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Distribuição de dividendos bate recorde no mundo, mas recompras “secam”; veja números

Relatório da Janus Henderson mostra que embora empresas tenham passado a distribuir mais dividendos, o valor retornado ao investidor na forma de programas de recompras de ações caiu forte no mesmo período

Monique Lima

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Os dividendos globais atingiram um novo recorde em 2023, de US$ 1,66 trilhão em pagamentos ao redor do mundo, mas outra forma de remuneração aos acionistas perdeu espaço: as recompras de ações. Estudo da Janus Henderson divulgado na quinta-feira (25) mostra uma queda de US$ 181 bilhões (14%) gastos em recompras, que atingiram um total de US$ 1,11 trilhão em 2023.

Assim como acontece com os dividendos, as empresas dos Estados Unidos se destacam na recompra das próprias ações. De cada US$ 10 utilizado para recomprar ações no mundo, US$ 7 vêm dos EUA, o equivalente a US$ 773 bilhões no total. Em 2023, no entanto, o país foi o mais responsável pela queda do montante, puxada pelas big techs.

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Empresas americanas de tecnologia gastaram US$ 159 bilhões em recompras de seus papéis no ano passado, US$ 69 bilhões a menos do que no ano anterior, em recuo de 17% . Microsoft (MSFT) e Meta (META) reduziram as recompras em quase um terço a devolução a investidores por meio de recompras, enquanto a Apple (AAPL) diminuiu o valor em um sétimo. 

Embora tenham diminuído as recompras, Microsoft e Apple foram as duas maiores pagadoras de dividendos do mundo em 2023. As empresas saíram da terceira e quinta posições em 2022, respectivamente, para primeira e segunda no ano passado. Já a Meta anunciou o seu primeiro pagamento de dividendos neste ano.  

A Janus Henderson destaca que, em termos de valores, as recompras somaram US$ 773 bilhões, contra US$ 602 bilhões pagos em dividendos.

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“Muitas empresas usam recompras de ações como válvula de escape, uma maneira de devolver capital excedente aos acionistas sem criar expectativas para dividendos que podem não ser sustentáveis a longo prazo”, diz Ben Lofthouse, chefe de renda global de ações da Janus Henderson. 

Para ele, não há evidência de que uma forma de remuneração substitua a outra. “O dividendo ainda é claramente bem sustentado pelas empresas como um meio de devolver capital aos acionistas”, diz.  

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Reino Unido se destaca  

Fora dos EUA, as empresas no Reino Unido foram as maiores compradoras de suas próprias ações. As recompras de US$ 64,2 bilhões foram apenas 2,6% menores em relação ao ano anterior e equivalem a 75% dos dividendos pagos, que foram de US$ 85,9 bilhões.  

A Shell foi a maior compradora não americana de suas próprias ações (respondendo por quase um quarto do total do Reino Unido), mas reduziu bastante em 2023, assim como a BP, British American Tobacco, Lloyds e outras grandes empresas blue chip do país. Aumentos significativos do HSBC, Barclays e outros quase compensaram esses cortes, resultando em apenas uma pequena queda geral para o ano.