Os acertos e tropeços de grandes investidores da bolsa

SÃO PAULO – A maioria dos grandes investidores brasileiros, como Lírio Parisotto e Luiz Barsi, assim como o maior investidor do mundo, Warren Buffett, não se preocupa com o curto prazo e nem é fã da análise técnica. Eles gostam mesmo é de investimentos de longo prazo, (alguns focam no ganho com dividendos), por meio de análises fundamentalistas.

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Lírio Parisotto, por exemplo, entrou no mercado de renda variável com apenas 18 anos, quando se encantou com a alta da bolsa na época, mas perdeu tudo em muito pouco tempo. Ele, que nunca teve medo da derrota, voltou a investir assim que se estabeleceu como empresário no ramo de eletrodomésticos e conseguiu juntar dinheiro. Novamente, Parisotto saiu no prejuízo, que dessa vez alcançou US$ 200 mil. Nos anos 90, em sua terceira tentativa, o investidor voltou à bolsa com US$ 1 milhão, mas, dessa vez, conseguiu quadruplicar seu dinheiro. Com os ganhos, comprou a participação de seu sócio na Videolar.

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Na crise de 2008, o empresário voltou a perder e viu R$ 1 bilhão, dos seus R$ 1,6 bilhões que tinha em ações, desaparecer. Novamente sem se assustar, aproveitou a baixa para aumentar sua posição, saindo da crise com ainda mais dinheiro que antes. Para isso dar certo, ele diz que o investimento tem que ser sempre a longo prazo, pois com Day Trade ele nunca teria ganhado tanto dinheiro na bolsa.

O fã das elétricas
Um dos maiores investidores do Brasil, Luiz Barsi, perdeu cerca de R$ 65 milhões, metade do que tinha investido em elétricas, após a mudança de regras para a renovação de concessões do setor, que ocorreu no segundo semestre do ano passado. No entanto, Barsi é mais um na lista dos que não baixam a cabeça para as perdas – característica em comum dos maiores e melhores investidores. Após a perda, ele voltou a comprar ações de companhias de energia elétrica, como da Eletrobras, Transmissão Paulista e Eletropaulo.

A justificativa do maior fã do setor, que juntou R$ 1 bilhão com ações em 40 anos, é que mesmo com as novas regras, que causaram uma queda extremamente elevada, as ações continuam lucrativas no longo prazo e pagando ótimos dividendos.

O mais bem sucedido investidor do mundo
Warren Buffett possui hoje US$ 56,2 bilhões, o que lhe deixa em terceiro lugar na lista de bilionários da Bloomberg, atrás apenas de Carlos Slim (US$ 71,8 bi) e Bill Gates (US$ 67,8 bi). Buffett é considerado o mais bem sucedido investidor do mundo, sendo hoje o maior acionista individual da Coca Cola e sendo sócio de grandes empresas, como Washington Post, Heinz, American Express, Gillette, Walt Disney e ABC. O bilionário de Omaha ainda é o principal acionista, presidente do conselho e diretor executivo da Berkshire Hathaway.

Buffett é outro grande fã da análise fundamentalista e todos os seus investimentos são a longo prazo, visto que ele não é adepto da prática de Day Trade e diz que o lucro no mercado de renda variável vem com os dividendos.

“Buffett fala muito para investirmos em ações de produtos que a gente usa e gosta. Por exemplo, se você não fuma, não invista em uma empresa de cigarros”, explica a consultora financeira, Eliana Bussinger.

Para ela, o investimento em bolsa pensando no curto prazo funciona para aquelas pessoas que conseguem ficar a maior parte do dia antenadas em todas as oscilações do mercado. “O meu aconselho é que as pessoas invistam no longo prazo, como fazem os grandes investidores. Quando você examina esses gurus do mercado, vê que o investimento que dá certo é o de longo prazo. Claro, não que não tenha como ganhar dinheiro com Day Trade (comprar e vender a mesma ação no mesmo dia) ou investimentos de curto prazo, mas para enriquecer de verdade com a bolsa, só pensando em um grande espaço de tempo”, afirmou.