Análise Técnica: as Nuvens de Ichimoku mandam comprar Vale

A estratégia foi criada antes da Segunda Guerra mundial por um jornalista japonês com pseudônimo de "Ichimoku Sanjin"

Arthur Ordones

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SÃO PAULO – As Nuvens de Ichimoku, uma estratégia de análise técnica apresentada por Eduardo Matsura, autor dos livros “Comprar ou Vender?” e “Análise Técnica na Prática”, na Expo Money 2013, indicou um bom momento para entrar fortemente nos ativos da Vale (VALE5).

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A estratégia foi criada antes da Segunda Guerra mundial por um jornalista japonês com pseudônimo de “Ichimoku Sanjin” (“um olhar através da montanha”), e consiste em cinco curvas traçadas em qualquer gráfico de ações ou índices, que formam áreas chamadas de nuvens. A travessia de um ativo na área da nuvem, de baixo para cima, indica o rompimento de uma resistência, assim como, a travessia da área da nuvem de cima para baixo, indica o rompimento de um suporte. “Se no Candlestick os preços de abertura e fechamento são os mais importantes, no Ichimoku a ênfase é nos preços de Máximo e Mínimo; na verdade, nos pontos médios entre estes dois extremos”, explicou Matsura.

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Vale
No caso da Vale, como mostra a foto abaixo, o preço da ação está acima da Nuvem de Ichimoku, formada por meio de cinco curvas. Isso indica uma tendência de alta, apesar de o timing perfeito de entrada ter sido entre o final de julho e o começo de agosto, quando o valor do ativo rompeu a nuvem.

Vale - Ichimoku

Apesar do atraso, a entrada em vale de acordo com as Nuvens de Ichimoku é agora, afinal, essa técnica visa pegar a tendência já iniciada e acompanhá-la. É válido lembrar que quando o preço da ação tocar a nuvem no movimento inverso, de cima para baixo, o investidor deve realizar seus lucros e aguardar os candles atravessarem a nuvem de baixo para cima para entrar novamente.

As curvas do Ichimoku
De acordo com a explicação de Matsura, as duas primeiras curvas do Ichimoku tem um comportamento semelhante a duas médias móveis, uma de curto e outra de longo prazo. Porém não é utilizado o preço de fechamento. “Cada ponto da curva é obtido pelo cálculo da média entre o maior Máximo e menor Mínimo dos últimos 9 dias, e no caso da segunda curva, 26 dias. A terceira curva é um gráfico de linha do preço de fechamento, mas ‘retardado’ em 26 dias”, disse.

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Já a quarta e quinta curvas definem as ‘nuvens’. A quarta curva é simplesmente a média das duas primeiras (9 e 26 dias), mas ‘adiantada’ em 26 dias. A quinta curva é igual a primeira, mas com período de 52 dias, e também é graficada “adiantada”, com deslocamento de 26 dias para a frente, de acordo com o blog especializado na técnica.

Estratégias
Ainda segundo Eduardo Matsura em seu blog, a dica para utilizar a estratégia é começar pelas ‘nuvens’, ou seja, a curva 4 (denominada Senkou Span A) e a curva 5 (denominada Senkou Span B). Elas determinam uma “região” de suporte ou resistência.

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Diferentemente do convencional, o rompimento do suporte ou resistência não depende de um único preço; tem que ultrapassar um intervalo de preços. “Este intervalo pode ser mais largo ou estreito, e consequentemente mas difícil ou mais fácil de ser rompido”, explicou.

O deslocamento das curvas (26 períodos para a frente) permite uma visualização real dos níveis futuros de suporte e resistência. Outra característica importante das ‘nuvens’ é que elas permitem verificar rapidamente (Ichimoku quer dizer “um único olhar”) qual é a tendência do preço. Se o preço estiver acima da “nuvem” (neste caso uma referência de suporte) a tendência é de alta. Se estiver abaixo da nuvem (neste caso uma resistência) a tendência é de baixa.

O truque é seguir a tendência
O método Ichimoku utiliza a estratégia de seguir uma tendência. O objetivo não é “descobrir” topos e fundos. Muito pelo contrário, a estratégia é ‘pegar’ a tendência já iniciada (perde-se o lucro inicial) e sair depois que ela já “virou” (devolve parte dos lucros). “Portanto é preciso saber escolher as ondas, tem que pegar uma onda grande, senão não vai valer a pena surfar”, finalizou.