As 13 ações preferidas dos melhores fundos de 2018

Os gestores João Braga, da XP Gestão, Marcelo Cavalheiro, da Safari, e Fábio Spínola, da Apex, explicam suas escolhas

Weruska Goeking

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SÃO PAULO – Os gestores de três dos melhores fundos de ações do primeiro semestre contaram que o segredo do bom desempenho é ter o “timing” certo para comprar ou vender ações e se despir dos preconceitos com empresas que não são exatamente uma unanimidade no mercado.

Mas quais são esses papéis para o segundo semestre?

Os gestores João Braga, da XP Gestão, Marcelo Cavalheiro, da Safari, e Fábio Spinola, da Apex, estão na edição especial do programa Papo com Gestor.

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Eles falaram sobre o bom desempenho de seus fundos (Safari FIC FIM II, Apex Infinity 8 Long-Biased e  XP Long Biased FIC FIM) e contaram suas posições para o segundo semestre. 

Veja onde 3 dos melhores fundos do ano investem:

BRF (BRFS3) e JBS (JBSS3)

A preferência de Cavalheiro pelas empresas é sua natural exposição ao câmbio. “Uma delas é uma empresa com notórios problemas com Lava Jato, mas ainda assim JBS tem muito valor e BRF é uma empresa que tem muita lição de casa para ser feita, com uma venda de ativos relevante para acontecer talvez nos próximos 12 meses. Isso deve ser suficiente para colocar a empresa de pé novamente”, conta.

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Itaú (ITUB4)

A opção do Itaú por Fábio Spinola reside, principalmente, em sua capacidade de pagar dividendos elevados. “O Itaú tem crescimento baixo de lucro, mas tem dividendo muito alto e esse carrego te dá essa proteção. Como filosofia de investimentos, gostamos de olhar crescimento de lucro, dividendos e expansão de múltiplo. São os três principais pilares do preço da ação”, diz.

Dufry (DAGB3)
Outra escolha de Cavalheiro de olho no dólar é a ação da Dufry. “Essa é uma posição que carregamos há mais tempo. É completamente dolarizada e mais exposta ao global, de fato”, explica.

Bradesco (BBDC4)
As ações do Bradesco tem a terceira maior posição na carteira do fundo da XP. Braga disse que o papel está barato e, caso a tese de investimento mude, ele pode rapidamente mudar sua posição porque o papel é muito líquido.

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Rumo (RAIL3)

Spinola explica que carrega as ações da Rumo há algum tempo e conta que elas se beneficiaram da dinâmica de preços. “O micro está dizendo que tem valor ali e o gerenciamento diz que vai entregar, seja com crescimento de lucro ou de dividendos”, diz.

Qualicorp (QUAL3)
Na opinião de Braga, o mercado penalizou excessivamente as ações da Qualicorp. “O resultado do quarto trimestre foi ruim e a ação tinha que cair, mas o mercado sempre exagera para pior tudo que sai de ruim da empresa”, conta. “O mercado está ignorando completamente o micro da empresa, que gera caixa, que não precisa reter capital e que tá num valuation ridículo de barato”, diz.

Para ele, a empresa opera um setor com “demanda gigantesca e super resiliente” e tem a vantagem de poder distribuir todo o capital gerado. “A empresa tem uma posição estratégica muito forte e que está zero refletida no preço da ação”, acrescenta.

Lojas Americanas (LAME3)

As ações da Lojas Americanas são a maior exposição do fundo da XP e já fazem parte do portfólio há algum tempo. “Ela é uma especie de varejista que tem alavancagem operacional”, afirma Braga, destacando a capacidade da empresa de conseguir manter retornos marginais constantes e rebate as críticas de parte do mercado sobre o desempenho da companhia. “Nos últimos 2 anos piorou [o resultado], mas nos últimos 3 trimestres já começaram a melhorar. Eu acho que é mais conjuntural do que estrutural, o mercado achava que era estrutural, mas eu discordo”, diz.

Ele ainda compara as Lojas Americanas com o Magazine Luiza, apontando o espaço da primeira para o crescimento em novos canais de vendas e a integração entre as operações físicas. “Ninguém melhor que a Lojas Americanas para fazer isso. Hoje ela tem quase o dobro de lojas do Magazine Luiza e ela ainda pode entrar na questão das lojas de conveniência”, conta.

Gerdau (GGBR4)

Os papéis de Gerdau são a quarta maior fatia do fundo da XP devido à avaliação de Braga sobre um dos desempenhos previsto para a empresa. “Acho que o consenso está completamente errado no ebitda do ano. Acho que será de R$ 6 bilhões, com viés de alta, e o mercado vê em R$ 5 bilhões, com viés para cima”, diz.

CVC (CVCB3)

Segundo Spinola, que tem ações da CVC há algum tempo, o mercado penalizou muito o preço da ação e o resultado continua bom. Mesmo com a desaceleração no ritmo da atividade econômica, a empresa deve ter boa performance. “Se não dá para viajar para fora, viaja dentro. A quantidade de destinos turísticos no Brasil é enorme e o turismo já ocupou uma parte da cesta de consumo brasileiro”, avalia.

Azul (AZUL4)

A ação, que acumula queda de 13,20% no ano até o fechamento de quarta-feira (18), se apresenta como oportunidade de compra. “Compramos recentemente depois da queda enorme que teve. Várias coisas importantes estão acontecendo na empresa. Ela fugiu das rotas principais e estão com poder de preço maior do que as outras empresas. O que ajuda no case é que o câmbio, que prejudica o resultado dessas empresas, já andou bastante. O petróleo andou bastante também, então já tá com preço muito alto. Provavelmente esses dois preços estão se acalmando e a empresa naturalmente terá um ganho”, diz Cavalheiro.

“Havia a expectativa de catástrofe na economia doméstica e não é bem isso que está acontecendo. As pessoas continuam viajando. Outro ponto é que começou a faturar em moeda forte, aumentando rotas internacionais. O gerenciamento é bom e a empresa tem uma estrutura de capital melhor que a Gol, por exemplo, muito mais saudável. Temos posição pequena e vamos aumentando ao longo do tempo”, diz Cavalheiro.

Suzano (SUZB3) e Fibria (FIBR3)

As ações da Suzano foram um vetor importante para a performance dos três fundos no primeiro semestre – o papel saltou 141,8% no período – e devem continuar como uma boa opção para o portfólio da segunda metade do ano.

“Celulose é uma commodity muito mais protegida do que as outras. Não tem outros grandes produtores, fora o Brasil. Não tem grande competição como tem em outras commodities, como minério de ferro e petróleo. Ficamos bastante confortáveis quanto a isso”, justifica Cavalheiro. Apesar dos fatores de risco como a guerra tarifária entre China e Estados Unidos, os preços da celulose são resilientes e não devem cair”, segundo Spinola.

“Olhando as duas empresas isoladas, acho que Suzano está bem precificada e a Fibria está extremamente barata. Quando você olha as duas combinadas, está muito barata. A nossa decisão de manter as duas é por acreditar que Cade vai dar ok para a fusão e as autoridades externas  também. Se isso não acontecer, você está protegido com a Fibria, que vai subir barbaramente”, avalia Spinola.

Cavalheiro explica que, se a operação de fusão for frustrada, a Fibria deve saltar do patamar atual de R$ 70 para mais de R$ 100. A cautela, no entanto, não tem relação com dúvidas sobre o futuro das empresas. “A operação vai seguir, não vejo motivos para não ser feito”, diz.

Se aprovada, a fusão ainda deve trazer benefício para a Fibria. “Tem toda a sinergia que vai aparecer da compra da Fibria que não está no preço, inclusive benefícios fiscais que vão aparecer da fusão. Parece um ativo muito interessante para carregar especialmente num cenário de eleição, que não sabemos quem vai ganhar ou quem vai para o segundo turno. É uma maneira de proteger o portfólio”, acrescenta Cavalheiro, que tem 4% do patrimônio líquido do fundo em Fibria e a mesma parcela em Suzano.

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Spíndola destaca a geração de caixa “extremamente forte” das empresas. “As duas empresas combinadas operam a 4x ebitda, levando em consideração o preço de celulose de US$ 750 e um cambio médio de R$ 3,50”, calcula o gestor que aloca o dobro da quantidade que tem em Suzano em Fibria.

Confira o desempenho dos 3 melhores fundos de ações do 1º semestre:
Fundo Rentabilidade
no 1º semestre
Status do fundo
Safari FIC FIM II
 +14,26%
aberto para investimentos na XP
Apex Infinity 8 Long-Biased
 +13,27%
aberto para investimentos na XP 
 XP Long Biased FIC FIM
 +13,14%
fechado para captação
Ibovespa
-4,76%
CDI
+3,17%

Papo com Gestor é um programa de entrevistas semanais apresentado por Thiago Salomão, editor-chefe do InfoMoney. O programa é fruto de uma parceria com a XP Investimentos e trará toda semana uma entrevista com gestores que estão se destacando dentro da lista de fundos da plataforma digital da XP.