Bolsa já teve 2 IPOs este ano; saiba se vale entrar em uma oferta inicial

As ofertas iniciais de ações são mais recomendadas para os investidores que já têm experiência no mercado de ações

Gabriella D'Andréa

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SÃO PAULO – Há alguns anos, muitas pessoas relacionavam os IPOs (Ofertas Públicas Iniciais, na sigla em inglês) com a possibilidade de ganhar um bom dinheiro em um curto espaço de tempo. Não eram poucos os investidores que participavam das ofertas iniciais apenas com o objetivo de especular e vender as ações logo de cara, estratégia também conhecida como “flipar”. Mas o mar não está mais para os flipers e grande parte dos IPOs dos últimos anos não resultou em lucro no curtíssimo prazo.

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No ano passado, apenas três empresas abriram capital na bolsa de valores – o mau momento da economia global e do mercado acionário inibiram a captação de empresas neste mercado. Este ano, duas companhias já estrearam na bolsa paulista: A Linx (LINX3), cujas ações avançaram 17,6% desde o início das negociações, em 8 de fevereiro (até o dia 29 de março); e a Sênior Solution, que começou a ser negociada na semana passada e viu o preço das ações caírem forte na estreia.

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De acordo com André Viola Ferreira, sócio-líder de Mercados Estratégicos da multinacional de auditoria e consultoria da Ernst & Young Terco, há ainda mais quatro empresas em fase de registro de oferta na CVM (Comissão de Valores Mobiliários).

Para especistas, entrar em uma oferta inicial apenas com o objetivo de ter lucro  especulando deve ser evitado, já que  o risco é muito alto. Afinal, assim como pode ocorrer uma valorização das ações, o investidor pode perder boa parte do seu capital em pouquíssimo tempo.

Um exemplo é caso do Facebook, que abriu capital na bolsa de Nova York no ano passado. Depois de subirem no dia da estreia, os papéis da rede social caíram forte nos dias seguintes, dando um susto em quem entrou na oferta com intuito de obter lucro em pouco tempo. “Há uma grande chance de esse papel oscilar muito já nas primeiras horas de negociação, portanto não é recomendável para investidores iniciantes, pois existe o risco dessa ação sofrer uma forte desvalorização. Esse movimento no IPO é muito acentuado”, comenta o educador financeiro Conrado Navarro. 

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Mas quem quer comprar as ações na estreia com objetivo de longo prazo também precisa tomar muito cuidado, já que não há tantas informações da empresa disponíveis. “Por se tratar de uma estreia na Bolsa, você precisa pesquisar muito os antecedentes das empresas, mas nem todas disponibilizam estas informações. Há uma lacuna do ponto de vista da informação”, afirma Navarro. 

Para quem é recomendado
De acordo com os especialistas, o investidor que está começando e ainda não tem muita experiência no mercado acionário deve ficar de fora deste tipo de operação. “IPOs são recomendadas para quem tem experiência na Bolsa e conhece a dinâmica de uma Oferta Pública Inicial. Tem que saber o tipo de risco que representa, por isso é mais indicada para quem já possui um bom patrimônio e pretende usar esse investimento para alavancar sua carteira”, explica Navarro.

Na opinião do educador financeiro e fundador da Academia do Dinheiro, Mauro Cali, quem decidir entrar em um IPO deve determinar um percentual pequeno a ser investido e colocar um stop loss (ordem automática de venda). Desta maneira, o investidor consegue se programar e evita perdas muito acentuadas.

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Para participar é necessário solicitar a reserva das ações na sua corretora, durante o período específico. Antes de reservar, é importante ler o prospecto para entender as principais características da operação.  Após o encerramento, não é mais possível desistir do negócio, por isso é importante avaliar se este tipo de aplicação se encaixa nos seus objetivos.

Após o procedimento de bookbuilding (procedimento de coleta de intenções de investimento), são verificados os números de demanda e oferta. Se a procura for muito grande,  podem ser estipuladas limitações ao pedido de compra.