3 perguntas que o investidor deve fazer antes de resgatar seus investimentos em meio à crise

Para a gestora americana Vanguard, embora volatilidade possa ser angustiante, não deve levar investidor a comprometer seus objetivos de longo prazo

Mariana Zonta d'Ávila

SÃO PAULO – A forte volatilidade do mercado por conta da epidemia de coronavírus tem tirado o sono de investidores, até dos mais disciplinados, que amargam perdas expressivas especialmente em suas aplicações de maior risco, de renda variável.

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Abrir o portfólio e ver um desempenho negativo no mês e no ano não é fácil. Mas resgatar seus investimentos e sair de uma vez do mercado também pode não ser a melhor saída.

Pensando nisso, a gestora americana Vanguard, com mais de US$ 6,2 trilhões em ativos sob gestão e conhecida por seus fundos de índice de baixo custo, publicou em seu site três pontos que podem ajudar o investidor na tomada de decisão. Confira:

1. Se você resgatar seus investimentos quando o mercado estiver em baixa, irá efetivamente amargar as perdas

Embora seja difícil controlar os ânimos em momentos de fortes oscilações, como o atual, a Vanguard destaca que é preciso ter em mente que uma vez que você liquidar o seu portfólio, isso não poderá ser mudado nem cancelado, mesmo se as condições de mercado melhorarem imediatamente. Dessa forma, você irá realizar as perdas e impedir que o montante seja recuperado com a volta dos ativos.

Se você é aposentado e depende do seu portfólio para renda, terá que fazer resgates independentemente das altas e baixas da Bolsa. Mas, segundo a Vanguard, não tem problema, uma vez que estará retirando apenas uma pequena fatia. É importante, contudo, que a carteira de investimentos seja construída de forma a suportar as flutuações do mercado, com ativos diversificados.

2. Você pode perder a retomada do mercado

Quando a economia começar a se recuperar da crise, esse movimento já vai estar no preço dos ativos. Então é preciso ficar atento às oportunidades, ou você perderá a porta de entrada.

Em teoria e no melhor dos cenários, diz a Vanguard, o investidor deveria vender quando a Bolsa sobe e comprar quando ela cai. Mas ninguém consegue prever o mercado, nem mesmo os gestores mais experientes.

3. Você pode comprometer os seus objetivos

Pelo fato de não haver uma bola de cristal, se o investidor resgatar seus investimentos em meio à crise, ele poderá perder a retomada do mercado e quiçá os melhores dias para a Bolsa, comprometendo seus objetivos de longo prazo.

Para ilustrar isso, a Vanguard criou um exemplo hipotético, considerando a média anual de retornos do S&P 500 de 2000 a 2019.

Se o investidor tivesse aplicado US$ 100 mil em uma carteira de ações (nos Estados Unidos) por cerca de 20 anos, por exemplo, teria recebido um retorno anual médio pouco acima de 6%.

Caso decidisse resgatar o montante aplicado durante esse período, perdendo no caso, os 25 melhores dias de performance do mercado, seu portfólio teria sido reduzido para algo em torno de US$ 91 mil ao fim de 2019.

Por outro lado, destaca a gestora americana, se o investidor tivesse seguido o planejamento inicial e mantido uma carteira diversificada ao longo desses 20 anos, mesmo durante as oscilações da Bolsa, teria um portfólio valendo US$ 320 mil em dezembro de 2019.

Isso não significa que o investidor nunca deva resgatar pequenas quantias da carteira. Mas sacar fatias menores do portfólio de maneira planejada não é a mesma coisa que deixar totalmente o mercado, destaca a Vanguard.

Qual é a recomendação?

Segundo a gestora americana, embora o momento seja de forte volatilidade, o ideal é que o investidor troque o mínimo possível de ativos na carteira. Isso porque, se os planos de investimento ou para a aposentadoria permanecem os mesmos, a carteira não deveria sofrer alterações.

Caso haja uma mudança de 5% ou mais dos ativos, a recomendação da Vanguard é de que o investidor faça um rebalanceamento do portfólio para que continue no caminho certo rumo a seus objetivos de longo prazo.

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