Até onde Bitcoin pode cair? Analistas veem mais “sangria” pela frente; veja projeções

Expectativas de longo prazo são otimistas, mas o halving, evento previsto para daqui a um mês, costuma trazer volatilidade

Lucas Gabriel Marins

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O Bitcoin (BTC) passou por forte correção nesta terça-feira (19) em meio à desaceleração no ritmo de entradas nos ETFs (fundos de índice) à vista dos Estados Unidos e ao aumento de liquidações em massa no mercado de derivativos. A criptomoeda chegou a cair abaixo dos US$ 63 mil, 7% a menos que no dia anterior. O baque, no entanto, pode não ter chegado ao fim, segundo analistas consultados pelo InfoMoney.

“Se houver continuidade da queda, no curto e médio prazo, o preço do Bitcoin poderá testar as regiões de liquidez entre as faixas de preços de US$ 61.357 e US$ 57.200 como pontos de suporte“, disse Ana de Mattos, analista técnica e trader parceira da empresa de tecnologia blockchain Ripio. Se isso se confirmar, o recuo poderia chegar 16% frente ao preço de segunda-feira.

Há quem aposte em queda ainda maior. Fernando Pereira, analista da corretora Bitget, disse que perto do halving – atualização programada para abril que reduz pela metade a emissão do Bitcoin – o criptoativo pode recuar de 20% a 30% antes ou depois do evento. Na prática, significaria que o ativo poderia alcançar, em algum momento nas próximas semanas, US$ 44.800 a US$ 51.200.

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“Isso pode ocorrer devido ao grande aumento de pequenos players entrando no mercado, que acaba servindo de liquidez para que grandes investidores realizem seus lucros do ano”, explica.

Oportunidade de compra?

Os analistas da corretora Bernstein, Gautam Chhugani e Mahika Sapra, escreveram em relatório divulgado nesta terça que a queda “oferece uma oportunidade de compra antes do halving“. Segundo eles, após o evento a cripto tem espaço para subir 134% no médio e longo prazos. “A correção parece saudável e não afeta nossa visão de ciclo cruzado, ou seja, de que o Bitcoin está caminhando para US$ 150 mil como a alta do ciclo em 2025”, escreveram.

No inicio desta semana, o britânico Standard Chartered Bank também reformulou sua previsão anterior e disse que o preço-alvo do Bitcoin é de US$ 150 mil no final do ano, ante os US$ 100 mil citados anteriormente.

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“Acreditamos que a analogia do ouro – em termos de impacto do ETF e do mix ideal de portfólio – continua sendo um bom ponto de partida para estimar o nível de preço ‘correto’ do BTC no médio prazo”, disse a instituição financeira em nota.

Desde que foram liberados para negociação, no dia 11 de janeiro, o primeiro lote de ETFs à vista dos EUA atraiu US$ 12 bilhões em entradas líquidas. O ritmo, no entanto, diminuiu. O maior deles – o GBTC, da gestora Grayscale – registrou US$ 643 milhões de retiradas na segunda-feira (18), afetando o preço do ativo digital. “Foi a maior saída para GBTC até agora”, disse Eric Balchunas, analista de ETFs da Bloomberg.

Por causa da redução no fluxo e da queda de preço, as corretoras de derivativos de criptomoedas liquidaram US$ 516 milhões em posições compradas (aquelas que apostam na alta da cripto) nas últimas 24 horas, segundo dados da plataforma CoinGlass, jogando o mercado ainda mais para baixo.

Lucas Gabriel Marins

Jornalista colaborador do InfoMoney