As ações mais caras do Ibovespa ainda têm potencial para subir? Confira

As cinco ações mais caras são: Natura (NATU3), Cielo (CIEL3), Souza Cruz (CRUZ3), Lojas Americanas (LAME4) e CCR (CCRO3)

Arthur Ordones

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SÃO PAULO – O benchmark da bolsa de valores paulista, o Ibovespa, possui atualmente 72 ações, de 66 diferentes empresas, considerando que os ativos da OGX saíram de todos os índices da Bovespa, pelo fato de a companhia ter entrado em recuperação judicial.

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Cada companhia possui seu valor patrimonial por ação, chamado de VPA, que mostra o valor do patrimônio líquido da empresa dividido pelo número total de ações que ela possui. Se dividirmos esse múltiplo pelo preço da ação, chegamos ao P/VP, que informa o quanto o mercado está disposto a pagar pelo Patrimônio Líquido da companhia.

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De todas as ações presentes no índice, o InfoMoney separou as cinco que estão com o P/VP mais alto, o que teoricamente indica que elas não estão atrativas, pelo fato de o preço estar muito esticado em relação ao seu valor patrimonial, e conversou com analistas para ver se, mesmo caras, elas ainda tem potencial de valorização. Afinal, se a empresa for sólida e apresentar resultados muito bons, com lucros líquidos elevados em comparação com o anterior e dívidas controladas (ou até caixa líquido positivo), ela pode continuar se valorizando, apesar dos múltiplos pouco atrativos.

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As cinco ações selecionadas foram: Natura (NATU3), Cielo (CIEL3), Souza Cruz (CRUZ3), Lojas Americanas (LAME4) e CCR (CCRO3). Essas companhias apresentam P/VP de 19,74, 17,40, 17,23, 15,41 e 10,21, respectivamente, o que é considerado muito elevado. No entanto, para o preço estar tão esticado, com certeza os papéis passaram por fortes valorizações nos últimos anos, o que mostra que as empresas estão em um bom momento, provavelmente com resultados positivos e que seus ativos têm muito potencial.

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Confira a tabela abaixo com os dados das empresas analisadas:

Empresa Ticker Preço (13/11/2013) VPA P/VP Participação no índice (%)
Natura NATU3 R$ 41,09 R$ 2,08 19,74 0,993
Cielo CIEL3 R$ 65,25 R$ 3,75 17,40 1,787
Souza Cruz CRUZ3 R$ 23,50 R$ 1,36 17,23 0,620
Lojas Americanas LAME4 R$ 15,28 R$ 0,99 15,41 0,831
CCR CCRO3 R$ 17,90 R$ 1,75 10,21 1,618

De acordo com o economista e consultor da Compliance Comunicação, Clodoir Vieira, essas empresas já estão consolidadas no mercado e a valorização delas deve ser pequena no ano que vem, só acompanhando o mercado. “No entanto, também não vejo grande queda de nenhuma. Todas elas são muito boas e sólidas”, afirmou.

Segundo Vieira, das cinco ações mais caras do Ibovespa, a única que vale a pena montar posição neste momento é a CCR. “Ela tem uma receita constante e está sempre distribuindo dividendos”, disse.

Já em relação à Souza Cruz, que também distribui bons dividendos, o especialista explicou que o último resultado deixou a desejar, e é por isso que ela está caindo tanto. “Quem está posicionado, fica, não desmonta posição de nenhuma delas, pois todas são boas, mas eu não aumentaria a posição, com exceção da CCR”, afirmou.

Sobre a Cielo, para Vieira, a concorrência com a Rede, apesar do capital fechado, vai atrapalhar ela no ano que vem. “2014 vai ser um ano de lado para a empresa, principalmente por conta de sua alta expressiva neste ano. Já a Natura é uma ação interessante, mas esse P/VPA tão elevado deixa ela muito pouco atrativa”, finalizou.

Desempenho em 2013
Em 2013, das cinco ações com os maiores P/VPAs do Ibovespa, quatro estão com desempenho negativo no ano, o que mostra que as elevações de anos anteriores, que descolaram o preço de cada uma do valor patrimonial, já estão sendo devolvidos aos poucos.

É válido lembrar que isso não significa que a queda irá continuar em 2014, como disse Vieira, afinal, bons resultados podem segurar as cotações distantes de seus respectivos valores patrimoniais.

Neste ano, a Natura está com queda de 25,54%, a Souza Cruz de 19,99%, a Lojas Americanas de 11,46% e a CCR de 4,05. A única alta é das ações da Cielo, que já subiram 47,07% em 2013. Todos os valores são referentes ao preço de fechamento de quarta-feira (13).