Uber diz que temporada de demissões está chegando ao fim e encerra Eats em sete países

Empresa diz que o encerramento de operações do Eats em determinados mercados não tem relação com o coronavírus

Pablo Santana

(Tomohiro Ohsumi/Getty Images)

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SÃO PAULO –  A semana da Uber vai ser intensa. A empresa divulgará nos próximos dias seus resultados do primeiro trimestre do ano, e finalizará um processo de demissões em massa, além de iniciar o processo de encerramento das operações de uma de suas verticais, o Uber Eats, em sete países.

A empresa, que vem sofrendo grandes impactos nos seus negócios por conta da pandemia de coronavírus, está finalizando um plano de demissões que será anunciado nas próximas semanas, informou o CEO da Uber, Dara Khosrowshahi, em uma reunião global com os funcionários nesta terça-feira.

Desde o início da crise causada pela Covid-19, a empresa congelou as contratações e reduziu o número de funcionários. Até 31 de dezembro de 2019, a companhia empregava 26.900 funcionários, sendo 10.700 nos EUA e 16.200 localizados em outros países.

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Estima-se que a empresa pode cortar 20% dos seus funcionários totais e, com isso, garantir uma economia de até US $ 1 bilhão.

Nesta segunda-feira (4), a sua subsidiária no Oriente Médio e na África, a Careem, demitiu 536 funcionários, o equivale a 31% de sua força de trabalho, segundo a Agência Reuters.

A Careem opera negócios de transporte e entrega, informou estar priorizando a segurança da empresa e que a controladora continuava acreditando em seu modelo de negócios e estava comprometida com a região.

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“Como discutimos várias vezes nas últimas semanas, a crise provocada pela Covid-19 colocou nosso sonho e impacto futuro em risco significativo”, disse o presidente-executivo da empresa, Mudassir Sheikha, em um post no blog da empresa.

Uber Eats

O anúncio veio horas depois que a Uber anunciou o encerramento as operações do Uber Eats na República Tcheca, Egito, Honduras, Romênia, Arábia Saudita, Uruguai e Ucrânia até 4 de junho de 2020. Nos Emirados Árabes, as operações de negócios com o Eats foram transferidas para a Careem.

A companhia pontuou que esse anúncio não está relacionado com a pandemia de coronavírus, mas sim com uma estratégia de estar na primeira ou na segunda posição em todos os mercados da Eats, o que aponta que os investimentos serão focados em determinadas localidades.

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“Consistente com nossa estratégia declarada, procuraremos reinvestir essas economias em mercados prioritários onde esperamos um melhor retorno do investimento”, acrescenta o documento.

Apesar desse discurso, a empresa segue enxugando sua estrutura organizacional.

Centenas de vagas em aberto desapareceram da página da carreira da Uber. Além disso, o Business Insider aponta, com base nos dados do Whober – site interno de listagem de funcionários da Uber -, que a companhia agora emprega cerca de 9.300 nos EUA (uma redução de 13%, em comparação com os dados de dezembro de 2019).

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O maior departamento americano da Uber, com 3.836 funcionários, é o departamento de engenharia que se reporta ao atual CTO Thuan Pham, que deixará a empresa na próxima semana.

Pablo Santana

Repórter do InfoMoney. Cobre tecnologia, finanças pessoais, carreiras e negócios