Binance registra US$ 780 milhões em saques após ação da SEC

Criptomoedas, no entanto, passam por recuperação na tarde desta terça-feira (6)

Lucas Gabriel Marins

(Gabby Jones/Bloomberg)

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A nova batalha judicial entre a Securities and Exchange Commission (SEC, a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos) e a Binance gerou uma corrida de saques na maior exchange de criptomoedas por valor de mercado.

Nas últimas 24 horas, segundo dados da casa de análise Nansen, os clientes da corretora global e do braço da empresa nos EUA, a Binance.US, sacaram quase US$ 780 milhões em criptoativos de diversos protocolos.

Na segunda-feira (5), a SEC entrou com um processo contra a exchange e seu CEO, o sino-canadense Changpeng “CZ” Zhao, por violação da lei de valores mobiliários do país. No total, o regulador acusa o império cripto de 13 violações, entre elas usar indevidamente fundos de clientes, mentir para as autoridades e operar de forma ilegal.

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Após a divulgação da abertura do processo, o mercado de criptomoedas encolheu US$ 42 bilhões, segundo o agregador CoinMarketCap.

Ontem, a Binance divulgou em seu blog que ficou desapontada com o processo. A exchange escreveu, no entanto, que leva a sério as alegações da SEC e que vai defender “vigorosamente a plataforma” na ação.

Apesar das retiradas, dados de Nansen citados pelo site especializado em criptomoedas CoinDesk mostram que o saldo de stablecoins na Binance permanece saudável. Atualmente, a exchange tem US$ 8 bilhões em criptomoedas estáveis, com uma saída de sete dias de US$ 519 milhões, ou cerca de 6% do total. A OKX, a corretora que vem na sequência, tem um saldo de US$ 4 bilhões.

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Recuperação

Na ação, além de acusar a Binance, o regulador também mira em moedas digitais que, segundo sua visão, são consideradas valores mobiliários e deveriam estar sob sua alçada.

São elas: Solana (SOL), Cardano (ADA), Polygon (MATIC), Filecoin (FIL), Cosmos (ATOM), Sandbox (SAND), Decentraland (MANA), Algorand (ALGO), Axie Infinity (AXS) e COTI (COTI).

Todas caíram logo após a notícia, assim como o Bitcoin (BTC) e o Ethereum (ETH), os dois principais ativos do setor.

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No entanto, as criptos deram um salto e votaram a subir na tarde desta terça-feira (6). Às 17h41, o BTC era negociado a cerca de US$ 27 mil, com alta de 5,4% nas últimas 24 horas. Já o Ethereum operava a US$ 1.880, com ganho de 4,2% desde ontem. O mercado como um todo retomava 4,2% de valor, a US$ 1,17 trilhão.

Lucas Gabriel Marins

Jornalista colaborador do InfoMoney