Vendas de iPhones murcham, mas ação da Apple dispara na Bolsa. Entenda o movimento

Balanço trimestral da companhia foi divulgado nesta segunda-feira. Receita obtida com serviços, computadores Mac e wearables atinge o melhor resultado da história, demonstrando que a era iPhone chegou ao fim

Allan Gavioli

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SÃO PAULO – O principal produto e a marca mais famosa da Apple, o iPhone, teve uma queda expressiva nas vendas neste segundo trimestre. As vendas do smartphone representaram menos da metade da receita. É a primeira vez que isso acontece desde 2012.

Ainda assim, o mercado reagiu bem ao balanço da gigante da tecnologia. Após a revelação dos números trimestrais da Apple, os papéis da companhia disparavam 5,62%, negociados a US$ 220.50 na Nasdaq, às 10h45 do horário de Brasilia. Isso tem a ver com a face positiva da diversificação do negócio. 

A Apple vive uma fase pós-iPhone, vendo a receita oriunda da venda de celulares diminuir, enquanto o setor de serviços e wearables registra recorde de faturamento.

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Mas o desaceleramento das vendas do iPhone não é um mau sinal para a companhia, pelo contrário. Isso mostra que os outros serviços ganham mercado e que a Apple vive uma fase de transição em um momento em que o mercado de celulares começou a mostrar sinais de estagnação, tanto em termos de inovação quanto de vendas.

Em relação ao ano anterior, o faturamento de vendas do iPhone caiu 12% para US$ 26 bilhões, ante US$ 29,9 bilhões do mesmo período do ano passado. Mas a receita total de outros produtos e serviços cresceu. A arrecadação com serviços atingiu um recorde histórico de US$ 11,455 bilhões, 19% acima do ano anterior.

A categoria de “wearable, home e acessórios” obteve vendas líquidas de US$ 5,2 bilhões, um número significativamente maior em comparação com o mesmo período do ano passado, quando foi registrado US$ 3,7 bilhões. Já o iPad faturou US$ 5 bilhões e a receita do Mac foi de US$ 5,8 bilhões.

Ao todo, a empresa registrou receita de US$ 58 bilhões no trimestre, crescimento de 1% frente ao mesmo período do ano passado, e um lucro liquido de US$ 10,04 bilhões, ante US$ 11,5 no segundo trimestre de 2018.

Mesmo com um resultado geral dentro das expectativas, o que importa mais, de acordo com Tim Cook, é que a estrategia de diversificar os ganhos da companhia tem dado certo.

“Na Apple, pensamos a longo prazo, e os resultados deste trimestre mostram que a força fundamental do nosso negócio segue inabalável”, afirmou Tim Cook, CEO da Apple.

“Isso comprova a satisfação e a fidelidade dos nossos clientes e está levando nosso negócio de serviços a novos recordes graças ao nosso ecossistema tão grande e de rápido crescimento”, completa o CEO.

Com uma base instalada de 1,4 bilhão de dispositivos, o foco da Apple é melhorar suas estruturas de serviços e oferecer cada vez mais opções para os usuários dos seus produtos, pois ainda há muito espaço para crescer esse setor.

No início do ano, a empresa anunciou uma série de novos serviços para seus clientes, incluindo um cartão de crédito, o Apple Card, em parceria com o banco Goldman Sachs, um serviço de assinatura de games, o Arcade, um rival para a Netflix, o Apple TV+, e um canal de notícias, o Apple News+.

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Allan Gavioli

Estagiário de finanças do InfoMoney, totalmente apaixonado por tecnologia, inovação e comunicação.