Invasão verde da Heineken é ameaça de farol vermelho para a Ambev

Distribuição de cervejas da Heineken pela engarrafadora da Coca-Cola cresceu 59% em julho

Paula Zogbi

Publicidade

SÃO PAULO – Ambev vs. Heineken já não é uma guerra nova – remete à compra da Brasil Kirin em 2017. Mas a marca brasileira pode estar mais perto de perder uma batalha, de acordo com analistas que fazem a cobertura deste setor.

Nesta quinta-feira (30), foi anunciado que a distribuição de cervejas da Heineken pela Femsa cresceu 59% em julho. Isso é significativo, já que a entrega pela engarrafadora da Coca-Cola corresponde a cerca de 50% do portfólio da “verdinha” no Brasil.

A marca também creditou a mercados como o brasileiro, o russo, o britânico e o e o sul-africano o aumento de 4,5% no volume de cervejas vendidas, embora este mesmo número tenha recuado nos Estados Unidos.

Aula Gratuita

Os Princípios da Riqueza

Thiago Godoy, o Papai Financeiro, desvenda os segredos dos maiores investidores do mundo nesta aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Para Leandro Fontanesi, João Pedro Soares e Rafael Sommer, do Bradesco BBI, esses números são suficientes para dar ares de sinal vermelho à ação da Ambev – até então classificada como “sinal amarelo” pelo banco. Os analistas mantêm recomendação neutra para o papel, com preço-alvo de R$ 20, muito próximo ao valor atual desta quinta-feira, de R$ 19. mas muda um pouco o discurso a respeito da empresa.

“Os números de julho mostram que a Heineken se mantém confiante sobre o potencial para o Brasil e não irá desacelerar o crescimento”, diz o relatório, chamado “Bandeira Amarela Tornando-se mais Vermelha”.

Vale lembrar que a ameaça da chegada da Heineken ao Brasil deve se intensificar quando a empresa conseguir uma operação de distribuição própria. O crescimento do último mês, segundo os analistas, mostra que a marca tem potencial no país com distribuição eficiente.

Continua depois da publicidade

Conforme já mencionado em outro relatório do BBI, os analistas esperam que a Heineken neutralize o gap de distribuição que possui na comparação com a Ambev nos próximos 3 anos, alcançando 1 milhão de pontos de venda (ante cerca de 600 mil atualmente).

Anteriormente, o banco estimou que a Heineken teria abocanhado 2 pontos percentuais em market share no primeiro semestre, sendo 1 p.p diretamente da Ambev e o outro do restante do mercado. “Entretanto, os dados de julho indicam que a Heineken pode acelerar os ganhos de mercado além da nossa expectativa, o que poderia aumentar nossa visão negativa sobre a Ambev. Por ora, continuamos estimando que a Heineken tomará 5 p.p. em fatia de mercado da Ambev nos próximos 5 dias”, escrevem.

Quer investir melhor o seu dinheiro? Abra uma conta na XP.

Paula Zogbi

Analista de conteúdo da Rico Investimentos, ex-editora de finanças do InfoMoney