As ações estão baratas: posso usar a reserva de emergência para ir às compras?

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Mariana Segala

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Um discurso praticamente unânime entre analistas e operadores do mercado é o de que a Bolsa brasileira está barata. Essa avaliação considera que elementos como as incertezas sobre a economia internacional e a volatilidade do ano eleitoral jogaram os preços das ações listadas na B3 abaixo do valor considerado justo em alguns casos.

Para os investidores atentos ao vaivém das cotações, o momento soa como uma oportunidade de comprar ações baratas com potencial de valorização no futuro. Mas onde arrumar dinheiro para fazer esse movimento?

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A dúvida do leitor Anderson, esclarecida na edição de sexta-feira (2) da newsletter InfoMoney Responde, trata exatamente desse assunto. Confira:

Posso usar a reserva de emergência ou uma parte dela para aproveitar o mercado de baixa?
Anderson O.

A reserva de emergência é uma economia realizada ao longo do tempo que capaz de bancar as despesas mensais fixas por um determinado período, que deve ser acionada quando a pessoa sofre uma queda repentina de renda ou tem custos elevados também de maneira inesperada.

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Formar uma reserva de emergência é o primeiro passo para ter uma vida financeira equilibrada e para manter a saúde mental em dia. Esse “colchão” fornece tranquilidade psicológica para as pessoas, pois funciona como uma espécie de seguro para casos como uma demissão inesperada, o surgimento de uma doença na família ou outra situação imprevista.

Exatamente por se tratar de recursos para fazer frente a imprevistos, o recomendado é que sejam aplicados em produtos financeiros de liquidez elevada. Essa característica está presente principalmente nos investimentos de baixo risco, o que também é um elemento importante.

Como esses recursos podem ser demandados a qualquer momento, não há tempo para esperar e resgatá-los “quando o mercado melhorar”. É preciso que estejam disponíveis em aplicações seguras e livres de grande volatilidade – e esse não é o caso do mercado de ações.

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Por isso, o planejador financeiro Nélio Costa é categórico: “A ideia da reserva de emergência é ser um recurso que nunca será tocado, a não ser que seja necessário”, afirma. “Mesmo que o mercado de ações esteja descontado, não dá para saber se não pode cair mais ainda justamente quando o investidor precisar do dinheiro para alguma emergência”.

Para investidores que já possuem uma reserva de emergência e algum patrimônio, Costa sugere separa uma segunda reserva – essa, de oportunidade. Os recursos também devem ser mantidos em ativos de liquidez, fáceis de resgatar. O investidor que fica de olho no mercado pode lançar mão desse dinheiro quando perceber que há uma chance irresistível de ganhar mais com algum novo ativo.

“Sei que é tentador”, diz Costa. “Mas uma reserva de emergência bem dimensionada não deveria ser tocada em hipótese alguma, enquanto uma reserva de oportunidade serviria para essa situação”.

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O planejador recomenda que a reserva de emergência seja bem dimensionada, de acordo com as características do investidor e suas condições financeiras. Em geral, os especialistas recomendam que ela seja equivalente a três a 12 vezes o valor dos gastos mensais.

Costa lembra que, não raro, as pessoas acumulam um valor grande demais para imprevistos – por vezes, acima do necessário. É preciso considerar fatores como o regime de trabalho ou o tamanho da família para estabelecer o tamanho da reserva. Um funcionário público, por exemplo, demandaria um valor menor guardado do que um profissional autônomo, muito mais sujeito às oscilações da economia.

Se a reserva de emergência é bem dimensionada, podem sobrar recursos para a de oportunidade também.

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Mariana Segala

Editora-executiva do InfoMoney