisa. Com relação à Selic, 87% dos entrevistados esperam novos cortes pelo Banco Central.

Entre os principais fatores que podem trazer o crescimento de volta para o Brasil, a maior parte dos entrevistados destaca a melhora do cenário externo. Na sequência, aparece o retorno do investimento privado.

América Latina

Apesar de perspectivas mais baixas para as ações brasileiras, na América Latina como grupo, os gestores se dizem mais propícios a aumentar a fatia de risco. Segundo a pesquisa do banco americano, 46% pretendem aumentar a alocação em ações, acima dos 29% em março.

A maior parte dos investidores possui posição “overweight” (acima da média) em consumo discricionário e utilities. Financeiras e bens de consumo aparecem na sequência.

Questionados sobre a recuperação das economias da América Latina, 60% dizem acreditar que será lenta ou não acontecerá no curto prazo. Assim como na pesquisa global, a maior parte dos entrevistados (73%) espera uma recuperação em tendência de “U”.

Divulgada mensalmente, a pesquisa com foco na América Latina do BofA consultou na edição de abril 30 gestores, com um total de US$ 60 bilhões em recursos sob gestão.

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