As maiores altas do ano: ficar ou correr em 2014?

As maiores altas de 2013, até o fechamento da última quarta-feira (24), são das ações da Braskem (BRKM5) (53,52%), da Tim (TIMP3) (46,62%), da Cielo (CIEL3) (44,85%), da Kroton (KROT3) (39,46%) e do JBS (JBSS3) (39,39%)

Arthur Ordones

(Divulgação/Braskem)

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SÃO PAULO – Em um ano ruim para o mercado acionário brasileiro, com o Ibovespa, principal índice da bolsa de valores, em queda acumulada de quase 10%, algumas ações do benchmark se destacaram muito. Nesses casos, quando o ano vai chegando ao final, o investidor, de forma geral, sempre fica com uma dúvida: elas continuarão subindo no ano que vem ou irão devolver fortemente a alta expressiva?

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Para responder a essa pergunta, é preciso analisar diversos fatores, como os fundamentos da companhia, com análise de seus últimos resultados – fluxo de caixa, dívida, lucro líquido, Ebitda – as últimas notícias sobre a empresa e seus múltiplos, como P/L (preço da ação dividido pelo lucro por ação), VPA (valor patrimonial por ação) e P/VP (preço da ação dividido pelo valor patrimonial por ação).

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As maiores altas de 2013, até o fechamento da última quarta-feira (24), são das ações da Braskem (BRKM5) (53,52%), da Tim (TIMP3) (46,62%), da Cielo (CIEL3) (44,85%), da Kroton (KROT3) (39,46%) e do JBS (JBSS3) (39,39%).

De acordo com Clodoir Vieira, economista da Compliance Comunicação, no mercado de capitais, apenas uma coisa é certa: rentabilidade passada não é garantia de rentabilidade futura. “No entanto, tomar decisões apenas olhando o comportamento de uma ação no passado pode tornar-se uma estratégia interessante, quando aproveitamos as ofertas do mercado”, afirmou.

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Para ele, o que diferencia uma estratégia perdedora de uma estratégia vencedora são os critérios que o investidor deve pensar na hora de investir. Com certeza não basta apenas olhar as maiores quedas e as maiores altas. “Na realidade, o que importa são os fatores que influenciam o comportamento das ações: os fundamentos das empresas, a atuação das áreas de relações com investidores, a governança corporativa e os boatos e especulações sobre o futuro das companhias negociadas em Bolsa”, completou Vieira.

As maiores altas do ano e seus fundamentos:

Braskem
As ações que mais subiram no ano até o momento foram as da Braskem, com mais de 50% de alta. No entanto, seus fundamentos apontam para uma forte correção no ano que vem, o que não indica que isso necessariamente irá ocorrer.

O valor atual da ação, de acordo com o fechamento de segunda-feira (28), é de R$ 19,66, enquanto seu VPA (valor patrimonial por ação) é muito menor (R$ 9,72), o que indica que os papéis estão supervalorizados. (P/VP – Preço da ação dividido pelo valor patrimonial por ação – de 2,02).

O P/L (preço da ação dividido pelo lucro por ação) da companhia, que indica o tempo (em anos) que o investidor irá reaver o capital investido através do recebimento do lucro gerado pela empresa, também está alto, em 65,75.

Além disso, o último resultado da Braskem, divulgado em 30 de junho deste ano, mostrou que a companhia teve um prejuízo líquido de R$ 117,226 milhões nos últimos três meses, com um Ebit de R$ 561,977 milhões. A dívida líquida da companhia está em R$ 15,514 bilhões, enquanto o patrimônio é de R$ 7,752 bilhões.

Assim, devido a tantas distorções, dificilmente as ações continuem com uma alta tão expressiva no ano que vem.

Tim
A segunda maior alta do ano até o momento é das ações da Tim, com quase 50% de elevação. Apesar de alguns múltiplos distorcidos, os fundamentos da empresa se mostram bem sólidos, o que indica que talvez seus papéis continuem sendo uma boa aposta em 2014.

O valor atual da ação, de acordo com o fechamento de segunda-feira (28), é de R$ 11,46, enquanto seu VPA é muito menor (R$ 5,84), o que indica que os papéis estão supervalorizados. (P/VP de 1,96).

O P/L da companhia, que indica o tempo (em anos) que o investidor irá reaver o capital investido através do recebimento do lucro gerado pela empresa, também está alto, em 18,26, mas não tanto quanto o da Braskem.

No entanto, o último resultado da Tim, divulgado em 30 de junho deste ano, mostrou que a companhia está com fundamentos sólidos, ao apresentar um lucro líquido de R$ 385,558 milhões nos últimos três meses, com um Ebit de R$ 709,928 milhões. A dívida líquida da companhia está em R$ 2,235 bilhões, que é muito menor que seu patrimônio, de R$ 14,128 bilhões.

Cielo
A terceira maior alta do ano até o momento é das ações da Cielo, com quase 45% de elevação. Apesar de alguns múltiplos muito distorcidos, os fundamentos da empresa também se mostram bem sólidos, o que indica que talvez seus papéis continuem sendo uma boa aposta em 2014.

O valor atual da ação, de acordo com o fechamento de segunda-feira (28), é de R$ 66,15, enquanto seu VPA é extremamente menor (R$ 3,13), o que indica que os papéis estão supervalorizados. (P/VP de 21,14).

O P/L da companhia, que indica o tempo (em anos) que o investidor irá reaver o capital investido através do recebimento do lucro gerado pela empresa, também está alto, em 21,11, mas não tanto quanto o da Braskem.

No entanto, o último resultado da Cielo, divulgado em 30 de junho deste ano, mostrou que a companhia está com fundamentos sólidos, ao apresentar um lucro líquido de R$ 623,345 milhões nos últimos três meses, com um Ebit de R$ 759,146 milhões. A dívida líquida da companhia está em R$ 1,886 bilhão, que é muito menor que seu patrimônio, de R$ 2,460 bilhões.

Kroton
A quarta maior alta do ano até o momento é das ações da Kroton, que entrou no Ibovespa há apenas dois meses, com quase 40% de elevação. Apesar de alguns múltiplos muito distorcidos, os fundamentos da empresa também se mostram bem sólidos, o que indica que talvez seus papéis continuem sendo uma boa aposta em 2014.

O valor atual da ação, de acordo com o fechamento de segunda-feira (28), é de R$ 31,60, enquanto seu VPA é menor (R$ 9,18), o que indica que os papéis estão um pouco valorizados. (P/VP de 3,44).

O P/L da companhia, que indica o tempo (em anos) que o investidor irá reaver o capital investido através do recebimento do lucro gerado pela empresa, também está alto, em 23,81.

No entanto, o último resultado da Kroton, divulgado em 30 de junho deste ano, mostrou que a companhia está com fundamentos sólidos, ao apresentar um lucro líquido de R$ 99,511 milhões nos últimos três meses, com um Ebit de R$ 111,819 milhões. A dívida líquida da companhia está em R$ 198,037 milhões, que é muito menor que seu patrimônio, de R$ 2,467 bilhões.

JBS
A quinta maior alta do benchmark no ano até o momento é das ações do Grupo JBS, também com quase 40% de elevação. Os múltiplos da companhia estão bons, assim como seus fundamentos, o que indica que provavelmente seus papéis continuem sendo uma boa aposta em 2014.

O valor atual da ação, de acordo com o fechamento de segunda-feira (28), é de R$ 8,24, enquanto seu VPA é praticamente de acordo (R$ 7,33), o que indica que os papéis estão com um preço justo e tem espaço para valorizar mais. (P/VP de 1,12).

Já o P/L da companhia, que indica o tempo (em anos) que o investidor irá reaver o capital investido através do recebimento do lucro gerado pela empresa, está alto, em 24,26, devido ao bom lucro.

O último resultado do Grupo JBS, divulgado em 30 de junho deste ano, mostrou que a companhia está com fundamentos sólidos, ao apresentar um lucro líquido de R$ 338,467 milhões nos últimos três meses, com um Ebit de R$ 1,194 bilhão. A dívida líquida da companhia está em R$ 17,219 bilhões, que é muito menor que seu patrimônio, de R$ 21,574 bilhões.