Primeiras 120 mil doses da CoronaVac chegam em 20 de novembro a SP, anuncia Doria

No total, o governo paulista fechou contrato com a chinesa Sinovac para a aquisição de 46 milhões de doses da CoronaVac

Allan Gavioli

Governador de SP, João Doria, com caixa da vacina CoronaVac (REUTERS/Amanda Perobelli)

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SÃO PAULO – Nesta segunda-feira (9), João Doria (PSDB), governador do estado de São Paulo, anunciou que o estado vai receber as 120 mil primeiras doses da vacina contra Covid-19, desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, no dia 20 de novembro.

“Esta data está confirmada. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já havia autorizado, e agora as autoridades sanitárias da China também deram autorização para importação, dos lotes de 6 milhões de vacinas pelo Instituto Butantan. As primeiras 120 mil doses chegam no dia 20 de novembro no aeroporto internacional de Guarulhos em São Paulo”, afirmou Doria durante coletiva de imprensa no próprio Instituto Butantan, em São Paulo.

Segundo Doria, o acordo entre Butantan e Sinovac fará com que o Brasil seja o primeiro país do continente americano a contar com uma vacina contra a Covid-19.

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No total, o governo paulista fechou contrato com a chinesa Sinovac para aquisição de 46 milhões de doses da CoronaVac. As primeiras 6 milhões virão prontas da China, enquanto as outras 40 milhões serão envasadas e rotuladas no Instituto Butantan a partir de material que será importado.

O Butantan receberá essas doses em lotes. Até 30 de dezembro, o instituto terá as 6 milhões de vacinas prontas, de acordo com Doria.

Segundo Dimas Covas, diretor do Butantan, o cronograma estipulado pelo governo de São Paulo está mantido, independentemente do que as autoridades paulistas apontam como um atraso da Anvisa na liberação da importação de matéria-prima da China.

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Vale ressaltar, porém, que a aplicação do imunizante ainda depende da aprovação da Anvisa. Para que a agência reguladora brasileira possa aprovar o imunizante, é preciso que os testes de fase três se encerrem e que um resultado de eficácia seja publicado.

Atualmente, a CoronaVac está realizando sua terceira fase de testes. O grupo de voluntários brasileiros é formado exclusivamente por profissionais de saúde e, até agora, foram realizadas 15 mil vacinações em 9 mil voluntários.

Cada voluntário recebe duas doses. Com a abertura dos novos centros, a meta do governo estadual é ampliar a pesquisa para um total de 13 mil voluntários. Em reportagem anterior, o InfoMoney conversou com um voluntário brasileiro que recebeu a CoronaVac para entender mais sobre o processo.

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Na fase final da pesquisa, metade dos participantes é inoculada com a vacina e a outra metade recebe placebo. Para determinar a eficácia da CoronaVac, é preciso que ao menos 61 participantes sejam contaminados pelo coronavírus – método semelhante ao usado pela Pfizer para determinar a eficácia da sua vacina.

“Quero esclarecer que, aqui em São Paulo, nós seguimos rigorosamente os protocolos da Anvisa para a aplicação da vacina. Ela só será levada ao publico após a autorização da agência”, reforçou Doria.

Até momento, apenas dados parciais referentes à segurança da vacina foram apresentados pelo governo de São Paulo. Os resultados sobre a eficácia do medicamento ainda não foram divulgados.

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Nova fábrica para produzir vacinas

Durante a coletiva, o governo do estado também anunciou que as obras para a construção da fábrica da vacina CoronaVac tiveram início no dia 2 de novembro. O orçamento para a construção da unidade é de R$ 142 milhões. Os recursos foram financiados com 24 empresas privadas pelo país.

Para a construção, além dos recursos doados pela iniciativa privada, o governo paulista esperava receber R$ 80 milhões do governo federal, conforme anunciado por João Doria em coletiva de imprensa no final de setembro. Entretanto, segundo Jean Gorinchteyn, secretário estadual de Saúde, o repasse não foi feito pelo governo federal.

“A fábrica está sendo financiada 100% por empresas privadas porque precisávamos de agilidade. Em 30 dias, fomos capazes de movimentar o setor privado para esse projeto”, afirma Wilson Melo, presidente da InvestSP, entidade responsável por captar os investimentos para viabilizar o projeto.

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Pelas projeções do governo estadual, a obra será entregue em setembro de 2021. Segundo Dimas Covas, a função da fábrica será, em um primeiro momento, realizar a produção 100% autônoma e nacional de um imunizante contra a Covid-19.

“Essa fábrica tem aspectos inovadores. É uma fabrica multipropósito. Tivemos essa visão de programar o espaço para outros tipos de vacinas, justamente para ele não cair em obsolescência”, reforçou Covas.

Allan Gavioli

Estagiário de finanças do InfoMoney, totalmente apaixonado por tecnologia, inovação e comunicação.