5 ações que despencaram em 2012 e o que os analistas esperam para este ano

Entre as ações mais que mais desvalorizaram em 2012 estão: OGX, Eletrobras ON e PNB, Eletropaulo e PDG Realty

Arthur Ordones

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SÃO PAULO – O ano passado foi complicado para o mercado acionário, apesar de o Ibovespa (principal índice da bolsa) ter fechado no azul, com uma valorização de 7,4%, a 60.952 pontos. Mas se o índice terminou com valorização, muitas ações amargaram fortes prejuízos, em meio a incertezas sobre as negociações da crise de dívida da zona do euro e a solução para o abismo fiscal nos Estados Unidos.

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Entre as ações do Ibovespa que mais desvalorizaram em 2012 estão, em primeiro lugar, a OGX Petróleo (OGXP3), que teve queda de 67,84%, seguida da Eletrobras ON (ELET3), que caiu 61,36%. Em terceiro lugar, ficou a Eletrobras PNB (ELET6), que perdeu 57,51%, seguida da Eletropaulo (ELPL4), que se desvalorizou 47,40% no ano. Por fim, a PDG Realty (PDGR3), que terminou 2012 com perdas de 41,89%.

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O InfoMoney escolheu essas cinco ações, que prejudicaram muito seus investidores no ano passado, e conversou com analistas para ver como elas estão em 2013 e quais as suas perspectivas para o resto do ano. Em 2013, até o dia 27 de março, quatro das cinco ações que mais caíram em 2012 estão com desvalorização novamente. A OGX Petróleo caiu por enquanto 48,17% em 2013, a Eletropaulo 40,18%, a PDG Realty 9,37% e a Eletrobras ON 1,42%. Já a Eletrobras PNB está com alta de 3,05%, até o momento.

Empresa Ticker 2012 2013
OGX Petróleo OGXP3 -67,84% -48,17%
Eletrobras ON ELET3 -61,36% -1,42%
Eletrobras PNB ELET6 -57,51% +3,05%
Eletropaulo ELPL4 -47,40% -40,18%
PDG Realty PDGR3 -41,89% -9,37%

OGX: “Precisa ter estômago”, diz analista
De acordo com Roberto Altenhofen, analista da Empiricus Research, a perspectiva para os papéis da OGX no restante de 2013 é algo nebuloso, pois todo mundo quer saber, mas ninguém tem certeza do que realmente irá acontecer. “Essa é a pergunta de um milhão de dólares, mas precisa ter estômago para entrar em OGX hoje”, afirmou.

Segundo ele, a origem da forte queda de quase 70% no ano passado, seguida de uma queda de quase 50% só nos três primeiros meses desse ano está relacionada principalmente com a seguinte questão: “a decepção relacionada aos níveis de produção na bacia de campos”.

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Roberto afirmou também que a melhora no nível de produção pode resultar em uma alta das ações, mas o estresse financeiro da controladora pode dissipar isso. “O resultado de hoje traz sinalizações importantes, pois ele mostrou a questão financeira de forma bem clara. A empresa diminuiu a disponibilidade de caixa. Embora esteja investindo muito mais em desenvolvimento de poços do que exploração, ela já é uma empresa operacional. Todas essas questões podem ponderar qualquer avanço”, explicou.

“Eu tenho uma recomendação de compra das ações da OGX, mas muito ponderada e com ressalvas, pois a base é muito frágil e qualquer fato novo pode chacoalhar o fluxo de caixa. A recomendação é de longo prazo e, novamente, para quem tem muito estômago e esteja suscetível a muita volatilidade no curto prazo”, concluiu.

Elétricas ainda sofrem com intervenções do governo
De acordo com Paulo Esteves, analista da Gradual Investimentos, as ações das elétricas continuarão sendo prejudicas por conta das intervenções do governo nas revisões tarifárias e da renovação dos contratos de concessão. “Não dá para analisar só em cima de balanços, porque tem essa variável politica importante afetando a regulação do setor. São condições que devem persistir, portanto, é muito difícil traçar um horizonte favorável até o final deste ano.”.

Beatriz Nantes, analista da Empiricus Research, afirmou que não recomenda a entrada na Eletropaulo, que já registrou queda de mais de 40% só neste ano, e nem mesmo na Eletrobras, apesar de suas ações estarem perto da estabilidade.

“A Eletrobras se recuperou bem este ano, quando comparado com o ano passado, mas, mesmo assim, não está boa para entrar. Ela mostrou que está voltada mais para fazer política de governo do que voltada para os acionistas, ou seja, interesse do controlador à frente dos acionistas minoritários. Também não é bom entrar em Eletropaulo, pois distribuidoras dão prejuízo há anos. Upside interessante seria se eles vendessem essa parte de distribuição que tem se falado, mas ainda tem a dívida com a Eletrobras, que não vai ser esse ano, mas pesa no papel. O melhor mesmo é ficar fora”, recomendou a analista.

Construtoras: uma luz no fim do túnel
Para Paulo Esteves, das cinco ações que mais caíram no ano passado, a PDG Realty, do setor de construção, é a única que tem uma perspectiva de recuperação, apesar de estar com queda de quase 10% nestes três primeiros meses do ano.

“PDG Realty e várias outras construtoras passaram por uma fase ruim, por conta de um descompasso que ocorreu de uns dois anos pra cá, ocasionado pelo aquecimento de mercado, que levou as empresas a um ritmo muito forte de lançamento. Tivemos estouro de lançamento de obras, de cronograma de entrega de unidades e isso tudo afetou. No entanto, diferente das outras ações abordadas acima, conseguimos ver uma luz no final do túnel, por conta de uma recomposição, maior capitalização das empresas e menor cashburning. O ritmo de lançamentos está mais comedido agora. Diferente de OGX e das elétricas, que tem um cenário muito incerto, vejo perspectiva de recuperação para as construtoras, incluindo a PDG”, finalizou o analista.