Conto de fada: como Rayssa Leal se tornou a mais jovem medalhista olímpica da história do Brasil

Ela superou de longe Rosangela Santos, que tinha 17 anos ao ganhar o bronze no revezamento 4 x 100m rasos do atletismo em Pequim-2018

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Primeiro treino de Rayssa Leal no Ariake Urban Sports Park, em Tóquio (Gaspar Nóbrega/COB)

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Rayssa Leal entrou para a história do esporte brasileiro na madrugada desta segunda-feira (26) ao se tornar a mais jovem medalhista olímpica do país. Com 13 anos e 203 dias, ela superou de longe Rosangela Santos, que tinha 17 anos ao ganhar o bronze no revezamento 4 x 100m rasos do atletismo em Pequim-2018.

A trajetória da skatista adolescente começou com um vídeo dela fazendo manobras fantasiada de fadinha, que viralizou na internet, e chegou no auge com prata conquistada no skate street feminino. O perfil no instagram da atleta explodiu durante a disputa. Ela entrou na competição com 1 milhão de seguidores e terminou em cima do pódio com mais que o dobro de followers.

“Que?”, gritou incrédula ao ser informada sobre ter ultrapassado a maraca de 2 milhões de seguidores. “O que que é isso minha gente? Eu não sabia não. Desde quando eu comecei nas redes sociais, sempre foi um sonho ter meu primeiro milhão e ontem eu cheguei no um milhão e hoje eu já tenho dois? O que é isso? Dois milhões e a medalha? Olha isso!”, afirmou Rayssa Leal, impressionada com tanto sucesso no Instagram.

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Com seu jeito carismático e espontâneo, Rayssa Leal encanta já com poucas palavras. O sorriso no rosto com os aparelhos aparentes é uma marca registrada. Nem mesmo a pressão da competição, é capaz de lhe deixar com a cara fechada. Ela parece estar brincando com suas amigas numa pista de skate ao invés de estar disputando uma final olímpica.

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E assim, quase que de maneira “irresponsável”, ela caminhou rumo à medalha de prata, que quase foi de ouro, já que ela só foi ultrapassada pela japonesa Momiji Nishya na penúltima rodada. “Eu tenho ao máximo me divertir porque eu tenho certeza que se divertindo as coisas fluem e acontecem naturalmente. Eu tento o máximo ficar mais leve e não pegar toda essa pressão”, explica.

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E olha que tudo começou mesmo numa brincadeira. Em 2015, aos sete anos, Rayssa Leal estava vestida de fadinha por causa de uma festa cívica em Imperatriz, no Maranhão, sua cidade natal. Durante o evento, ela pegou o skate com o pai e começou a tentar uma manobra. Depois que acertou, postou nas redes sociais e o vídeo viralizou.

As imagens chegaram até ninguém mais ninguém menos do que o americano Tony Hawk, um dos maiores nomes da história do skate mundial. Ele não deve dúvidas e repostou. A publicação ainda está no ar no twitter do ex-skatista e atualmente conta com mais de 300 mil visualizações.

Rayssa Leal, a "Fadinha" do skate, na Vila Olímpica (Rafael Bello)
Rayssa Leal, a “Fadinha” do skate, na Vila Olímpica (Rafael Bello)

Com o sucesso, o programa Esporte Espetacular, da Rede Globo, promoveu o encontro da então fadinha com Letícia Bufoni, principal nome da modalidade street na época, e a história da maranhense começou para valer no esporte. Seis anos depois, a trajetória deu um salto. Na estreia do skate nos Jogos Olímpicos, a menina fantasiada de 2015 continua menina, mas agora é medalhista olímpica.

Para alcançar a conquista histórica, Rayssa Leal deixou para trás Letícia Bufoni, que sequer se classificou para a final e ainda ganhou um desejo de boa sorte do ídolo Tony Hawk momentos antes de entrar na pista.

“É o Toninho, meu amigo! Eu vi ele, dei um oizinho, ele me deu um oi de volta, chegou para mim e disse: ‘Good luck (Boa sorte)’ e falou para eu quebrar a pista e eu acho que eu quebrei. Fico muito feliz de ter a lenda, que me inspira todos os dias, como amigo. Ele repostou meu vídeo no início e gosta muito de mim também. É muito gratificante para mim”.

Apesar da pouca idade, Rayssa Leal tem consciência da importância que o nome dela vai alcançar a partir de agora. O sonho dela é quer inspirar mais meninas a andar de skate e acabar de vez com qualquer tipo de preconceito.

“Todos os esportes são possíveis para todos os gêneros, eu sempre quis passar isso. No início eu sofri muitos preconceitos: ‘você tem que estudar, skate não vai dar futuro, skate é só para meninos’. Eu quero o skate para sempre na minha vida. Quero continuar essa menina leve e feliz que sou e continuar dando orgilho para o Brasil inteiro”.

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