“Ações da Embraer e da Ambev estão atrativas”, diz Concórdia

A Ambev (AMBV4) e a Embraer (EMBR3) divulgaram seus resultados na quinta-feira (31) antes da abertura do mercado

Arthur Ordones

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SÃO PAULO – A Ambev (AMBV4) e a Embraer (EMBR3) divulgaram seus resultados na quinta-feira (31) antes da abertura do mercado e, em análise, a Concórdia afirmou que ambas estão atrativas para compra.

Em relação à Ambev, a corretora afirmou que, levando-se em conta o desempenho do mercado de bebidas, notadamente no Brasil, o resultado apresentado pela companhia foi neutro, mas o viés segue positivo devido à sua estabilidade operacional neste e nos próximos exercícios. “A empresa segue buscando, através de políticas de preços, embalagens e marcas, sustentar suas margens operacionais neste exercício – tido como um dos mais desafiadores dos últimos anos -, relegando ao volume de vendas uma condição secundária em termos de relevância estratégica”, disse.

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A Concórdia ainda citou a recuperação de importantes indicadores de desempenho, como a maior diluição de custos e despesas, em relação ao primeiro semestre deste ano. “Novamente o destaque positivo ficou a cargo das vendas em RefrigeNanc, tendo sua marca Guaraná Antarctica alcançado participação recorde no mercado brasileiro”, afirmou a corretora. “Ponderamos que a empresa voltou a perder market share em cervejas no país, pressionada, principalmente, pelo acirramento na disputa concorrencial e pelo efeito da inflação nos preços de seus produtos”, completou.

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Sobre a Embraer, a Concórdia afirmou em relatório que, assim como era imaginado, porém com maior intensidade, a companhia sentiu os efeitos de um menor nível de entregas no mercado de aviação Comercial no trimestre, refletindo em menor agregação de receita e diluição de custos fixos. “No entanto, um horizonte mais longo se faz necessário para execução e entrega desta carteira, o que torna suas ações mais atraentes para investidores que compartilhem desta premissa”, explicou.

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Ainda segundo a corretora, o efeito câmbio teve papel importante no período, tanto para fins de receita maior quanto em pressão de margens. “Para o quarto trimestre, como de costume, a empresa deve registrar maior volume de entregas, mas a aviação Comercial deve seguir desapontando, visto o cenário nada confortável para as empresas que atuam neste nicho e a elevada concorrência enfrentada pela Embraer neste mercado. Desta forma, os demais segmentos devem seguir ganhando participação no mix da carteira”, finalizou.

Resultados

Ambev
O volume comercializado (em hectolitros) da Ambev totalizou 39,3 milhões no período, queda de 3,1% sobre o 3T12. A receita por hectolitro, contudo, foi 8,7% superior, na mesma comparação, beneficiada pelos aumentos registrados em todas as áreas de operação da companhia. A receita líquida consolidada foi de R$ 8.462,6 milhões nos três meses encerrados em setembro, alta de 5,3% sobre mesmo período de 2012.

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O custo dos produtos vendidos por hectolitro foi 10,9% superior ao 3T12, impactado, dentre outros, por operações de hedge de moeda realizadas no trimestre, assim como maiores custos com embalagens de cervejas no Brasil e maior depreciação de unidades industriais.

As despesas com vendas gerais e administrativas apresentaram relativa estabilidade, aumentando 0,7% na mesma base de comparação, contribuindo para uma geração de caixa operacional (Ebitda ajustado) de R$ 4.199,3 milhões (+10,9% sobre o 3T12). As receitas e despesas financeiras resultaram em despesa líquida de R$ 496,1 milhões, quando no 3T12 foi de R$ -366,8 milhões.

Tal desempenho reflete, dentre outros, as perdas registradas com instrumentos não-derivativos (+243,14%), parcialmente compensadas por maiores receitas com juros (+49,1%). Em última análise, o resultado trimestral da AmBev foi afetado por uma maior incidência de imposto de renda e contribuição social, tendo a alíquota efetiva ficado 11,5 p.p. acima do mesmo trimestre de 2012.

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Neste terceiro trimestre, a companhia reportou lucro líquido atribuível aos acionistas de R$ 2.280,3 milhões, -7,9% em relação ao 3T12. Ao final de setembro, a AmBev possuía posição líquida de caixa de R$ 2.399,7 milhões.

Adicionalmente, a empresa informou, por meio de comunicado ao mercado, que a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) concedeu registro de emissor de valores mobiliários à AmBev S.A., e que, em vista a aprovação, estima que as ações de sua emissão passem a ser negociadas na BM&FBovespa e New York Stock Exchange (NYSE) em meados de novembro.

Embraer
Assim como já havia antecipado em sua prévia operacional, a companhia entregou 44 aeronaves no período, 25 jatos para o segmento de aviação executiva e 19 jatos comerciais. Com este volume de entregas e a desvalorização cambial, a receita líquida somou R$ 2,943 bilhões, alta de 3,5% na comparação anual, com os segmentos de Defesa & Segurança (+17,3%) e Aviação Executiva (+111,9%) trazendo a contribuição positiva.

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Do lado desfavorável ficou o menor número de entregas no segmento de aviação Comercial (27 jatos entregues no 3T12) refletindo na queda de 19,1% da receita deste mercado. A geração de caixa medida pelo Ebitda aumentou em 5,4%, com margem 0,2 pp superior.

Apesar da maior pressão sobre custos, em função das variações inflacionárias e cambiais sobre os gastos, a companhia registrou menor nível de despesas relacionadas à Pesquisa – principalmente atreladas ao lançamento da segunda geração da família de E-Jets -, assim como teve a base de comparação favorecida na linha de outras receitas operacionais pelo registro de despesas não recorrentes no 3T12.

Já a retração de 10,5% no lucro líquido neste trimestre decorre do menor ganho financeiro líquido e do maior reconhecimento de depreciação e amortização frente ao ano anterior, fatores parte atenuados por uma menor alíquota efetiva de IR. O backlog da Embraer terminou o 3T13 em US$ 17,8 bilhões. Quanto à alavancagem, a companhia registrava dívida líquida de apenas R$ 44,0 milhões ao final de set/13.