Confira as grandes apostas da HSBC Corretora para o fim deste ano

O portfólio é constituído pelas ações da Fibria, da Suzano, da Vale, da Hypermarcas, da Cielo, da AmBev, da Ultrapar, do Itaú Unibanco, do Bradesco e da Telefônica Brasil

Arthur Ordones

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SÃO PAULO – A HSBC divulgou sua carteira do modelo de estratégia de ações para o Brasil, que, atualmente, não possui estatais. O portfólio é constituído pelas ações da Fibria (FIBR3), da Suzano (SUZB5), da Vale (VALE5), da Hypermarcas (HYPE3), da Cielo (CIEL3), da AmBev (AMBV4), da Ultrapar (UGPA3), do Itaú Unibanco (ITUB4), do Bradesco (BBDC4) e da Telefônica Brasil (VIVT4).

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De acordo com a corretora, um Real desvalorizado é bom para as exportações, para a substituição de importados e, por consequência, para os produtores de commodities selecionados. A equipe de câmbio do HSBC projeta R$2,30/US$ para o final de 2013 e R$ 2,40/US$ para o final de 2014. “Associado à crescente expansão da China, isso deve ser positivo para essas ações”, afirmou.

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A corretora resolveu incluir as ações da Suzano e a Fibria na carteira pelo fato de que ambas são altamente alavancadas frente a um Real mais desvalorizado. No caso da Fibria, 90% da receita está vinculada ao dólar, ao passo que 80% dos custos estão atrelados ao Real. Enquanto que, para a Suzano, cada movimentação do Real equivalente a 5% deve se traduzir em um aumento de 8% no Ebitda, segundo análise deles. “Mantemos a Vale em nossa carteira, considerando que a mesma seria a principal beneficiária de um avanço no crescimento da China. Além disso, nossos analistas apresentam uma visão mais otimista que o consenso no que se refere aos preços de celulose e minério de ferro”, disse.

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No que tange ao tema da substituição das importações, a corretora optou pelas ações da Hypermarcas, pois a empresa pode se beneficiar do deslocamento dos consumidores para os produtos domésticos, tanto na divisão ‘Higiene Pessoal’ como na ‘Farma’.

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Setor de consumo
Ainda de acordo com a HSBC, o pior no âmbito do consumo já passou. Após uma desaceleração acentuada no primeiro semestre, eles acreditam que o consumo mostra uma retomada. “A baixa confiança do consumidor e as condições restritivas de crédito favorecem itens de ticket reduzido frente aos bens duráveis, assim como a melhoria da inadimplência, levando-se em conta que as famílias priorizam o pagamento de dívida”, explicou.

Outro papel que foi apreciado por eles foi o da AmBev, em virtude de seu perfil defensivo de consumo, administração de alta qualidade e posição dominante no mercado. O perfil de consumo da Hypermarcas também é defensivo (Farma e Higiene Pessoal) e sua ação foi agregada à carteira. “Já a Cielo, vemos como uma forma defensiva de se expor a um gasto amplo do consumidor, capturando todos os tipos de transações, mesmo se as preferências do consumidor vão de um produto a outro. Itaú Unibanco e Bradesco devem se beneficiar de um ambiente mais estável em termos de mão de obra, com os consumidores priorizando o pagamento de dívida”, afirmou a corretora.

Recessão no Brasil?
Segundo eles, uma recessão no Brasil é improvável em 2013/14, mas os riscos são crescentes. A economia está mudando de uma fase na qual o crescimento se acelera para uma em que desacelera, porém a transição para a recessão não faz parte do cenário básico da equipe de economistas do HSBC. “Nessa fase, esperamos que produtos de consumo básico, instituições financeiras e serviços públicos continuem apresentando desempenho melhor que o consumo discricionário”, disse.

Itaú Unibanco, Bradesco, AmBev e Hypermarcas estão bem posicionadas para essa fase, fazendo parte dos setores financeiro e de bens de consumo básicos e, portanto, estão incluídas na carteira atual.

Inflação
Para o HSBC, é provável que a alta da inflação surpreenda. A inflação pode chegar ao piso no quarto trimestre e daí aumentar. A equipe econômica do HSBC mantém uma projeção, acima do consenso, de 6,3% para o IPCA ao final de 2014. Cortes de impostos, reduções de tarifas de importação, intervencionismo do governo e uma segunda etapa do aperto podem ocorrer para compensar os preços elevados. Para a carteira do modelo, eles escolheram empresas com alto poder de formação de preços e mais distantes dos aumentos, tais como AmBev e Cielo. “A Hypermarcas também pode se beneficiar do intervencionismo, pois vemos uma redução futura em impostos sobre medicamentos como uma possibilidade no ano que vem”, afirmou. “A Ultrapar está posicionada no segmento de distribuição de combustíveis considerado resiliente, que deve continuar a prosperar sob um ambiente de preços de combustíveis subsidiados. A administração tem um histórico expressivo e a governança corporativa da empresa é alta. Entre os setores regulados, o de telecomunicações aparece como o de menores riscos associados e, portanto, mantemos a Telefônica Brasil em nossa carteira do modelo”, finalizou a corretora.