“Ainda estamos no meio de um bull market da Bolsa”, diz fundador da gestora Squadra

Segundo Guilherme Aché, portfólio de ações da gestora está mais diversificado que o normal, com papéis como Eletrobras, Petrobras, Cesp e Equatorial

Beatriz Cutait

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RIO DE JANEIRO – À frente da gestora carioca Squadra Investimentos, responsável por administrar um patrimônio de R$ 2,6 bilhões em fundos de ações, Guilherme Aché tem hoje uma visão construtiva para a Bolsa brasileira. Para Aché, o Ibovespa, que acumula uma alta de quase 150% desde 2016, está no meio de um bull market, ciclo que ainda tem alguns anos pela frente.

Em conversa com o InfoMoney em seu escritório no Leblon, o gestor disse que está com uma das maiores posições alocadas em ações nos fundos. Ele acredita que a valorização da Bolsa vai continuar, mas que eventualmente passará do ponto. “Estamos no meio de um processo longo, mas que vai terminar com as ações caras”, afirma.

Segundo Aché, que foi um dos sócios-fundadores da gestora JGP e atuou no Banco Pactual, o portfólio de ações da Squadra está mais diversificado que o normal, sem grande exposição a um setor específico. Entre os papéis na carteira, estão os da Petrobras e o das companhias elétricas Eletrobras, Cesp e Equatorial.

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Questionado sobre o setor bancário, alvo de discussões cada vez mais acaloradas entre gestores e analistas, o fundador da Squadra disse que acredita que a rentabilidade do varejo bancário vai diminuir e que as ações tendem a perder valor. “Hoje não faz sentido ao investidor se posicionar em grandes bancos”, observou.

Mesmo nas fintechs, ele acredita que cabe ao investidor exigir uma margem de segurança mais elevada, dado que se tratam de negócios menores e mais caros. A gestora já teve ações do banco Inter, mas as vendeu depois da forte alta dos papéis. Desde o IPO, no fim de abril de 2018, os papéis da instituição financeira acumulam valorização de mais de 400%.

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Em relação ao atual momento da economia brasileira, Aché, que trabalhou durante anos com o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que as reformas em curso partem da necessidade de tornar o Brasil um ambiente mais “pró-mercado” e evitou fazer uma avaliação sobre o cenário externo.

“Ninguém no Brasil consegue falar sobre o que acontece fora, é um autoengano”, ressaltou. “O importante é saber onde você está. Quando o mundo decolava, o Brasil ia muito mal. E agora, por ser um mercado grande, tem condições de ir bem, sustentado pelo mercado interno, com uma economia fechada, sem endividamento externo. Temos condições de criar nossa própria dinâmica.”

A Squadra tem nos investidores institucionais estrangeiros a maior participação. No ano até outubro, o fundo do tipo “long biased” acumula retorno de 25,3%, ante 22% de alta do Ibovespa. Desde que foi lançado, em 2008, o fundo entregou rentabilidade de 586% aos cotistas.

Em meio a um movimento cada vez maior por parte de gestores independentes de lançar fundos de previdência, em meio a mudanças na lei que flexibilizaram as regras para planos de previdência privada, Aché disse que precisa analisar com calma se faz sentido adotar a estratégia internamente, mas não descartou a iniciativa.

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Beatriz Cutait

Editora de investimentos do InfoMoney e planejadora financeira com certificação CFP, responsável pela cobertura do universo de investimentos financeiros, com foco em pessoa física.