Os melhores investimentos para o momento, segundo o Sr. Dinheiro

"Gosto dos dois extremos: ações e poupança", afirmou o economista Luís Carlos Ewald, conhecido como Sr. Dinheiro

Arthur Ordones

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SÃO PAULO – A taxa de investimento do Brasil, em 18,4% do PIB no primeiro trimestre de 2013, de acordo com os últimos dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), cresceu em relação a anos anteriores, mas, quando comparada à taxa de outras economias da América Latina e do Caribe, está nitidamente muito baixa, o que afasta investidores estrangeiros e locais. Em um total de 30 países, o Brasil ficou na 22ª posição em 2012, ficando a frente apenas da República Dominicana, Barbados, Granada, Dominica, Guatemala, El Salvador, Paraguai e Trinidad e Tobago.

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Em tempos tão difíceis para investir seu capital e gerar uma boa rentabilidade, o economista Luís Carlos Ewald, conhecido como Sr. Dinheiro, indicou, em entrevista exclusiva ao InfoMoney, os melhores investimentos para a atual conjuntura econômica. “Gosto dos dois extremos: ações e poupança”, afirmou. Entenda.

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“Para ficar rico investindo é só no mercado de ações”
De acordo com ele, a bolsa de valores brasileira está barata e vai ficar ainda mais, à medida que o dólar está subindo muito. “O mercado acionário me agrada muito, principalmente agora, pois o momento está realmente muito bom para entrar na bolsa”, afirmou. “Para ficar rico investindo é só no mercado de ações, afinal, com renda fixa você não vai ficar rico nunca”, completou o Sr. Dinheiro.

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O investidor só tem que tomar cuidado para não cometer erros básicos que podem prejudicar o investimento, ou seja, precisa ter um objetivo muito claro e sempre pensar a longo prazo. O economista lembra que quem investe na bolsa e precisa do dinheiro com urgência corre grande risco de se dar mal.  “O mercado de ações é bom, mas ele exige paciência. Ele pode, por exemplo, ficar mais dois anos andando de lado, como está agora, o que não significa que você deva sair”, disse.

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Ewald afirmou que, quem viu o benchmark da bolsa subir de 45 mil para 50 mil pontos e acha que a bolsa já está cara, está muito errado, pois o índice já ultrapassou os 70 mil pontos e ainda podia ter subido mais.

Para ele, o maior erro dos investidores iniciantes é achar que vai ganhar dinheiro de imediato, mas não é assim que funciona. Outra dica é não ficar pulando de galho em galho, mas sim mudar de posições de acordo com a conjuntura econômica brasileira e do mundo. “O truque é ficar sentado mesmo e, de seis em seis meses, fazer uma reavaliação da conjuntura. Se precisar do dinheiro no curto prazo e sair antes da hora, depois não vai reclamar”, completou.

Poupança: simples, rentável e sem dor de cabeça
Outro investimento que agrada muito o Sr. Dinheiro é a poupança. De acordo com ele, esse instrumento é realmente muito bom para poupar o dinheiro, visto que você pode colocar e tirar ele de lá a hora que quiser, sem precisar de burocracias ou ficar pedindo para gerentes. “A merreca da rentabilidade da poupança, poucos sabem, mas, na verdade, não é merreca, visto a situação catastrófica dos investimentos no Brasil”, afirmou.

Atualmente, com a Selic a 8,5% ao ano, a rentabilidade da poupança é de 5,95% ao ano mais a TR (Taxa Referencial). De acordo com a nova regra, com a taxa básica de juro do país igual ou abaixo de 8,5%, a caderneta deve render 70% da Selic mais a variação da TR.

Nesta quarta-feira (28), segundo e último dia da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), a Selic deve subir para 9%, de acordo com expectativas do mercado, o que deixará a rentabilidade da poupança mais atrativa. A antiga regra da caderneta prevê rentabilidade de 6,17% ao ano (0,5% ao mês) mais a TR em qualquer situação.

Investimentos para ficar bem longe
O especialista, além de indicar seus investimentos favoritos, alertou sobre as opções das quais os investidores devem ficar bem longe. De acordo com ele, o principal são os fundos de investimento de renda fixa. “Esses sim não devem ser comprados neste momento em hipótese alguma. Com a expectativa de mais aumentos da taxa Selic, o investidor pode, no máximo, ficar posicionado em fundos de investimento com títulos pós-fixados”, alertou.

“Aliás, uma dica boa de pós-fixado está no mercado de títulos do Tesouro, que são as NTN-Bs, atreladas ao IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo). Contudo, não se esqueça de manter-se longe dos títulos pré-fixados”, completou.

Para o Sr. Dinheiro, os investidores também devem fugir dos imóveis, pois, de acordo com ele, estão à beira do precipício. “Com a Selic em alta, quem é que vai comprar um imóvel? Só se for para morar, porque para alugar não faz o menor sentido, afinal, ninguém vai alugar imóveis comerciais na época do PIBbinho”, finalizou.