As ações mais recomendadas pelos analistas para comprar em dezembro; Gerdau, Itaú e Vale lideram a seleção

Seleção para este mês ficou praticamente inalterada, com a entrada apenas de Rede D'Or entre as preferidas das corretoras

Mariana Zonta d'Ávila

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Após mais um mês de grande aversão ao risco, com uma nova variante da Covid-19 chacoalhando os mercados globais, e diante de uma alta constante da inflação, investidores têm optado por adotar posições em empresas consideradas mais defensivas, expostas ao ambiente internacional e a commodities.

É o que mostra levantamento feito pelo InfoMoney com dez corretoras. Apesar de movimentações individuais das casas, não houve uma mudança na seleção compilada, com a manutenção de todos os nomes e entrada apenas de Rede D’Or (RDOR3), com quatro menções.

A justificativa é de que a rede de hospitais deve continuar apresentando resultados sólidos nos próximos trimestres e manter um movimento de fusões e aquisições (M&A, na sigla em inglês) robusto.

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Em dezembro, a Vale (VALE3), que liderava as recomendações ao lado de Itaú Unibanco (ITUB4), ganhou mais uma empresa ao seu lado: Gerdau (GGBR4). As três têm cinco menções cada para este mês.

O InfoMoney divulga a compilação das recomendações todo início de cada mês, selecionando os cinco nomes mais citados pelas dez corretoras consultadas. O número de indicações pode ser maior, se houver empate, como neste mês.

Confira a seguir as ações mais indicadas para dezembro, a quantidade de recomendações e o desempenho de cada papel em novembro, no ano e em 12 meses:

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Empresa Ticker Nº de recomendações Retorno em novembro Retorno em 2021 Retorno em 12 meses
Gerdau GGBR4 5 2,70% 18,61% 29,22%
Itaú Unibanco ITUB4 5 -2,76% -11,21% -1,41%
Vale VALE3 5 -2,32% -5,91% 5,49%
Arezzo ARZZ3 4 -9,12% -1,15% -2,95%
Rede D’Or RDOR3 4 -14,97% -25,09%
WEG WEGE3 4 -12,89% -13,99% -11,41%
Ibovespa  – -1,53% -14,37% -6,41%

*Indicações compiladas das carteiras de ações de Ágora, Ativa, BB Investimentos, BTG Pactual, Elite, Genial, Guide, Órama, Santander Corretora e XP Investimentos.
Fonte: Economatica

Commodities são destaque

Bruno Madruga, head de renda variável do escritório Monte Bravo Investimentos, avalia que os investidores deverão continuar a monitorar em dezembro o rali das commodities, em meio à recuperação do preço do minério de ferro, contribuindo para a valorização das ações da Vale, por exemplo.

“As perspectivas para o setor de commodities são bastante positivas. A China parou a produção de aço por um tempo, por conta de questões regulatórias do governo, e agora parece que pode voltar. Com isso, o preço do minério tende a se recuperar e as empresas de siderurgia devem se beneficiar”, diz.

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Johanna Kyrklund, CIO e head de alocação da Schroders, gestora com US$ 970 bilhões em ativos sob gestão, também afirmou na quarta-feira (1) que tem incluído posições em commodities no portfólio, de forma a proteger o investidor da forte pressão inflacionária. Ela ressaltou ainda uma postura mais cautelosa diante do aumento das incertezas.

No radar dos investidores em dezembro, Madruga chama atenção para sinalizações sobre o movimento de alta de juros por parte do Federal Reserve (o banco central americano), com uma mudança da postura do presidente de autoridade monetária, reconhecendo o impacto da inflação.

O mercado também deve ficar de olho na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que acontece na semana que vem. A expectativa, segundo o relatório Focus, do Banco Central, mais recente, é de alta de 1,5 ponto percentual da Selic, para 9,25% ao ano.

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Gerdau (GGBR4)

Com cinco recomendações, Gerdau, que já estava na seleção compilada de novembro, está entre as ações preferidas dos analistas para investir este mês.

O papel foi incluído na carteira da Ativa Investimentos, que justifica a entrada de forma a aproveitar a resiliência da companhia no mercado doméstico e sua exposição ao mercado norte-americano, onde atualmente atua com capacidade quase plena.

“O bom terceiro trimestre da Gerdau foi coroado com o anúncio de distribuição de fortes proventos. Ademais, em termos de valuation, vemos Gerdau negociando com um prêmio inferior à média histórica dos últimos dois anos frente aos pares”, escrevem os analistas.

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De acordo com a XP Investimentos, que também tem recomendação de compra para Gerdau, a companhia deve continuar se beneficiando do boom na recuperação do aço no mundo.

O time de análise chama atenção ainda para a diversificação de operações da empresa, o que faz com que uma potencial desaceleração da economia brasileira tenha impacto mais limitado para Gerdau, quando comparada a outras siderúrgicas nacionais, dado que ela tem exposição relevante aos Estados Unidos e a outros países da América Latina.

“Apesar dos resultados recordes recentes, esperamos que a companhia seja capaz de capturar o bom momento da indústria no mundo e, assim, manter as margens em patamares saudáveis daqui para frente”, escrevem os analistas.

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Itaú Unibanco (ITUB4)

Também com cinco menções para este mês, Itaú Unibanco está na seleção recomendada da Ativa Investimentos.

A justificativa é de que apesar dos desafios que os bancos tradicionais atravessarão nos próximos anos, com a modernização e aumento de competitividade no sistema financeiro nacional, o Itaú possui boa qualidade em sua carteira de crédito e uma “diretoria proativa a esses desafios”, que une tecnologia ao mesmo tempo em que conserva seus diferenciais, como o relacionamento com o cliente.

Em relatório, o BTG Pactual diz ter gostado dos resultados referentes ao terceiro trimestre do Itaú, com o principal destaque positivo recaindo sobre a margem financeira bruta mais forte.

O time de análise avalia que a temporada de resultados “decentes” combinada com um cenário mais difícil de taxas de juros e inflação elevadas – ambiente em que os grandes bancos costumam navegar bem – é benéfico para o Itaú.

Além disso, discussões sobre assimetria regulatória, que poderia prejudicar fintechs e novos entrantes, melhora o cenário para as ações de bancos, avalia o BTG Pactual.

Vale (VALE3)

A mineradora Vale também recebeu cinco recomendações este mês, uma delas da Órama.

Segundo os analistas da casa, a retomada das economias globais resultará em um novo superciclo de commodities, especialmente no minério de ferro e em países como a China.

“Vemos no horizonte estímulos vindos para reforma de infraestrutura nas economias desenvolvidas, o que vai aumentar a demanda por minério no futuro. Esse crescimento de demanda tem impactado de forma significativa os preços da commodity e, consequentemente, beneficiado as mineradoras de forma geral”, escreve a Órama.

Além disso, o robusto pagamento de dividendos semestrais da Vale é um grande atrativo e uma forma de balancear a carteira de investimentos com uma empresa “bastante sólida”, destacam os analistas, em relatório.

Já a Ágora Investimentos se diz otimista com as ações do setor e avalia que a Vale reflete atualmente um cenário de preço muito pessimista. O time calcula que as ações da mineradora refletem os preços do minério de ferro em cerca de US$ 60/tonelada na perpetuidade, começando em 2022 (contra os níveis spot – à vista – de cerca de US$ 110 a tonelada e estimativa de US$ 120 por tonelada em 2022).

“No terceiro trimestre, os números vieram em linha com o que esperávamos devido aos impactos da volatilidade no preço do minério. Entretanto, um novo programa de recompra de cerca de US$ 2,6 bilhões foi anunciado e reforça nossa opinião de que a remuneração para o acionista permanecerá saudável”, escreve a Ágora, em relatório.

Arezzo (ARZZ3)

Do segmento de calçados, Arezzo está pelo segundo mês consecutivo entre as ações mais recomendadas, com quatro menções.

Na avaliação da XP Investimentos, Arezzo é um nome de alta qualidade, com sólidas perspectivas de crescimento orgânico e está bem posicionada para se beneficiar de uma retomada econômica. O time destaca ainda que a companhia é mais resiliente que seus pares, dado que o seu público-alvo são as classes de renda média e alta.

O BTG Pactual também tem uma visão positiva para a empresa, pautada em uma expansão resiliente do mercado doméstico (auxiliado pelo e-commerce) e em uma potencial retomada do consumo pelas classes de renda mais alta.

Os analistas chamam atenção ainda para novas marcas, como Vans e Reserva, bem como para os resultados mais saudáveis na operação dos Estados Unidos, principalmente com base no atacado e canais de varejo online.

Rede D’Or (RDOR3)

Em dezembro, as ações de Rede D’Or voltam para a seleção recomendada por analistas de mercado. O papel, que compunha a seleção de junho a outubro, havia ficado de fora do grupo em novembro.

Em relatório, o time da Guide Investimentos chama atenção para o ritmo acelerado de fusões e aquisições (M&A, na sigla em inglês), com quatro compras ao longo do terceiro trimestre (Nossa Senhora das Neves e Clim, na Paraíba, Proncor, no Mato Grosso do Sul, e Santa Emília, na Bahia), e mais três pendentes de aprovação (Hospital Novo Atibaia e Hospital Santa Isabel, em São Paulo, e o Hospital Aeroporto, na Bahia).

“Seguimos otimistas com Rede D’Or, que deve continuar a apresentar resultados sólidos e demonstrar resiliência em virtude de sua solidez e do setor em que atua”, escrevem os analistas da Guide.

A Genial Investimentos também destaca o movimento de aquisições da companhia, como a do Hospital Arthur Ramos, referência em Maceió, em julho.

“Tendo em vista o histórico de sucesso em M&A, com capacidade de elevar rapidamente as margens de adquiridas, e a recorrente abertura de leitos, orgânica e inorganicamente, reiteramos a nossa recomendação de compra”, escrevem os analistas.

WEG (WEGE3)

Figurinha repetida na carteira compilada pelo InfoMoney, WEG recebeu quatro recomendações entre as dez corretoras consultadas.

Segundo a XP Investimentos, a visão positiva para os papéis da companhia é suportada por boas e resilientes perspectivas para o curto e longo prazo, suportadas pelo perfil “altamente inovador” da empresa e pelo aumento de participação no mercado internacional.

“Como a WEG continua a aumentar sua exposição aos mercados externos, com baixa participação de mercado e grande mercado endereçável, vemos de modo confortável as perspectivas de crescimento orgânico para os segmentos explorados pela empresa. Além disso, acreditamos que o DNA inovador da WEG deve antecipar setores de alto crescimento”, escrevem os analistas, em relatório.

Assim como a XP, a Ágora Investimentos diz ver a WEG bem posicionada para o longo prazo, com um portfólio “competitivo” de produtos para energia renovável, motores elétricos para caminhões, armazenamento de energia e soluções da indústria 4.0.

Além disso, os analistas avaliam que a companhia pode se beneficiar do processo de eletrificação dos veículos, uma vez que fornece soluções de trem de força e estação de carga.

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