O que o investidor pode aprender com os últimos anos da bolsa

Nos últimos cinco anos, o principal índice da bolsa de valores brasileira, o Ibovespa, apresentou uma grande volatilidade, com um sobe e desce desenfreado

Arthur Ordones

Serious Looking Man Examining a Bill

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SÃO PAULO – Nos últimos cinco anos, o Ibovespa (principal índice da bolsa de valores brasileira) apresentou uma grande volatilidade e, no geral, trouxe perdas para os investidores. Se em 2009 muitos investidores ganharam dinheiro – o índice valorizou mais de 80% -, em 2008 as perdas foram grandes (mais de 40%). 2010, 2011 e 2012 também foram anos difíceis e 2013 a queda se acentuou.

Esses anos complicados, de alta volatilidade, ao menos trouxeram algo de bom: lições. Dizem que os erros são ótimas oportunidades para aprender e, se os investidores souberem aproveitar isso, poderão se beneficiar com esses últimos cinco anos daqui para frente.

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De acordo com Hamilton Alves, estrategista do BB Investimentos, a principal lição que fica de 2008 para cá é que o mercado sempre antecipa o movimento, ou seja, ele nunca olha para trás, mas sim para frente. “O investidor aprendeu, no meio do caminho, que precisa ser mais dinâmico e acompanhar mais o mercado. A verdade é que o investidor precisa estar mais atento ao mercado”, afirmou.

Ano Pontuação Inicial Pontuação Final Variação Acumulada
2008 63.886 37.550 -41,22%
2009 37.550 68.588 +82,66%
2010 68.588 69.304 +1,04%
2011 69.304 56.754 -18,11%
2012 56.754 60.952 +7,40%
2013 60.952 52.197 -18,07%*

*Até o fechamento de 28 de agosto de 2013

O especialista lembrou que em 2009 a bolsa registrou uma recuperação das perdas do ano anterior e em 2010 a bolsa ficou de lado, com os investidores esperando algum acontecimento. O problema, segundo ele, é que chegou 2011, depois 2012, e o tal ‘acontecimento’ não veio. “Assim, com o arrefecimento do crescimento americano, a bolsa ficou impedida de decolar de uma vez. Diante disso, o que está acontecendo agora é que a tendência está de leve baixa, quando olhamos para frente”, disse.

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De acordo com Alves, o investidor tem de aprender que quando o índice chega a certo nível, é preciso tomar alguns cuidados. “Agora, por exemplo, acredito que quando passar dos 53 mil pontos ela tende a decolar em direção aos 60 mil, pois inflação, cenário externo e outros problemas já estão no preço, ou seja, o que está segurando agora é a possibilidade de retirada dos estímulos nos EUA. Se forem retirados, vai haver realização de lucros, o que com certeza irá prejudicar. O mercado tem sempre que olhar para frente”, completou.

Para ele, o mercado tem que tomar cuidado, porque se houver um movimento forte de alta de juro nos EUA, a bolsa vai cair, e, ao invés de o investidor esperar isso acontecer, já tem que começar a pensar antes. “O investidor tem que precificar os movimentos e isso é o mínimo que ele tem que ter aprendido nesses últimos cinco anos”, disse.

Se as bolsas lá fora caem com a alta de juros nos EUA, aqui vai cair também, porque grande parte da bolsa vem de capital externo e, com o mercado acionário em queda e o juros em alta, os investidores estrangeiros vão migrar para a renda fixa norte-americana.

De olho no câmbio
Outro fator que pode mexer com a bolsa é o câmbio. Com o dólar subindo, empresas exportadoras ligadas ao setor externo se beneficiam. Se ele cair, empresas voltadas ao mercado doméstico que se dão bem.

“É um mercado muito volátil, no qual o investidor sempre tem que estar de olho. O BC foi proativo, atuou e fez o certo, mas agora temos que aguardar os próximos acontecimentos. Os investidores têm que estar atentos a tudo, porque cada um dos fatos influencia e, assim, ele vai aprender a pensar sempre para frente”, finalizou Alves.