“A situação está complicada para a Petrobras”, diz analista

Pedro Galdi, analista da SLW corretora, disse que se esse dólar for mantido, o segundo trimestre vai vir com prejuízo

Arthur Ordones

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SÃO PAULO – As ações da Petrobras estão sofrendo há algum tempo, mas o mês de junho foi particularmente ruim para a companhia (e para todo o mercado, pode-se dizer). Os papéis ordinários já apresentam uma queda acumulada de quase 20% em 2013, sendo que mais de 18% foram só nesse mês e 7% nessa semana. A desvalorização dos papéis preferenciais está em quase 12% nesse ano, sendo que só no mês de junho a baixa foi de 17% – o que mostra que antes as ações estavam caminhando bem, apesar da volatilidade.

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Segundo Adriano Moreno, analista da Futura Investimentos, é importante entender o momento da empresa, que foi muito penalizada nos últimos anos, com interferência política prejudicando-a e com o real desvalorizado. “Com o dólar a esse preço, o spread aumentou e trouxe estrangulamento para o caixa da empresa. Esse spread poderia ser diminuído se houvesse, por exemplo, um reajuste no combustível, mas é óbvio que no momento não há possibilidade de se falar nisso. Imagine só um anúncio desses em meio a esses protestos, seria uma catástrofe política”, afirmou.

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A situação é delicada para a empresa, segundo o analista. Como a Petrobras é importadora de derivados, ou seja, tem que comprar em dólar e vender no mercado interno, o investimento é todo em dólar, enquanto ela fatura em real; assim,  o endividamento também é em dólar e superior a US$ 100 bilhões.

Pedro Galdi, analista da SLW corretora, disse que se o dólar continuar neste patamar, o segundo trimestre deve mostrar prejuízo.

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Não vejo driver de curto prazo para entrar em Petrobras
“Está bem complicado para a Petrobras, não vejo o menor sentido entrar em posição nessa empresa agora, pois ela tem tudo para continuar sofrendo”, disse Moreno.

Para ele, quem acreditar que a companhia terá um processo de recuperação, que o governo pode mexer no preço do combustível e que o real vai ficar mais forte, coisas que diminuiriam o spread, até pode entrar no papel, no entanto, ele não vê driver de curto prazo para entrar em Petrobras, afinal, essas duas hipóteses são muito remotas, pelo momento político que o país está passando e pelo final do QE3, respectivamente.

“Eu não acho que o preço está atrativo e que isso vai fazer as ações subir em breve, pois preço atrativo é muito relativo. Em nossa visão, PETR4 chega aos R$ 15,00 até o final do ano e PETR3 a 13,50”, finalizou.

Day trade pode ser uma boa opção
Segundo Galdi, vai ter um momento em que o fluxo irá se normalizar, ainda mais com o preço, que, para ele, ao contrário da opinião de Moreno, está convidativo. Mas vale a ressalva: “em um day trade, se bem feito, dá até para ganhar bastante com Petrobras, mas se comprar agora pra vender em uma semana, pode perder dinheiro”, afirmou.