BlackRock desloca parte dos fundos da China após rali da bolsa

Gestora planeja transferir parte dos fundos para mercados emergentes que estão no início do estágio de recuperação

Bloomberg

Painel de ações e gráfico (Crédito: Shutterstock)

(Bloomberg) – A BlackRock se une à lista de investidores globais que realizam lucro com ações chinesas após um rali histórico. Agora, a maior gestora de recursos do mundo planeja transferir parte dos fundos para mercados emergentes que estão no início do estágio de recuperação.

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Gordon Fraser, corresponsável por ações de mercados emergentes globais da BlackRock, começou a apostar em empresas de países como Índia, Indonésia, Rússia e México, que estão entre os mais atingidos pela pandemia, mas com perspectivas de recuperação devido às suas “economias muito flexíveis”. Esses países têm níveis sustentáveis de dívida, taxas de câmbio flutuantes e populações resilientes acostumadas a lidar com choques econômicos, disse em entrevista.

A BlackRock, com cerca de US$ 7,3 trilhões em ativos sob gestão no fim de junho, se une ao DWS Group e HSBC ao apontar para o desempenho recente das ações chinesas como motivo para realizar lucro. O índice MSCI China havia subido mais de 40% em relação à mínima de 19 de março, em meio a sinais de recuperação econômica da pandemia e propaganda da mídia estatal, antes de reduzir os ganhos nos últimos dias quando o país tomou medidas para esfriar o frenesi especulativo.

“O viés é reduzir a exposição e realizar lucro, porque eles se saíram bem”, disse Fraser, que trabalha em Hong Kong e cujo principal fundo de US$ 1,3 bilhão superou 93% dos pares nos últimos três anos, segundo dados compilados pela Bloomberg. “Ainda estamos overweight em China. Não somos negativos. Somos apenas mais positivos em outras oportunidades que ainda precisam aproveitar a melhora econômica.”

A redução da exposição às ações chinesas ocorre depois de Fraser ter aumentado as posições de janeiro a fevereiro, mesmo quando o coronavírus assolava o país.

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O gestor também permanece otimista em relação às ações de países em desenvolvimento porque a classe de ativos não superou seus pares de mercados desenvolvidos, os rendimentos dos títulos permanecem baixos e os lucros parecem se recuperar, disse. Se a história servir de guia, as ações de países em desenvolvimento superaram pares da economia avançada por dois anos depois que os lucros dos componentes do índice MSCI de mercados emergentes chegaram ao piso no início de 2016, disse Fraser.

“A maior aposta para os próximos seis meses é que os mercados emergentes estão bem posicionados para sair da Covid”, disse. “Mercados emergentes são grandes beneficiários da generosidade política global. Começamos a mover o portfólio no auge da crise comprando aqueles que acreditamos que se recuperarão mais.”

O índice MSCI de mercados emergentes se valorizou cerca de 39% desde a mínima do ano, em 23 de março. O ganho se compara ao avanço de 43% do índice MSCI World de ações de países desenvolvidos.

Um dos riscos que ele observa de perto são os eventos de crédito nos EUA, como a inadimplência crescente, que pode ter repercussões em mercados emergentes.

Fraser permanece cauteloso em relação ao Brasil, porque o país possui uma das posições fiscais mais desafiadoras de mercados emergentes, mas ele acredita que existem oportunidades no setor de energia e matérias-primas.

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