Agenda de dividendos: Bradesco (BBDC4), Itaú (ITUB4) e Cielo (CIEL3) pagam proventos em fevereiro; confira lista completa

Bancos são destaque entre as companhias que vão distribuir JCP aos acionistas neste mês; apenas BRB e Monteiro Aranha pagam dividendos

Katherine Rivas

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Onze companhias integram a lista de pagadoras de proventos do mês de fevereiro, segundo levantamento do InfoMoney. Os bancos e o segmento de adquirência lideram em número de empresas que vão distribuir lucros aos acionistas.

Duas companhias vão remunerar os investidores com dividendos – pagamentos feitos pelas empresas aos seus acionistas que representam a distribuição de uma parte do lucro líquido, proporcional ao número de ações que o investidor possui.

É o caso do banco BRB (BSLI3; BSLI4), que vai remunerar os acionistas com R$ 0,67 e R$ 0,74 para os seus papéis ordinários e preferenciais, respectivamente, e da holding Monteiro Aranha (MOAR3), que vai pagar R$ 5,71 por ação. Os dividendos pagos são isentos de imposto de renda.

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As companhias restantes – como Bradesco, Itaú, Santander, Banestes e Cielo, entre outras – vão distribuir Juros sobre Capital Próprio (JCP) neste mês. Nesse caso, os proventos são tributados na fonte.

Confira a seguir a lista de companhias pagadoras de proventos de fevereiro:

Empresa/ticker Tipo de Provento Valor por ação Data de pagamento Data Com
Bradesco (BBDC3) JCP R$ 0,02 01/02/2022 03/01/2022
Bradesco (BBDC4) JCP R$ 0,02 01/02/2022 03/01/2022
Itaú (ITUB4) JCP R$ 0,015 01/02/2022 30/12/2021
Itaú (ITUB3) JCP R$ 0,015 01/02/2022 30/12/2021
Banestes (BEES3) JCP R$ 0,02 01/02/2022 30/12/2021
Banestes (BEES4) JCP R$ 0,02 01/02/2022 30/12/2021
Monteiro Aranha (MOAR3) Dividendo R$ 5,71 02/02/2022 21/01/2022
Monteiro Aranha (MOAR3) JCP R$ 0,41 02/02/2022 21/01/2022
Santander (SANB11) JCP R$ 0,07 03/02/2022 07/01/2022
Santander (SANB3) JCP R$ 0,03 03/02/2022 07/01/2022
Santander (SANB4) JCP R$ 0,03 03/02/2022 07/01/2022
Cielo (CIEL3) JCP R$ 0,09 11/02/2022 29/12/2021
Localiza (RENT3) JCP R$ 0,13 11/02/2022 17/12/2021
BRB BANCO (BSLI3) Dividendo R$ 0,67 14/02/2022 03/02/2022
BRB BANCO (BSLI4) Dividendo R$ 0,74 14/02/2022 03/02/2022
Getnet (GETT11) JCP R$ 0,32 18/02/2022 20/01/2022
Getnet  (GETT3) JCP R$ 0,15 18/02/2022 20/01/2022
Getnet (GETT4) JCP R$ 0,17 18/02/2022 20/01/2022
WLM (WLMM4) JCP R$ 0,13 25/02/2022 07/01/2022
WLM (WLMM3) JCP R$ 0,12 25/02/2022 07/01/2022
Viveo (VVEO3) JCP R$ 0,25 23/02/2022 28/12/2021

Obs: JCP = Juros sobre Capital Próprio; Data Com = data até a qual o investidor pode comprar uma ação para ter direito a receber o provento

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Fonte: InfoMoney e empresas

Bancos: novas “vacas leiteiras” da Bolsa?

Especialistas consultados pelo InfoMoney estão otimistas com os bancos e acreditam que vão distribuir bons dividendos para 2022.

Para Ricardo Schweitzer, analista de investimentos independente, o otimismo se justifica por três fatores: o primeiro é que os bancos devem ter menores provisões para perdas em crédito este ano. Já o segundo motivo é a maior expansão da carteira de crédito das instituições financeiras.

Schweitzer destaca também o crescimento das receitas de serviços, em função da taxa de juros elevada, com os bancos apresentando melhores resultados de tesouraria (receita atrelada a compra e venda de títulos).

Enrico Cozzolino, head de análise e sócio da Levante, também é entusiasta do setor. Ele explica que os bancos estavam muito descontados em novembro e dezembro e já conseguiram uma boa valorização no começo de 2022.

“Comparando o Índice Financeiro (IFNC), que reúne na sua maioria bancos, a performance deste foi de 15,9% em janeiro, frente a um Ibovespa que subiu 6,7%”, compara.

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A retomada dos bancos, segundo Cozzolino, foi puxada pelo fluxo de investidores estrangeiros, que aportam em blue chips (ações de primeira linha), além do desconto histórico do segmento.

Cozzolino enxerga bons resultados para os balanços, com crescimento no lucro das instituições financeiras, puxados pela carteira de crédito. “Dados do Bacen mostram que em janeiro a carteira de crédito cresceu 1,9% enquanto no período de um ano o crescimento foi de 16,5%”, explica. Para o analista, o crédito é a principal fonte de receita dos bancos.

Além disso, ele destaca que embora o cenário para 2022 seja um pouco desafiador, com a inadimplência e a falta de emprego, a proporção crédito/PIB ainda apresenta crescimento e está no patamar de 54%, superior ao começo da pandemia.

Na visão de Cozzolino, o banco que deve pagar mais proventos aos seus acionistas é o Itaú (ITUB4).

Já Schweitzer vê com otimismo o Bradesco (BBDC4) e projeta um retorno em dividendos (dividend yield) de 9,3% para os próximos 12 meses.

Ele defende que o Bradesco terá boas oportunidades pela sua exposição maior a seguros, vida e previdência do que o Itaú. “O Bradesco deve apresentar prêmios maiores e menor sinistralidade”, explica.

Para o Itaú (ITUB4), o analista projeta um dividend yield de 5% para os próximos 12 meses.

Entre os pontos de atenção, Schweitzer aconselha os investidores a monitorar novas variantes do coronavírus e a piora na atividade econômica, que produz maior inadimplência e menor demanda por crédito.

É hora de evitar os adquirentes

Ainda na lista de pagadoras de proventos de fevereiro figuram duas companhias do segmento de maquininhas: Cielo (CIEL3) e Getnet (GETT11).

Segundo Carlos Daltozo, head de research da Eleven Financial, o segmento de adquirência ainda enfrenta dificuldades por causa do aumento da competição e a entrada de novos players no segmento, favorecidos pelas novas regulações do Banco Central.

“A competição é intensa em um mercado que se tornou ‘commoditizado’, porque o serviço prestado é idêntico”, diz.

Daltozo explica que com mais concorrência, companhias como Cielo e Getnet acabam perdendo poder de preço e vendo seus lucros pressionados.

“Mesmo que algumas destas empresas paguem dividendos, preferimos ficar de fora do setor por causa da dinâmica concorrencial intensa, que prejudica a rentabilidade das empresas”, aponta ele.

Ainda de acordo com Daltozo, o segmento financeiro oferece alternativas melhores para o investidor em busca de proventos, como bancos e seguradoras.

Já em relatório, Wesley Barnabés e Victor Penna, analistas do BB-BI, ainda mantêm Cielo (CIEL3) na carteira por acreditar que embora a companhia tenha reduzido seus principais indicadores contábeis e operacionais nos últimos anos, os múltiplos seguem descontados.

“Nos trimestres mais recentes, a companhia conseguiu elevar os volumes financeiros de transações tanto no débito quanto no crédito, sendo com mix mais favorável a esse último, o que entendemos como positivo”, apontam.

Katherine Rivas

Repórter de investimentos no InfoMoney, acompanha ETFs, BDRs, dividendos e previdência privada.