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SÃO PAULO – O mercado de ETFs ganhou mais um produto nesta quarta-feira, a partir do início das negociações do fundo de índice da Bradesco Asset Management (Bram). Listado sob o código de negociação “BOVB11” e com patrimônio inicial de R$ 750 milhões, o ETF é o quarto que se propõe a replicar o desempenho do Ibovespa, o principal índice do mercado de ações do Brasil.
O lançamento marca a entrada da gestora do Bradesco em ETFs, com um produto mais barato que os dos concorrentes, com taxa de administração anual de 0,20%. Depois da redução de custo feita na semana passada, a BlackRock passou a cobrar taxa de administração de 0,30% sobre o patrimônio do “BOVA11”, o principal ETF do mercado brasileiro, a mesma taxa do produto do Itaú (“BOVV11”) e abaixo da Caixa Econômica (“XBOV11”), com custo de 0,50% ao ano.
E por que lançar um ETF só agora?
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“Estamos sempre atentos às tendências de mercado. Olhando para o mercado, principalmente o internacional, leva-se um tempo de maturação e, em dado momento, o produto estoura. E acreditamos que o momento é propício para lançar um produto de Bolsa com tudo que está acontecendo na economia local”, diz Ricardo Eleuterio, superintendente-executivo da Bram.
O patrimônio líquido da indústria de ETFs no Brasil já cresceu mais de 50% neste ano, ao passar de R$ 11,8 bilhões, em dezembro de 2018, para R$ 18,1 bilhões, em maio. Do total mais recente, R$ 6,3 bilhões se referem ao BOVA11 (BlackRock) e R$ 6,4 bilhões, ao BOVV11 (Itaú).
O objetivo da Bram, reforça Eleuterio, é ter uma grade completa de produtos aos clientes. A decisão de entrar no mercado de ETFs foi estratégica. “Lá fora, a participação dos ETFs na indústria de fundos é de cerca de 10%, enquanto, por aqui, é de 0,38%”, destaca Marcelo Cherri, gerente de produtos indexados da Bram.
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Como chegou em quarto lugar no segmento de ETFs de Ibovespa, a gestora tentará brigar a base de custo, buscando atrair investidores que querem fazer uma poupança com uma nova realidade de taxa de juros no Brasil, frisa Eleuterio.
O novo produto também terá como objetivo estimular os aluguéis, com limite para empréstimo de ações individualmente e da carteira como um todo de 70% do patrimônio.
A Bram ainda vai seguir com sua grade de fundos indexados ao Ibovespa, com taxas de administração que partem de 0,50% ao ano e podem chegar a 3,5%, segundo dados da Economatica. Na avaliação do superintendente, os produtos não se misturam e há demandas para fundos e ETFs, ainda que ambos busquem replicar o mesmo referencial.
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Por fim, a gestora também indicou que pretende ampliar o leque de ETFs ofertados e os executivos já admitem analisar um produto de renda fixa e outro fundo de índice com foco na exposição internacional.
Indústria nacional
Com o lançamento do produto do Bradesco, o mercado passa a contar hoje com 18 ETFs, dos quais dois de renda fixa. Dentre os fundos de índice existentes hoje, as taxas de administração variam de 0,059% (“PIBB11”, que busca refletir o desempenho do IBrX-50) a 0,69% (“SMAL11”, que espelha a trajetória de uma carteira composta pelas empresas de menor capitalização da Bolsa).
O BOVA11 é o ETF mais líquido da Bolsa. Investidores institucionais representam a maior fatia desse segmento, com 68% do volume negociado em maio, enquanto as pessoas físicas respondem por 11,34%.
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As cotas de um ETF são negociadas na B3 de forma semelhante às ações. O produto permite ao investidor replicar o desempenho de um índice (que pode ser de renda fixa ou variável), sem precisar aplicar individualmente em cada papel, diversificando seu portfólio com uma única operação.
O Imposto de Renda é de 15% sobre o lucro no momento da venda das cotas, independentemente do período aplicado.
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