Após assembleia, cotistas de fundo da Infinity Asset decidem pela reabertura

Segundo a ata, foi negada a substituição do gestor para a empresa LAD Capital Gestora de Recursos LTDA

Bruna Furlani

(Getty Images)

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Depois de um imbróglio envolvendo o fechamento do fundo que é um dos carros-chefes da gestora Infinity Asset, os cotistas do fundo Infinity Select decidiram pela reabertura da carteira a partir desta sexta-feira (3).

A decisão foi tomada durante assembleia na última terça-feira (28). Segundo a ata da reunião, os cotistas reprovaram a cisão e a liquidação do fundo, além da possibilidade do pagamento de resgate em ativos financeiros. Também foi negada a substituição do gestor para a empresa LAD Capital Gestora de Recursos LTDA.

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Por não ter sido aprovada a substituição dos prestadores de serviços, os presentes determinaram a convocação de uma nova reunião. Na pauta, deverá ser discutida a substituição do gestor por outro com selo da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) indicado por ele, sob pena de renúncia da administradora na próxima assembleia.

De acordo com o documento, o próximo encontro dos cotistas deve ocorrer em 15 dias.

Entenda a situação

No começo de fevereiro, a famosa gestora Infinity Asset, que foi fundada em 1999, anunciou o fechamento para resgates e aplicações de três fundos de renda fixa da casa: Infinity Tiger Alocação Dinâmica, Infinity Lotus e Infinity Select.

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Ao entrar na página da gestora, é possível ver que foram realizadas assembleias dos fundos Lotus e Tiger entre os dias 1 e 2 de março; porém, ainda não é possível encontrar as atas.

A medida foi tomada em razão do “aumento repentino e atípico, considerando o histórico do fundo, de pedidos de resgate por parte dos cotistas”, segundo o fato relevante. Os saques na gestora começaram após a Infinity perder o selo da Anbima em dezembro de 2022.

De acordo com informações da associação, a casa foi desligada por causa do descumprimentos de melhores práticas, como a realização de investimentos em violação aos limites previstos nos regulamentos; falhas no processo de acompanhamento dos riscos de crédito das operações realizadas nos fundos; falhas na administração de potenciais conflitos de interesses; falta de independência na área responsável por gestão de risco e compliance e falhas no processo de rateio de ordens.

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O julgamento pelo conselho de melhores práticas da Anbima aconteceu em dezembro de 2020, mas os efeitos da decisão estavam suspensos em cumprimento de liminar, que tinha sido concedida à Infinity em ação que tramita em segredo de Justiça no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.

A perda do selo da Anbima não impede a gestora de continuar operando, já que a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é o órgão responsável por autorizar o funcionamento e registro da instituição.

No fato relevante divulgado na época, a Infinity defendeu que não foi assegurado o seu pleno exercício do contraditório e da ampla defesa na ação judicial. A casa disse ainda que “permanece cumprindo em todos os seus atos as diretrizes contidas nos manuais de melhores práticas e respeitando os códigos da Anbima”.