Fraudes e golpes financeiros: aprenda a fugir destas ‘roubadas’

José Alexandre Vasco, superintendente de proteção e orientação aos investidores da CVM, participou, na quinta-feira (12), da Expo Money 2013

Arthur Ordones

Thief Cat

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SÃO PAULO – É preciso tomar muito cuidado para não cair em golpes do mercado financeiro. Em palestra na Expo Money 2013, na quinta-feira (12), José Alexandre Vasco, superintendente de proteção e orientação aos investidores da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), explicou os principais truques e os cuidados que é preciso tomar para evitar as grandes fraudes que podem levar todo o dinheiro do investidor desavisado.

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De acordo com o especialista em fraudes financeiras, existem alguns cuidados básicos que devem ser tomados para evitar grandes perdas. “É importante, em primeiro lugar, entender quais são os riscos e de onde vem o retorno. Investigue, não economize nas perguntas, solicite documentos e detalhes por escrito e consulte os reguladores e órgãos de proteção”, explicou Vasco.

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Segundo o superintendente, a informação é a primeira defesa, ou seja, é importante pesquisar muito sobre o investimento antes de aplicar seu dinheiro nele. “É preciso estar sempre desconfiado de retornos elevados com baixo risco, afinal, isso não existe. Não existe dinheiro fácil”, disse.

Na palestra, o profissional ainda aconselhou que o investidor se baseie sempre em questões objetivas, verifique sempre o ofertante e intermediário e tenha certeza de que entendeu muito bem os riscos e as características do investimento. “Não tenha receio de fazer perguntas e, se não conseguir explicar a alguém sobre o investimento, não invista, pois isso significa que nem você mesmo entendeu do que se trata, o que indica fraude: histórias mal contadas”.

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Ente outras dicas que Vasco contou em sua palestra estão: decidir sempre com calma, proteger suas informações, acompanhar de perto as operações e lembrar sempre que a suas senhas em contas de corretora são como “a chave da sua casa”. “Enfrentando problemas, utilize os meios de defesa à disposição do investidor: MRP (Mecanismo de Ressarcimento de Prejuízos), ouvidor do MVM (Mercado de Valores Mobiliários), SAC (Serviço de Atendimento ao Consumidor) da CVM, Orgãos de defesa do consumidor e poder judiciário”, completou.

Pirâmides Financeiras
Ainda segundo Vasco, as pessoas caem em golpes por conta de promessas de alta rentabilidade, por demonstrações de riqueza e destreza dos golpistas. “Essas são exatamente as características nítidas das pirâmides financeiras, que estão tão famosas hoje em dia, por conta da internet, que dá uma velocidade maior ao esquema”, contou.

Ele explicou que, nas pirâmides financeiras, o foco não é a divulgação do produto, mas sim o recrutamento de novas pessoas. “A qualidade e o preço do produto são muito pouco divulgados, você não ouve falar disso. O que você escuta a todo o momento é sobre a tentativa de trazer mais e mais pessoas, que é o que sustenta a pirâmide. Os novos pagam os antigos, que ainda recebem uma porcentagem da venda dos que chegaram depois. O produto só existe para aparentar legalidade”, explicou o especialista.

Atualmente diversos casos de pirâmide estão sendo investigados e com suas atividades suspensas pela justiça, como a Telexfree, que usa o sistema Voip como produto de pano de fundo, e a BBOM, que teoricamente vende rastreadores de veículos. No entanto, Vasco não comentou sobre nenhum caso específico e nem citou nomes durante a palestra.

CVM
A CVM é o órgão regulador do mercado financeiro, ou seja, uma autarquia ligada ao Ministério da Fazenda, que visa disciplinar, normalizar e fiscalizar a atuação dos protagonistas do mercado de valores mobiliários.