As 5 maiores altas e baixas dos FIIs em junho; SNFF11 lidera ganhos no mês e CARE11 é destaque no semestre

Nos seis primeiros meses do ano, o Riza Arctium (ARCT11) foi o maior pagador de dividendos, oferecendo um dividend yield de 9,8%

Wellington Carvalho

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Primeiro fundo imobiliário do segmento de cemitérios, o Brazilian Graveyard and Death Care Services (CARE11) encerrou a primeira metade de 2022 como o FII que mais subiu no período, com valorização de 50%. Na outra ponta da lista está o RBR Properties (RBRP11), que acumula perdas de 23%.

Os dados são da Economatica, plataforma de informações financeiras, e tomam como base a valorização das cotas e a distribuição de dividendos dos FIIs que compõem o IFIX – índice dos fundos imobiliários mais negociados na B3.

Em junho, o Ifix fechou em queda de 0,88%, aos 2.795 pontos. O resultado interrompeu uma sequência de três meses de ganhos do indicador que, no ano, registra queda de 0,32%.

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Riza Arctium (ARCT11) termina o semestre com a maior taxa de retorno com dividendos (dividend yield), de 9,88%. Embora seja o destaque do ano em valorização, o Brazilian Graveyard segue sem distribuição de rendimentos.

Maiores altas do semestre

Dos dez fundos imobiliários que mais valorizaram no primeiro semestre de 2022, sete são do tipo “papel”, que investem em títulos de renda fixa indexados a indicadores de inflação ou à taxa do CDI (certificado de depósito interbancário).

Apesar do protagonismo dos fundos de “papel” – beneficiados pela elevação dos juros e da inflação nos últimos meses – o destaque do ano até agora é mesmo o Brazilian Graveyard, com valorização de 50% nos últimos seis meses.

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Confira as maiores altas dos fundos imobiliários no primeiro semestre de 2022:

Ticker Fundo Segmento Variação entre janeiro e junho (%)
CARE11 Brazilian Graveyard and Death Care Cemitérios 50,18
NCHB11 NCH High Yield Títulos e Val. Mob. 15,05
OUJP11 Ourinvest JPP Títulos e Val. Mob. 13,62
ARCT11 Riza Arctium Real Estate Híbrido 13,57
FCFL11 Campus Faria Lima Outros 13,22
BTCR11 BTG Pactual Crédito Imobiliário Títulos e Val. Mob. 12,90
RZAK11 Riza Akin Títulos e Val. Mob. 12,21
VGHF11 Valora Hedge Fund Títulos e Val. Mob. 11,96
AFHI11 AF Invest Cri Títulos e Val. Mob. 11,66
VCJR11 Vectis Juros Real Títulos e Val. Mob. 11,40

OBS.: A rentabilidade leva em consideração o reinvestimento dos dividendos. Fonte: Economatica (30/06/2022).

Primeiro fundo imobiliário focado no segmento de cuidados com a morte, o Brazilian Graveyard atua na comercialização de cessões de direito de uso de jazigos temporários e perpétuos, cremações, serviços e planos funerários, além da cremação de animais. Os ganhos começaram a acelerar especialmente a partir de abril, depois que o FII passou a figurar nas prévias da carteira do Ifix que passou a vigorar em maio.

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Apesar da forte valorização em 2022, o FII de cemitério não apresenta um histórico de distribuição de dividendos, um dos principais objetivos do investidor de fundos imobiliários.

Criado em 2016, a carteira chegou a ficar cinco anos sem pagar dividendos, período encerrado em julho de 2020, após a venda de um dos ativos do portfólio. O último repasse feito pelo fundo ocorreu em setembro de 2021.

No portfólio, o fundo conta com uma participação de 20,24% na Cortel, principal empresa do setor de cuidados com a morte do País, e 52,77% da VHR Empreendimentos, responsável pelo cemitério da cidade de Sabará, em Minas Gerais. A carteira possui ainda 2.873 jazigos no Cemitério do Morumby, no Morumbi, bairro nobre de São Paulo.

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Maiores baixas do semestre

Do segmento de lajes corporativas, um dos que mais sofreram com as restrições impostas pela pandemia da Covid-19, o RBR Properties (RBRP11) é o FII que acumula maior desvalorização nos últimos seis meses. Com queda de 23,72%, o fundo tem a companhia de outras carteiras do segmento de escritórios, como o XP Properties (XPPR11) e o Vinci Offices (VINO11).

Confira as maiores baixas dos fundos imobiliários primeiro semestre de 2022:

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Ticker  Fundo  Setor  Variação entre janeiro e junho (%)
RBRP11 RBR Properties Lajes Corporativas -23,72
XPPR11 XP Properties Lajes Corporativas -21,94
VINO11 Vinci Offices Lajes Corporativas -18,74
XPIN11 XP Industrial Logística -18,60
RECT11 REC Renda Imobiliária Lajes Corporativas -18,09
GTWR11 Green Towers Lajes Corporativas -15,90
BRCR11 BC FUND Híbrido -11,10
BTRA11 BTG Pactual Terras Agrícolas Agro -11,03
BLMG11 Bluemacaw Logística Logística -10,75
HFOF11 Hedge Top FoF II Títulos e Val. Mob. -10,53

OBS.: A rentabilidade leva em consideração o reinvestimento dos dividendos. Fonte: Economatica (30/06/2022).

Com patrimônio de R$ 1 bilhão, o portfólio do RBR Properties é composto por dez imóveis localizados no Rio de Janeiro e, principalmente, em São Paulo.

Com uma área bruta locável (ABL) de 51 mil metros quadrados, a taxa de vacância da carteira hoje está em 10%, de acordo com o último relatório gerencial do fundo.

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Assim como outros FIIs do segmento de escritório, o RBR Properties acompanha a retomada do setor, que ainda sente os efeitos da pandemia da Covid-19.

Diante da desvalorização das cotas, os fundos de lajes corporativas têm negociado, em média, 26% abaixo do valor patrimonial, o maior desconto entre os principais segmentos de FIIs.

Maiores pagadores de dividendos do semestre

Em uma lista também dominada pelos fundos de “papel”, o Riza Arctium (ARCT11) fechou a primeira parte do ano como o FII que mais pagou dividendos no período. A carteira encerra o semestre com um dividend yield de 9,88%. Confira a lista completa:

Ticker Fundo Setor  Retorno com dividendos – jan-jun (%)
ARCT11 Riza Arctium Real Estate Híbrido 9,88
VGHF11 Valora Hedge Fund Títulos e Val. Mob. 9,27
RZAK11 Riza Akin Títulos e Val. Mob. 9,24
URPR11 Urca Prime Renda Outros 9,18
NCHB11 NCH High Yield Títulos e Val. Mob. 8,78
ARRI11 Átrio Reit Recebíveis Títulos e Val. Mob. 8,72
VGIP11 VALORA IP Outros 8,62
VCJR11 Vectis Juros Real Títulos e Val. Mob. 8,47
KNIP11 KINEA IP Títulos e Val. Mob. 8,38
RECR11 REC Recebíveis Títulos e Val. Mob. 8,29

Fonte: Economatica (30/06/2022)

No início de junho, o Riza Arctium Real Estate finalizou a compra de um imóvel de 464 mil metros quadrados na cidade de Frutal, em Minas Gerais. A transação do espaço – que está alugado para a Cervejaria Cidade Imperial – teve início em dezembro de 2021 e foi encerrada no último dia 3 com a assinatura da escritura de compra e venda do imóvel.

Em fato relevante, o fundo confirmou o pagamento de R$ 39 milhões, montante referente à última parcela do negócio, que custou ao fundo um total de R$ 150 milhões.

Com a assinatura da escritura, o Riza Arctium passou a ter direito ao recebimento do aluguel do espaço, de R$ 1,125 milhão por mês, que representa um acréscimo de aproximadamente R$ 0,39 por cota na distribuição mensal de dividendos do fundo. Em junho, o Riza Arctium distribuiu R$ 1,86 por cota, montante equivalente a um retorno mensal com dividendos de 1,70%.

Com uma ABL de 170 mil metros quadrados, o portfólio do fundo é composto por nove imóveis localizados em Goiás, São Paulo, Ceará, Mato Grosso e Minas Gerais.

Os espaços estão locados para inquilinos ligados a setores como materiais básicos, energia, agronegócio e consumo. Entre os locatários, há nomes como, Granol, Andorinha Transportes, Rede Monte Carlo e a própria Cervejaria Imperial.

Maiores altas de junho

No mês em que o Ifix fechou no campo negativo após três meses de ganhos, 41 fundos dos 106 que compõem a carteira teórica terminaram no azul. O destaque da lista ficou com o Suno Fundo de Fundos (SNFF11), com alta de 7,21%.

Confira as maiores altas dos fundos imobiliários em junho de 2022:

Ticker Fundo Segmento Variação em junho (%)
SNFF11 Suno FoF Outros 7,21
VCJR11 Vectis Juros Real Títulos e Val. Mob. 5,12
RBFF11 Rio Bravo Ifix Títulos e Val. Mob. 4,93
ARCT11 Riza Arctium Real Estate Híbrido 3,86
VGHF11 Valora Hedge Fund Títulos e Val. Mob. 3,62

OBS.: A rentabilidade leva em consideração o reinvestimento dos dividendos. Fonte: Economatica (30/06/2022).

Com patrimônio líquido de R$ 227 milhões, o Suno FoF investe em cotas de outros fundos imobiliários. Atualmente, os FIIs de “papel” representam 31% da carteira; o segmento logístico, 20%; shoppings, 13%; e renda urbana, 10%.

Individualmente, as maiores posições do Suno FoF são REC Recebíveis Imobiliárias (RECR11), 8,49%; Alianza Trust Renda Imobiliária (ALZR11), 5,93%; e CSHG Renda Urbana (HGRU11), 5,79%.

No último dia 24, o fundo depositou R$ 1,30 por cota, equivalente a um retorno mensal com dividendos de 1,58%. No ano, o percentual é de 6,25%.

Maiores baixas de junho

Na outra ponta da lista liderada pelo SNFF11, está o BTG Terras Agrícolas (BTRA11), cujas cotas despencaram com o pedido de recuperação judicial da fazenda Vianmancel, em Nova Maringá (MT), que faz parte do portfólio do fundo. Os papéis encerraram o mês com queda de 16,95%, maior percentual entre os FIIs do IFIX.

Confira as maiores baixas dos fundos imobiliários em junho 2022:

Ticker  Fundo  Setor  Variação em junho (%)
BTRA11 BTG Pactual Terras Agrícolas Agro -16,95
CARE11 Brazilian Graveyard and Death Care Outros -10,92
VINO11 Vinci Offices Lajes Corporativas -9,27
SARE11 Santander Renda Híbrido -8,11
BRCR11 BC FUND Híbrido -7,90

OBS.: A rentabilidade leva em consideração o reinvestimento dos dividendos. Fonte: Economatica (30/06/2022)

A queda na cotação do BTG Terras Agrícolas teve início depois da divulgação de fato relevante que confirmava a situação dos responsáveis pela fazenda, adquirida em agosto de 2021 pela carteira, em uma operação sale-leaseaback – que aluga o imóvel comprado para o ex-proprietário. O terreno representa atualmente 23% da receita contratada do fundo.

Com o deferimento da recuperação judicial, a Justiça suspendeu, por seis meses, todas as execuções promovidas pelos responsáveis pela fazenda. Na prática, segundo fontes ouvidas pelo InfoMoney, a medida suspende contratos em vigência e impede, por exemplo, a cobrança do aluguel do terreno.

Diante do problema, o BTG Terras Agrícolas cogita inclusive vender a fazenda, adquirida por R$ 81 milhões e abaixo do valor justo do espaço.

“A alienação da fazenda poderia gerar até 63% de ganho de capital, operação que estaria alinhada à estratégia da carteira”, sinalizava comunicado oficial dos gestores.

Na última quinta-feira (24), o fundo anunciou a distribuição de dividendos prevista para junho, que já foi afetada pelo problema. A carteira pagou R$ 0,70 por cota, abaixo do valor pago em maio, de R$ 0,94.

No mês passado, o maior pagador de dividendos entre os FIIs mais negociados da bolsa foi o Riza Akin (RZAK11), com um dividend yield mensal de 1,82%.

Wellington Carvalho

Repórter de fundos imobiliários do InfoMoney. Acompanha as principais informações que influenciam no desempenho dos FIIs e do índice Ifix.