Ambev ameaçada? Resultados positivos diminuem “medo” da Heineken

Resultado sólido cria nova visão do mercado para a empresa  

Paula Zogbi

(shutterstock)

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SÃO PAULO – Antes preocupados com a competição da Heineken, analistas que acompanham os negócios da Ambev (ABEV3) tiveram uma grata surpresa com a divulgação de resultados da empresa na manhã desta quinta-feira (26). No fechamento do mercado de hoje, a ação chegou a R$ 19,92, ante R$ 18,90 na abertura – ou seja, o valor de mercado da companhia saltou R$ 16 bilhões em um dia.

O Ebitda no segundo trimestre ficou em R$ 4,53 bi, resultado 7% acima do consenso esperado pelo mercado. O aumento no lucro da empresa ficou dentro da expectativa da plataforma de análise de Renda Variável da XP Investimentos, XP Research, em 15,1% ano a ano.

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Mesmo com a greve dos caminhoneiros e o aumento no preço, o segmento de cervejas, especificamente, cresceu 1,7% ano a ano. O resultado foi considerado positivo para o mercado, principalmente dadas as preocupações com a aposta da Heineken no mercado brasileiro pós-compra da Brasil Kirin.

Chamaram atenção algumas mudanças anunciadas para a ABI, que devem afetar as ações da Ambev a partir de 2019. A partir de julho do ano que vem, a ABI, controladora da Ambev via Ambrew (8%), Interbrew (54%), pode acumular mais poder sobre a companhia, já que a Instituição Antonio e helena Zerrenner (FZ), detentora de 10% da ABI, perderá cadeiras no conselho e o direito a indicar executivos. Também será facilitada a possibilidade de venda de ações detidas pelos controladores.

Apesar dessa nova possibilidade para os acionistas, analistas do Bradesco BBI assumem que não haverá M&A nem venda de fatia pela ABI. Eles mantêm recomendação neutra para o papel, segurando a posta de “maior competição com a Heineken, margens mais baixas estruturalmente e valuation justo que reflete este cenário mais desafiador”.

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Neutra, aliás, é a recomendação da maioria dos analistas de outras instituições. O “placar” após a divulgação dos resultados ficou em 4 recomendações de compra e 12 neutras. A XP Investimentos e o analista Antonio Gonzalez, do Credit Suisse, esperam uma reação positiva das ações, apontando como destaques os números positivos do balanço. O BTG manteve o neutro “apesar de estarmos vendo pela primeira vez em muito tempo os resultados potencialmente dando espaço para revisão para cima pelo mercado”.

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Paula Zogbi

Analista de conteúdo da Rico Investimentos, ex-editora de finanças do InfoMoney