10 ações com dividendos acima da Selic a 12,25% ao ano: veja quanto R$ 10 mil e R$ 50 mil rendem nelas

Especialistas comentam cuidados que investidor deve tomar para criar carteira focada em proventos; veja simulações

Lucas Gabriel Marins

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Conforme esperado, a Selic caiu mais 0,50 ponto percentual na quarta-feira (1º) e foi a 12,25% ao ano, patamar que ainda deixa a renda fixa atrativa, mas que também abre espaço maior na lista de ações que pagam dividendos acima desse patamar – para alegria do investidor com foco na estratégia de proventos.

Atualmente, 10 ações negociadas na Bolsa pagam dividendos acima da Selic, segundo levantamento do InfoMoney com dados da Economatica. Os dividendos são aquela parcela do lucro líquido que uma companhia de capital aberto ou fechado distribui para seus acionistas.

O estudo considerou papéis presentes no Ibovespa, Índice de Dividendos (Idiv), Índice Small Cap e Índice Brasil 100 (IBrX). Além disso, olhou para o dividend yield projetado – um indicador que mede o rendimento de uma ação apenas com o pagamento de dividendos. Em resumo, ele só é válido se a empresa tiver lucro igual ou superior ao dos últimos 12 meses e continuar com a mesma política de distribuição de dividendos.

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Feitas as considerações, a Companhia Siderúrgica Nacional (CSNA3), empresa que atua nos setores de siderurgia, mineração, logística, cimento e energia, entrega o maior dividend yield projetado para 12 meses – 30,88%. Na sequência vêm Brasilagro (AGRO3), com 26,85%, e as ações preferenciais e ordinárias da Petrobras (PETR4 e PETR3), com 26,10% e 24,04%, respectivamente.

Confira as 10 ações que pagam dividendos acima da Selic a 12,25% ao ano:

Ação* Dividend yield realizado nos últimos 12 meses Dividend yield projetado para os próximos 12 meses
Siderúrgica Nacional (CSNA3) 26,88% 30,88%
Brasilagro (AGRO3) 19,92% 26,85%
Petrobras (PETR4) 28,07% 26,10%
Petrobras (PETR3) 25,46% 24,04%
Grendene (GRND3) 20,89% 23,30%
CSN Mineração (CMIN3) 27,34% 18,39%
Gerdau (GGBR4) 12,55% 14,55%
Marfrig (MRFG3) 8,44% 14,26%
Bradespar (BRAP4) 11,87% 13,38%
Caixa Seguridade (CXSE3) 15,96% 12,45%

Fonte: Economatica

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*O levantamento considera o preço dos ativos no fechamento de 30 de outubro.

Quanto R$ 10 mil e R$ 50 mil rendem em dividendos?

O investidor que busca obter renda com dividendos pode ficar curioso: afinal, quanto de fato o dinheiro investido rende nas melhores pagadoras do país?

Para responder à questão, a pedido do InfoMoney, o analista-chefe da VG Research, Luan Alves, simulou quanto R$ 10 mil e R$ 50 mil aplicados em cada uma das 10 ações da tabela renderiam ao ano e ao mês.

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Para os números ficarem mais realistas, o levantamento levou em consideração o dividend yield médio dos últimos cinco anos dos papéis.

Nesse cenário, as ações preferenciais e ordinárias da Petrobras entregam os maiores dividendos em cima de R$ 10 mil: R$ 1.800 e R$ 1.600 no ano, respectivamente. Na sequência, aparece o papel da CSN Mineração, com R$ 1.470 de rendimento projetado para o ano, e a ação da Bradespar, com R$ 1.380.

Veja quanto as ações que pagam aa lista completa dos rendimentos obtidos com aporte de R$ 10 mil:

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Ação* Dividend yield médio nos últimos 5 anos (%) Rendimento com R$ 10 mil (ao ano) Rendimento com R$ 10 mil (ao mês)
Siderúrgica Nacional (CSNA3) 6,44%  R$ 644 R$ 54
Brasilagro (AGRO3) 7,85%  R$ 785 R$ 65
Petrobras (PETR4) 18%  R$ 1.800 R$ 150
Petrobras (PETR3) 16%  R$ 1.600 R$ 133
Grendene (GRND3) 5,15%  R$ 515 R$ 43
CSN Mineração (CMIN3) 14,70%  R$ 1.470 R$ 123
Gerdau (GGBR4) 5,60%  R$ 560 R$ 47
Marfrig (MRFG3) 7,75%  R$ 775 R$ 65
Bradespar (BRAP4) 13,8%  R$ 1.380 R$ 115
Caixa Seguridade (CXSE3) 7,8%  R$ 780 R$ 65

Fonte: VG Research
*O levantamento considera o preço dos ativos no fechamento de 30 de outubro.

O cenário com o aporte de R$ 50 mil é semelhante. As ações da Petrobrás (PETR4 e PETR3) são as mais “dividendeiras”, entregando R$ 9.000 e R$ 8.000 ao ano, respectivamente. Em seguida vêm a CSN Mineração (CMIN3), com R$ 7.350, e a Bradespar (BRAP4), com R$ 6.900 anuais.

Veja a lista completa dos rendimentos em cima de R$ 50 mil:

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Ação Dividend yield médio nos últimos 5 anos (%) Rendimento com R$ 50 mil (ao ano) Rendimento com R$ 50 mil (ao mês)
Siderúrgica Nacional (CSNA3) 6,44% R$ 3.220  R$ 268
Brasilagro (AGRO3) 7,85% R$ 3.925  R$ 327
Petrobras (PETR4) 18% R$ 9.000  R$ 750
Petrobras (PETR3) 16% R$ 8.000  R$ 667
Grendene (GRND3) 5,15% R$ 2.575  R$ 215
CSN Mineração (CMIN3) 14,70% R$ 7.350  R$ 613
Gerdau (GGBR4) 5,60% R$ 2.800  R$ 233
Marfrig (MRFG3) 7,75% R$ 3.875  R$ 323
Bradespar (BRAP4) 13,8% R$ 6.900  R$ 575
Caixa Seguridade (CXSE3) 7,80% R$ 3.900  R$ 325

Fonte: VG Research
*O levantamento considera o preço dos ativos no fechamento de 30 de outubro.

Que ações escolher pensando em médio e longo prazo?

Alves, da VG, aponta CMIN3, BRAP4 e CXSE3 como as melhores escolhas visando ganhos de longo prazo.

“A Caixa Seguridade, pela natureza do negócio, que é um setor resiliente e seguro. No caso da Bradespar, entendemos que a holding (da Vale) tem vantagens comparativas dentro do setor de mineração, com baixo custo e forte geração de caixa. Já a CSN Mineração tem projetos de crescimento”, justifica.

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CSN Mineração e Caixa Seguridade também estão na lista de Jonas Carvalho, CEO Hike Capital, que também aposta na Gerdau. Os critérios, explica, passam pela checagem contabilidade das empresas e das políticas de remuneração de executivos, para se assegurar de que estão alinhadas à cultura e ao modelo de negócios.

Para ações de dividendos, a casa recomenda setores resilientes, com prioridade para defensivos não cíclicos (energia, embalagens e telecomunicação), commodities não alavancadas (mineração e agro) e financeiro (bancos e seguros).

“Evitamos empresas presentes em setores cíclicos ou em ciclos de crescimento acelerado, no momento em que seus dividendos possam estar comprometidos”, falou.

O especialista recomenda que limites de concentração micro setorial por empresa não ultrapassem 12% a 20%. E, na hora de escolher uma boa pagadora, indica que o investidor observe o comportamento histórico e futuro de indicadores como:

Lucas Gabriel Marins

Jornalista colaborador do InfoMoney