Revista Nature aponta que vacina da americana Pfizer apresenta resposta imune “robusta”

Os resultados preliminares foram publicados nesta quarta-feira (12) e são referentes às fases um e dois da pesquisa, chamadas de ensaios pré-clínicos

Allan Gavioli

Logotipo da Pfizer (Bloomberg)

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SÃO PAULO – Segundo o mais novo relatório da revista científica Nature, a vacina das farmacêuticas BioNTech e Pfizer induziu uma resposta imune “robusta” e não teve efeitos colaterais graves em voluntários adultos.

Os resultados preliminares desse estudo da revista foram publicados nesta quarta-feira (12) e são referentes às fases um e dois dos testes clínicos, que envolvem um número de participantes reduzido. Somente na fase três – última etapa antes da aprovação final da vacina – é testada a eficácia do medicamento em grupos maiores, formados por milhares de pessoas (entenda cada etapa).

Segundo a avaliação da Nature, a resposta imune dos participantes aumentou conforme a dose aplicada e também foi maior com uma segunda dose da vacina, de reforço. A revista conclui que os níveis de anticorpos neutralizantes dos participantes foram de 1,9 a 4,6 vezes maiores do que os de pacientes em recuperação da Covid-19 – o que representa, nesse primeiro momento, uma imunização eficaz.

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Resultados e etapas do estudo

As doses da vacina da Pfizer foram aplicadas em 45 adultos saudáveis com idades entre 18 e 55 anos, sendo 23 homens e 22 mulheres.

Os participantes receberam, de forma aleatória, 10 microgramas, 30 ou 100 da vacina, ou a versão placebo, sem efeito. Aqueles que receberam as doses reais ainda contaram com uma segunda aplicação 21 dias depois.

Segundo os cientistas responsáveis pelo estudo, a vacina foi bem recebida pelos participantes de forma geral, apenas alguns deles apresentaram efeitos colaterais leves, como dor no local da aplicação e uma pequena febre.

De acordo com o relatório da Nature, a resposta imune foi muito mais forte no grupo de 30 microgramas do que no grupo de 10 microgramas. No entanto, não houve diferenças notáveis na resposta imune entre os grupos de 30 microgramas e 100 microgramas após uma dose.

A vacina da Pfizer

A vacina é feita a partir do RNA do vírus, que induz a formação de uma proteína similar à produzida pelo SarsCov-2. Isso leva o sistema imunológico a produzir anticorpos capazes de combater o vírus no momento de uma infecção real.

Em julho, os EUA anunciaram que fecharam um acordo com a Pfizer e com a BioNtech para comprar, ainda neste ano, 100 milhões de doses da vacina.

Desde o começo de agosto, a vacina da Pfizer também começou a ser testada aqui no Brasil, após aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O estudo prevê a participação de mil voluntários brasileiros das cidades de São Paulo e Bahia.

Esse é o terceiro estudo que recebe a aprovação da Anvisa para realização de testes no país. O primeiro foi o ensaio clínico do produto desenvolvido pela Universidade de Oxford, no Reino Unido. O segundo foi o imunizante desenvolvido pela empresa chinesa Sinovac Biotech, em parceria com o Instituto Butantan.

Allan Gavioli

Estagiário de finanças do InfoMoney, totalmente apaixonado por tecnologia, inovação e comunicação.