Entenda por que Donald Trump foi um desastre no mercado de ações

Colunista americano aponta falha milionário que o magnata, e agora candidato a presidente dos Estados Unidos, cometeu

Lys Silva

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SÃO PAULO – Carregado de ironia, o artigo publicado no final de julho por Brett Arends no site Market Watch, tenta mostrar que o magnata americano pode até parecer um homem de negócios inteligente no reality show “The Apprentice”, mas que essa imagem não é bem a realidade.

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O que faz com que o jornalista tenha essa visão de Trump? A perda acumulada, entre 1995 e 2004, de US$ 647 milhões do Trump Hotels & Casino. “Tente convencer alguém que investiu seu dinheiro suado na empreitada de Donald, de que ele é inteligente e sabe o que está fazendo no mundo dos negócios”, comenta Brett.

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A falha milionária de Trump aconteceu 20 anos atrás quando ele resolveu, pela primeira e única vez, deixar pessoas comuns se tornarem suas parceiras nos negócios e colocarem o dinheiro delas dentro de negócio.

O magnata das propriedades e autor do livro “A arte da negociação”, “The art of the deal”, no título original, levantou US$ 140 milhões do público com a IPO (abertura de capital) do Trump Hotels & Casino Resorts, que detinha seus interesses comerciais em Atlantic City e em outros lugares.

Parecia a oportunidade perfeita, afinal, cassinos tem licença para imprimir dinheiro e Trump era um gênio em giro de capital, lidando com negócios e auto-promoção. Outro fator que reforçou a ideia de que era uma chance única foi o fato de, em meados da década de 1990, a economia americana estar começando a crescer novamente.

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Quando a poeira abaixou, em 2005, os destroços apareceram. Aqueles que tinham investido no fundo de Trump haviam perdido 90 centavos de cada dólar que colocaram no investimento. Assim, foi a hora dos credores intervirem e forçarem a empresa a abrir falência.  

Trump Hotels & Casino Resorts perdeu dinheiro todos os anos em que Trump a administrou como uma empresa pública. Perdas liquidas de US$ 13 milhões em 1995, atingiram US$ 134 milhões em 1999 e US$ 191 milhões em 2004. Nem mesmo o escritório de auditoria contratado por Donald conseguiu esconder o quanto a empresa estava no vermelho. Em total, de 1995 até 2004, a companhia acumulou uma perda total de US$ 647 milhões.

Com o acumulo de dívidas, a ação entrou em colapso e terminou com os credores no limite. A justiça precisou agir para que o processo de falência fosse aberto. Em abril de 2004 quem havia investido US$ 100 no IPO possuía cerca de US$ 10.

“Trump foi um completo desastre no mercado de ações. E não é como se desse para culpar problemas na indústria, a economia ou o mercado de ações. No mesmo período, investidores que apostaram no concorrente Harrah’s Entertainment haviam mais que dobrado seu dinheiro. Investidores de empresas de hotéis de luxo, casinos e resorts, como a Starwood e MGM, tinham ganho retornos na casa dos 400%, até mesmo o bom e velho índice do mercado de ações mais do que dobrou no período”, aponta Brett.

Os negócios de Trump já passaram por 11 processos de bancarrota nos últimos 25 anos. Credores foram perdendo bilhões pelo caminho, mas, como a maior parte destes processos envolveu acordos de dívida complexos entre Trump, suas várias entidades empresariais e dezenas de bancos, os detalhes são facilmente perdidos no limbo.

Mas no mercado de ações é um pouco diferente. As perdas são públicas e muito mais fáceis de serem traçadas, e em geral, os perdedores são investidores que compraram a ação diretamente ou por meio de fundos mútuos.

“Muitos dos investidores que  perderam dinheiro com esta negociação de Trump são eleitores. Mas, um ponto positivo para Trump é que, a maioria do público é facilmente distraída e tem memória curta, bem curta”, conclui Arends.

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