Bancos, varejo, petróleo e siderurgia; as opiniões de um gestor sobre 4 setores

O destaque positivo fica no setor de consumo/varejo, em especial com a Renner e o Pão de Açúcar

Leonardo Pires Uller

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SÃO PAULO – Após uma sequência de quedas na bolsa brasileira, que chegou a fechar abaixo dos 45 mil pontos na última sexta-feira (14), e turbulência no cenário político internacional no começo do ano, os gestores do BNP Paribas divulgaram em março suas visões acerca de quatro grandes setores da economia brasileira: Consumo/Varejo, Bancos, Siderurgia e Petróleo/Gás.

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Sobre o varejo, os gestores estão satisfeitos. “A maioria das empresas reportou resultados em linha ou acima das expectativas”, afirma a instituição europeia. Se destacam nesse setor a Renner e o Pão de Açúcar. Sobre primeira, os especialistas ressaltam seu controle de despesas e custos, com inadimplência sob controle. Em relação ao Pão de Açúcar, o ponto positivo é também seu controle de custos e ainda sua forte expansão na margem do segmento de alimentos.

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Já no setor bancário, o BNP Paribas elogia o Itaú Unibanco, que foi o grande destaque positivo da temporada de resultados na visão dos gestores. “O banco foi capaz de entregar resultado acima das expectativas do mercado devido a menor provisão e melhor resultado de tesouraria”, ressalta o relatório, assinado pelo head de renda variável da asset, Frederico Tralli.

Um setor que não mostrou bom desempenho recentemente é o de siderurgia. A Usiminas e a Gerdau apresentaram resultados em linha com o esperado, no entanto, as duas companhias tiveram quedas em seus papéis logo após a divulgação. Três motivos são destacados pelos gestores para justificar o ocorrido: parte do mercado esperava que o setor fosse surpreender de forma mais positiva; o dólar apreciou após os R$ 2,45; e o risco de racionamento.

Sobre o setor de petróleo/gás, os gestores afirmam que a Petrobras apresentou números fracos, mas em linha com o esperado. O destaque negativo do resultado foi a geração de caixa da empresa, o que segundo o BNP, torna ainda mais difícil a situação da companhia. “Afinal, repasse de preço de combustíveis em um ambiente de inflação em elevação não é nada trivial”, aponta o head de renda variável do BNP.

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Por fim, o BNP Paribas destaca que mantém uma postura seletiva no que se refere a investimentos, uma vez que o cenário macroeconômico não é animador. “Mantemos preferência por casos onde a maior parte da geração de valor venha do micro e não do macro. Essa é uma das maiores formas de proteção para nossas carteiras”, assegura a instituição.

Adições e reduções
Nesse cenário volátil, os gestores adicionaram quatro empresas em seus fundos. A primeira delas é a Qualicorp, que após anos de forte crescimento, agora está focada em reduzir a inadimplência, aumentar sua eficiência no processo de vendas e reduzir seus custos. Já sobre outra adição, o Bradesco, os especialistas acreditam que o resultado reportado foi bom, com inadimplência e custos sob controle.

Em relação à sua terceira escolhida, a Minerva, os gestores ressaltam a demanda forte por carne bovina, que facilita a margem de preços da empresa. Sobre a última adição, a Gerdau, o comentário dos gestores é sobre o desconto excessivo que eles acreditam que o papel tenha sido submetido recentemente.

No lado das reduções estão três blue chips: Vale, Petrobras e Banco do Brasil. Sobre a primeira, sua participação foi reduzida parcialmente após no bom resultado trimestral da companhia. Em relação à produtora de petróleo, os gestores afirmam que o momento de inflação forte não favorece o aumento nos preços de combustíveis. Já sobre o Banco do Brasil, o BNP afirma que optou por zerar suas posições e concentrar em bancos privados.

Além das três empresas, há ainda outra redução por parte da instituição francesa: a Kroton. Os gestores ressaltam que nos patamares atuais existe uma assimetria caso o CADE decida tomar uma decisão mais dura contra a empresa.