Bradesco inicia cobertura de empresa que pode “ofuscar concorrentes”

SÃO PAULO – O Bradesco BBI iniciou a cobertura da Azul (AZUL4) com recomendação outperform (acima da média do mercado, equivalente a compra) e preço-alvo em R$ 32 ao fim de 2017, valor 27% acima do fechamento de quinta-feira (11).

 Segundo o Bradesco, as ações da Azul são comercializadas em linha com os seus pares, embora mostre um forte crescimento, margens em elevação e poucos concorrentes.

 O Bradesco BBI acredita que a Azul pode “ofuscar seus concorrentes”, diante da capacidade da companhia em abrir novos mercados, sendo a única aérea em 70% de suas rotas.

 Os pilares da estratégia de sucesso da companhia, segundo o banco, é a criação de um hub em Viracopos (95 km de São Paulo), enquanto as concorrentes disputam espaço em aeroportos saturados. O segundo pilar é o uso de modelos de aeronaves adequados para cada mercado, em vez de atuar com frota padronizada e o terceiro é a implementação de sistema diferenciado de produtos, como assentos de couro e TV ao vivo à bordo.

 A introdução de aeronaves do modelo Airbus pode ajudar a aumentar as margens da companhia, segundo o banco. Com o amadurecimento de suas rotas, a Azul está introduzindo os aviões A320, que têm 56 assentos a mais que o E195 da Embraer, o que resulta em custos aproximadamente 30% menores por assento.

 Os analistas acrescentam o potencial de abertura de capital do programa de milhagens TudoAzul, podendo agregar cerca de R$ 4 bilhões em valor patrimonial. “Em nossa opinião, a empresa já é grande o suficiente para um IPO”, avalia o Bradesco BBI.

 Além disso, os analistas consideram que alianças globais, com a United Airlines (EUA) e a TAP (Portugal) trazem benefícios à Azul que vão além do compartilhamento de codeshare incluem o aporte financeiro, flexibilidade à frota e acesso à extensa rede na Ásia, Europa e América do Norte.