Petrobras: compro ou vendo a ação após ela subir 50% desde junho?

Resultados do segundo trimestre animaram os analistas, mas ainda é necessário cautela

Mariana Zonta d'Ávila

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SÃO PAULO – Na última feira (3) a Petrobras apresentou o balanço do 2º trimestre, período que foi marcado pelo “melhor momento” operacional da estatal por conta da política de reajuste diário dos preços dos combustíveis, mas que também ajudou a gerar a “greve dos caminhoneiros” culminando na saída de Pedro Parente, o CEO da companhia que era tão aclamado pelo mercado financeiro. Por conta disso, as ações preferenciais da Petrobras, que chegaram a valer R$ 27,50 na metade de maio, mergulharam para até R$ 14,20 na segunda metade de junho.

Os números apresentados, embora tenham vindo em linha com o esperado, agradaram os analistas: houve uma forte geração de caixa, reflexo não só dos preços mais altos praticados pela empresa, mas pela gestão mais focada em rentabilidade, e também foi visto uma queda no endividamento, cenário que tem grande chance de ser visto novamente nos próximos trimestres e podendo até resultar em dividendos aos acionistas, algo inimaginável em um passado não muito distante, avaliam os analistas de mercado.

O mix de resultados positivos com ações duramente penalizadas com o “efeito Parente” colaborou para que a empresa voltasse a ser cotada na faixa de R$ 21 por papel na bolsa – valorização de quase 50% em relação à mínima vista em junho. Mas para o investidor que não aproveitou esse retomada, fica a pergunta: comprou ou vendo Petrobras?

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O InfoMoney conversou com Gabriel Francisco, analista do setor petrolífero da XP Investimentos. Ele enxerga um cenário positivo para a estatal mas acredita que o quadro eleitoral terá muito impacto no valor de mercado da companhia. Por isso, a recomendação oficial da XP para PETR4 é “neutra” – ou seja: quem tá de fora não é recomendável entrar, e quem tem a ação não é recomendável sair. Contudo, o investidor que quiser ter uma exposição em PETR4 pode fazê-la “desde que haja grande diversificação” na carteira, para diluir qualquer surpresa negativa do quadro eleitoral.

Para entender essa recomendação “neutra” na prática, a carteira recomendada da XP traz os papéis de Petrobras, mas eles representam apenas 5% do portfólio tendo em vista este cenário. 

“Não sabemos o que acontecerá em outubro e o investidor tem que ter isso em mente antes de investir [na Petrobras]”, afirma Gabriel. Por ser uma estatal, a escolha do novo presidente da República pode ter efeito direto na escolha dos diretores e consequentemente na gestão da empresa. Mas se no lado das eleições não é possível prever quais os impactos sobre a Petrobras, no âmbito operacional da empresa o analista da XP afirma: ”o período de notícias ruins já passou”.

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